Violência

21 feminicídios só nos quatro primeiros meses deste ano no MA

Segundo a Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas, uma média de cinco crimes por mês; no dia 29 último, Leuda Maria foi uma das vítimas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Leuda Maria pretendia terminar o relacionamento, mas Raimundo Nonato não aceitava e a assassinou
Leuda Maria pretendia terminar o relacionamento, mas Raimundo Nonato não aceitava e a assassinou (feminicidio)

São Luís - Números altos. Vinte e um feminicídios já ocorreram no decorrer dos quatro primeiros meses do ano no estado, segundo dados do Departamento de Feminicídio, órgão ligado a Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas (SHPP). Uma média de cinco crimes por mês. No mesmo período do ano passado, a quantidade foi menor, com o registro de 16 casos.
A polícia ainda ontem não tinha efetuado a prisão de Raimundo Nonato de Alcântara dos Santos, idade não revelada, acusado de ter assassinado a própria companheira, Leuda Maria Rodrigues, de 38 anos. O crime ocorreu no último dia 29, na residência do casal, na Vila Edmundo Rios, em Santa Inês.

De acordo com a polícia, o casal morava juntos há seis meses e tinha uma vida conturbada. Ele sentia ciúmes da companheira, inclusive, chegou várias vezes até mesmo a proibi-la de visitar os familiares, que residem nesse município, como também de sair de casa sozinha.
Leuda Maria pretendia terminar o relacionamento amoroso, mas, Raimundo Nonato não aceitava essa decisão. Na madrugada de quarta-feira, 29, o casal discutiu e a vítima acabou sendo golpeada a facão, enquanto, o suspeito tomou rumo ignorado.

A polícia quando chegou ao local encontrou Leuda Maria morta e havia várias marcas de facão pelo corpo, inclusive, nos braços e nas pernas. Também tinha uma carta, de acordo com a polícia, escrita pelo acusado. Os policiais ainda constataram marcas de sangue em vários objetos e em diversos cômodos da casa. O corpo dela foi removido para o hospital da cidade para ser autopsiado e, logo após, liberado para os familiares.
Outros casos

No dia 25 de abril deste ano, a polícia registrou outros casos de feminicídio no interior. Somente no povoado Vila Nova, na zona rural de Palmeirândia, segundo a polícia, três pessoas foram degoladas e uma morta a tiros. As vítimas foram Adeilson de Jesus Martins Barros, de 30 anos; Nayze Martins Chagas, de 21 anos; e os seus dois filhos. Um deles de dois anos e o outro, de quatro anos.

O delegado plantonista da Delegacia Regional de Pinheiro, Rafael Almeida, declarou que Adeilson de Jesus era ex-companheiro de Nayze Martins e acusado de ter degolado a ex-esposa como ainda as duas crianças. Os corpos das vítimas foram arrastados para dentro da residência de Nayze Martins e, logo em seguida, ele ateou fogo no local.

O suspeito fugiu para uma área de matagal e trocou tiros com a Polícia Militar. Um dos tiros atingiu Adeilson de Jesus, que morreu ainda no local. Em poder dele, os militares apreenderam uma arma de fogo e um facão sujo de sangue.

O outro caso de feminicídio foi registrado no povoado Mira Norte, em Presidente Dutra, e a vítima foi Talia Elias de Carvalho, de 25 anos. O delegado Marcos Delta informou que ela foi morta na frente dos filhos, que são menores de idade.

O delegado ainda declarou que Talia Elias foi encontrada morta em cima de um colchão em um dos quartos da residência dela, e havia marcas de violência. O marido dela, José Maria de Araújo Filho, de 31 anos, que apresentava sinais de embriaguez, foi preso em flagrante e levado para a delegacia.

Pandemia

A delegada Viviane Fontenelle, chefe do Departamento de Feminicídio, informou que desde o período quando começou o isolamento social devido a pandemia do Covid-19, no estado, dia 17 de março até o dia 30 de abril, havia o registro de oito casos de feminicídio no estado.

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