Os casos confirmados do novo coronavírus no Maranhão continuam aumentando de uma forma que impressiona, apesar das medidas de contenção, como o fechamento de comércios e suspensão das aulas nas universidades e escolas. O boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) na noite de terça-feira, 28, mostrou 2.804 infectados no estado, com registro de 166 óbitos. Com 2.149 contaminados, a cidade inclusive, está na primeira posição, dentre as capitais brasileiras, com maior taxa de doentes por 100 mil habitantes.

Dados compilados do Ministério da Saúde e das secretarias municipais e estaduais da área confirmam que a taxa de infectados pelo novo coronavírus em São Luís é de 171,9 para cada 100 mil habitantes, o que representa a maior proporção de casos da Covid-19 nas capitais do Brasil. Na sequência, aparece Fortaleza (CE), com 170,1; Macapá (AP) com 126,4; São Paulo (SP), com 110,3; e Recife (PE), com 107,9.

A menor proporção de casos ficou com Curitiba (PR), com 20,9.Depois aparecem Belo Horizonte (MG),com uma taxa de 21,7; Goiânia (GO), com 22; Teresina (PI), com 27,4; e Porto Alegre (RS), com 28,8.

Com seus 2.149 casos confirmados do novo coronavírus, São Luís também aparece em outro ranking. De acordo com levantamento feito pelo portal G1, a capital do Maranhão ocupa a quinta colocação, no que se refere às cidades brasileiras, com maior mortalidade pela Covid-19. A taxa de óbitos no município maranhense está em 12,3. Na primeira posição, está Manacapuru (AM), com 21,6, seguido de São Lourenço da Mata (PE) com 20,3; Recife (PE)m com 13,7; e Manaus (AM), com 12,5. Com a mesma pontuação de São Luís, Fortaleza está na sexta colocação, com 12,3.

Desrespeito ao isolamento
A posição de São Luís nos rankings referentes ao vírus pode ser explicada pelo desrespeito ao isolamento social, uma das medidas tomadas pelo poder píblico com o intuito de reduzir a taxa diária de transmissão da doença, bem como visa achatar a curva de contaminados.
Aglomerações favorecem o contágio da Covid-19, devido à possibilidade do vírus ser transmitido pelo ar por meio de espirros, tosse, gotículas de saliva, como ainda por contato físico com alguém infectado e toque em objetos ou superfície contendo o coronavírus.

Nem parece que o Maranhão está passando por isolamento social. Na Avenida Litorânea, sobretudo à noite, é comum pessoas fazendo caminhada e corrida em grupos. O ideal seria a prática de atividade física sem acompanhantes, mantendo uma distância segura com os demais. Considerado um dos principais pontos comerciais da capital maranhense, a Rua Grande, apedar das lojas estarem, fechadas, voltou a ser frequentada pelos consumidores. Apesar de muitos utilizarem máscaras de proteção, a aglomeração acontece.

Por conta dessa situação na Rua Grande, houve uma operação, na tarde dessa quarta-feira, 29, da Vigilância Sanitária e Polícia Militar. Muitas equipes participaram dessa ação. Aglomerações também se formam em frente a agências bancárias e lotéricas. Pessoas que aguardam para receber o auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal, se misturam a quem fica na fila para pagar contas. Além dessa situação, outro agravante é a recusa de muitos na da Grande Ilha em não colocar a máscara no rosto, seja por ignorância ou por desleixo.

Coronavírus no Maranhão
Conforme o boletim epidemiológico da SES da terça-feira, 28, havia o registro de 2.804 contaminados pelo novo coronavírus no Maranhão. Desse total, 1.550 em isolamento domiciliar, medida recomendada para quem tem os sintomas leves da doença, como tosse seca, febre e dificuldade para respirar. Outros 309 internados em enfermaria e 179 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), onde ficam os pacientes em situação gravíssima.

Mais de 70 municípios maranhenses possuem casos confirmados de Covid-19. No estado, 600 pessoas que estavam contaminadas se recuperaram. Com relação aos profissionais de saúde, 349 estão infectados e oito morreram, de acordo com informações da SES.

Isolamento e quarentena em tempo do novo coronavírus

Em época de pandemia, alguns conceitos podem ser facilmente confundidos pelas pessoas. Isolamento social, por exemplo, é uma medida que tem como objetivo separar as pessoas doentes (sintomáticos respiratórios, casos suspeitos ou confirmados de infecção por coronavírus) das não doentes, para evitar a propagação do vírus. Esse procedimento pode ocorrer em domicílio ou em ambiente hospitalar, conforme o estado clínico da pessoa contaminada ou sob monitoramento.

Essa ação pode ser prescrita por médico ou agente de Vigilância Epidemiológica e tem prazo máximo de 14 dias. Na prescrição do isolamento, o paciente deve assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Por outro lado, a quarentena é a restrição de atividades ou separação de pessoas que foram presumivelmente expostas a uma doença contagiosa, mas que não estão doentes, uma vez que não foram contaminadas ou porque estão no período de incubação.

Quarentena
A quarentena pode ser aplicada em nível individual, como para uma pessoa que volta de viagem internacional ou para contatos domiciliares de caso suspeito ou confirmado de coronavírus. Ou em nível coletivo, como em situações referentes a um navio, um bairro ou uma cidade, e geralmente envolve restrição ao domicílio ou outro local designado. Pode ser voluntária ou mandatória. Além desses dois conceitos, muito confundidos até mesmo por pessoas esclarecidas, ainda existe o distanciamento social.

Nesse caso, ocorre a diminuição de interação entre as pessoas de uma comunidade para reduzir a transmissão do vírus. É uma estratégia importante quando há indivíduos já infectados, mas ainda assintomáticos ou oligossintomáticos, que não sabem se são portadores da doença e não estão em isolamento.

Maiores taxas de doentes nas capitais

São Luís – 171,9

Fortaleza – 170,1

Macapá – 126,4

São Paulo – 110,3

Recife – 107,9

Maior mortalidade pela Covid-19 nas cidades

Manacapuru (Amazonas) – 21,6

São Lourenço da Mata (Pernambuco) – 20,3

Recife (Pernambuco) – 13,7

Manaus (Amazonas) – 12,5

São Luís (Maranhão) – 12,3

Fortaleza (Ceará) – 12,3

Maués (Amazonas) – 11

São Paulo (SP) – 10,8

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