Pandemia

Por isolamento, Rua Grande está fechada por tempo indeterminado

Bloqueio foi feito durante uma Força Tarefa da PM, com o apoio de outros órgãos estaduais e municipais, e determinado pelo governo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Ação de policiais militares buscou conter a movimentação de pessoas registrada na Rua Grande
Ação de policiais militares buscou conter a movimentação de pessoas registrada na Rua Grande (Rua Grande ação fechamento pandemia)

A principal área do comércio da capital, a Rua Grande, e as vias transversais, no Centro, foram fechadas ontem por tempo indeterminado por ação de força tarefa realizada pela Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Blitz Urbana e Corpo de Bombeiros Militar. O bloqueio foi determinado pelo governador Flávio Dino como uma das formas de evitar aglomerações e, por consequência, a proliferação da Covid-19.

Um dos motivos para a medida foi a queda no índice de isolamento social no decorrer do mês de abril, na Ilha e no estado, segundo os dados da In Loco, empresa de tecnologia que usa dados enviados por aplicativos parceiros para aferir deslocamentos dos usuários. De acordo com os números, no final do mês de março, o isolamento social chegou a se aproximar dos 70% em todo o Maranhão, mas desde então passou a cair. O dado mais recente, do dia 27 de abril, aponta que o isolamento está em 52,1% no estado.

A Rua Grande, onde normalmente circulam centenas de pessoas por hora, amanheceu nesta quinta-feira, 30, com várias viaturas policiais fechando as transversais de acesso com cones, e mais de 100 militares e policiais civis fazendo o trabalho de orientação e conscientização. Um dos militares chegou a advertir uma mulher que estava com usando a máscara no pescoço, em companhia de três crianças sem nenhum tipo de proteção.

A polícia ainda chegou a fechar alguns pontos comerciais, considerados não essenciais, que estavam. Enquanto, as equipes da Blitz Urbana conseguiram retirar bancas de camelos, que estavam instaladas nas vias transversais da Rua Grande, como também alguns vendedores do comércio informal foram obrigados a deixar o local.

Na área

O comandante da Polícia Militar, coronel Pedro Ribeiro, acompanhou in loco a ação. Ele declarou que recebeu a determinação do governador para que os militares evitassem a aglomeração de populares nessa parte da cidade, principalmente, durante esse período de pandemia da Covid-19. Somente, os moradores e as pessoas que vão aos bancos, farmácias e óticas podem ter acesso a essa parte comercial da cidade.

Ainda de acordo com o coronel, os policiais vão continuar nessa área por tempo indeterminado. “As pessoas devem ficar em casa e somente se deslocarem ao centro quando houver algo de suma importância para ser resolvido. No momento, o isolamento social é a palavra de ordem”, alertou o comandante da Polícia Militar.

Sílvia Gomes, de 45 anos, disse que reside no Coroadinho e foi ao Centro para fazer o pagamento da última parcela do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). “Tenho que retirar o boleto do IPVA e, logo após, fazer o pagamento na lotérica. Não tinha como fazer essa transação em casa”, explicou.

A funcionária pública, Maria José, de 56 anos, declarou que foi ao centro da cidade devido uma consulta em uma clínica de oftalmologia. “A minha vinda ao centro tem relação com a minha consulta e estava marcada há um mês”, disse Maria José.

“As pessoas devem ficar em casa e somente se deslocarem ao centro quando houver algo de suma importância para ser resolvido. No momento, o isolamento social é a palavra de ordem”Coronel Pedro Ribeiro - comandante da Polícia Militar

Comércio informal

Cláudio Fernando Santos, de 50 anos, é um dos vendedores ambulantes da área do centro da capital há 10 anos. Ele contou que durante o período de pandemia caiu bastante a venda e, no momento, não sabia onde montaria a sua banca. “Mesmo com a venda fraca, mas assim, está dando dinheiro para comprar a comida do dia”, declarou o vendedor.

O outro comerciante informal, Gilson Pereira, de 59 anos, disse que ainda estava esperando receber o auxílio emergencial de R$ 600. “Dei entrada nesse benefício federal, mas até o momento não caiu na minha conta do banco”, frisou.

Já, Luís Gomes, de 36 anos, disse que vai tentar armar a sua banca nas proximidades da feira do bairro onde mora e as vendas aumentam na véspera do Dia das Mães. “Não posso parar e como o comércio da Rua Grande fechou, então, vou tentar instalar a minha banca no mercado da localidade onde moro”, falou o vendedor.

Desrespeito

Flávio Dino, no dia 21 de março deste ano, anunciou o Decreto Estadual de número 35.677, que determinava o fechamento imediato das lojas, bares, restaurantes e shoppings, com exceção dos serviços essenciais, como uma das formas de precaução e de conter a proliferação do vírus do novo coronavírus.

Ainda no último dia 29 havia muitas pessoas desrespeitando o decreto estadual. Na Rua Grande era possível observar aglomerações de populares, principalmente, nas portas das agências bancárias e das casas lotéricas. Filas enormes e muitas pessoas aguardando para receber o auxílio emergencial do governo federal do valor de R$ 600.

Ainda nessa localidade havia a circulação de pessoas, inclusive, crianças sem máscara no rosto. A maioria por desleixo. Também tinham vários camelos tentando vender os seus produtos e havia a presença das equipes da Vigilância Sanitária e militares fiscalizando essa área e até mesmo chegou a fechar alguns estabelecimentos comerciais.

Outras retiradas

No dia 29 de janeiro deste ano, os vendedores ambulantes fizeram um protesto na área do Centro devido terem sido retirados da Rua Grande. Eles alegaram que esse ato prejudicou mais de 400 camelôs naquela região. A prefeitura informou, por meio de nota, que essa ação visou garantir a preservação do patrimônio público e o bem-estar da população que frequenta o centro comercial, atendendo ao Código de Postura do Município.

Essa não era a primeira vez que os camelôs tinha sido retirados da Rua Grande. No dia 7 de agosto do ano passado, eles foram retirados e a ação ocorreu em razão da lei para o disciplinamento do espaço público e o projeto de requalificação urbanística da região central da cidade. O objetivo era deixar o lugar menos poluído visualmente e liberar as calçadas para a passagem dos pedestres.

No mês de julho de 2018, os camelôs tiveram de sair de um trecho da via. Eles estavam ocupando a calçada. Na ocasião, a Blitz Urbana e a Polícia Militar realizaram a ação. Em 2015, já havia ocorrido uma retirada de vendedores ambulantes do local A retirada foi em decorrência do aumento do fluxo de pessoas na rua, por causa das festividades de fim de ano. Os vendedores ambulantes foram deslocados para outros pontos da região.

Queda

O índice de isolamento social no estado teve uma queda no decorrer do mês de abril, segundo os dados da In Loco, que é a empresa de tecnologia que usa dados enviados por aplicativos parceiros para aferir deslocamentos dos usuários.

De acordo com os números, no final do mês de março, o isolamento social chegou a se aproximar dos 70% em todo o Maranhão, mas desde então passou a cair. O dado mais recente, do dia 27 de abril, aponta que o isolamento está em 52,1% no estado.

Saiba mais

A Rua Grande recentemente passou por uma obra de requalificação urbanística e orçada em R$ 31.404.149,09, que promoveu a recuperação das redes subterrâneas de eletricidade, drenagem profunda e esgotamento sanitário. Bem como instalará um conjunto de postes metálicos com iluminação de LED, fiação elétrica subterrânea, pavimentação de toda a rua com piso de granito nas laterais, blocos no piso central e marcação de calçada.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.