Coronavírus

Quase 450 profissionais de saúde contaminados no Maranhão

Oito já morreram no estado, de acordo com boletim epidemiológico da SES; 349 profissionais de saúde estão recuperados após tratamento

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Profissionais de saúde estão na linha de frente durante pandemia
Profissionais de saúde estão na linha de frente durante pandemia (coronavirus / profissionais de saude)

Em período de pandemia, algumas profissões estão se destacando por conta do seu aspecto essencial, ou seja, não pode parar, apesar das medidas de distanciamento social estabelecidas para conter a disseminação do novo coronavírus. Médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, maqueiros, socorristas e demais da área da saúde estão na “linha de frente” para prevenir e combater a doença. Nesse Dia do Trabalho, o serviço médico se tornou mais valorizado ainda, sendo que já são 449 casos confirmados de profissionais da saúde infectados no Maranhão.

Por atuarem nas unidades de saúde com relação ao tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus, esses profissionais ficam vulneráveis, por conta da probabilidade alta de um contágio. No Maranhão, já são 449 casos confirmados de profissionais da área de saúde no que tange ao coronavírus, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Por outro lado, 349 estão recuperados, depois de seguirem as recomendações do Ministério da Saúde ou receberem alta hospitalar.

Essas recomendações são o repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso. Quando apresentam sintomas da Covid-19, esses profissionais são afastados, para cumprirem o protocolo da quarentena, até que termine o período de incubação do vírus. Por este motivo, todas as medidas de segurança devem ser tomadas, para que o risco de contaminação seja reduzido.

Mortes de profissionais

A Secretaria de Estado da Saúde informou, em seu boletim epidemiológico, que já aconteceram oito mortes na categoria por conta da Covid-19. Um desses que faleceu era técnico em radiologia, que trabalhava no Hospital Municipal Doutor Clementino Moura (Socorrão 2), localizado em São Luís. Sérgio Henrique Saraiva Costa, de 40 anos, não resistiu no último dia 14 de abril.

Na data do óbito, o Conselho Regional de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia, situado em São Paulo, emitiu uma Nota de Pesar, lamentando a perda de mais um “lutador da área da saúde na linha de frente no combate à pandemia”. Segundo a SES, Sérgio Henrique não tinha comorbidades, tendo sido diagnosticado com a Covid-19 quatro dias antes de sua morte. Ele trabalhou durante 11 anos como técnico em radiologia no Socorrão 2. Também pelo novo coronavírus, faleceu a auxiliar de enfermagem Maria Madalena Barboza Sousa, 61, no dia 12 de abril.

Segundo informações do Conselho Regional de Enfermagem no Maranhão (Coren/MA), ela deu entrada no Hospital Carlos Macieira, após o agravamento do seu quadro de saúde. Ela precisou ser entubada e acabou não resistindo à doença. A paciente tinha um quadro de comorbidades. Maria Madalena trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Vinhais e no Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão 1), em São Luís.

Ela estava afastada desde o dia 20 de março do trabalho após apresentar sintomas da Covid-19. A auxiliar chegou ser levada para a UPA do Vinhais e para o Hospital de Cuidados Intensivos (UCI), que estão recebendo pacientes com novo coronavírus, mas não resistiu.

Trabalho de heróis

De domingo a domingo, esses profissionais atuam em hospitais e centros de saúde, levando apenas a fé e a esperança de que retornarão para suas casas com tranquilidade e confiança de que o próximo dia de trabalho estará garantido. Devido ao problema da pandemia, pessoas com dificuldade para respirar ou com muitas dores no corpo chegam para receberem atendimento. Não é fácil para os funcionários lidarem com o sofrimento dos pacientes, ainda mais quando o contexto é de lotação de leitos.

Nas ruas, as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) passam para buscar ou levar doentes aos hospitais. Mesmo com aventais, máscaras e luvas, a preocupação em contrair o coronavírus é grande, pois o contato é direto.

Valorização do trabalho

Nesse trabalho durante a pandemia, uma das principais reclamações, que já gerou até protestos, é a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Sendo assim, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) fez uma crítica alertando que os profissionais de saúde não são super-heróis e estão adoecendo ou morrendo na luta contra o coronavírus. Nesse sentido, a entidade pediu mais valorização, uma vez que os plantões são exaustivos e as jornadas de trabalho estendidas.

O Cofen frisou que muitos servidores são afastados não apenas por sintomas respiratórios, como, também, devido à ansiedade decorrente da pandemia. Em muitos hospitais, os profissionais ainda precisam improvisar para driblar a escassez dos equipamentos de proteção.

Fique por Dentro

Linha de frente

Com a pandemia do coronavírus, muitos servidores públicos e empregados de empresas privadas saíram de seus ambientes de trabalho para a modalidade home office, que ocorre quando as pessoas trabalham em suas próprias casas ou em espaços alternativos, como cafés e locais de coworking. Outros, porém, receberam férias. De todo modo, a recomendação é apenas uma: fique em casa. Essa orientação, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, reduz a circulação do novo coronavírus, o que diminui o ritmo de novos casos da Covid-19.

No entanto, alguns profissionais simplesmente não podem ficar em casa, pois seus trabalhos são considerados essenciais, que são aqueles definidos pela Lei de Greve: tratamento e abastecimento de água, produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; assistência médica e hospitalar; distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; funerários; transporte coletivo; captação e tratamento de esgoto e lixo; telecomunicações; guarda, e uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; processamento de dados ligados a serviços essenciais; controle de tráfego aéreo; e compensação bancária.

Percebe-se, portanto, a importância do trabalho dos profissionais de saúde nesse cenário de pandemia, por atuarem na “linha de frente”, com risco grande de serem infectados pela Covid-19.

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