COLUNA SOCIAL

Pergentino Holanda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
RECORDAÇÃO dos recentes acontecimentos sociais elegantes de São Luís: Ana Cristina Maranhão, Teresa Murad Sarney e o Repórter PH
RECORDAÇÃO dos recentes acontecimentos sociais elegantes de São Luís: Ana Cristina Maranhão, Teresa Murad Sarney e o Repórter PH

Viagens e riscos
Acredito que logo após esta pandemia do Covid-19 vamos ter algum receio de viajar, mas passado uns tempos as coisas irão tender à
normalidade. Não me parece que daqui a dois anos eu decida viajar de uma maneira especial.
Em alguns lugares para onde viajamos, as possibilidades de acontecer alguma coisa terrível já são maiores do que este vírus. É o caso da prevalência da malária em alguns países ou até a própria criminalidade.
Muitas vezes as viagens são acompanhadas disso. Um amigo meu, conta que no ano passado esteve no Chile durante os protestos e quando chegou lá havia o toque de recolher obrigatório. Segundo ele, era um local muito perigoso para se estar. As viagens incorporam esse risco, em certa medida é também um dos seus fascínios.
Quando não estou viajando, já passo muito tempo em casa. À minha volta não há nada, nem ninguém. O meu jardim é grande. Mas a minha rotina é a mesma, com pandemia ou sem ela, exceto quando vou às compras. Nos supermercados só entra um certo número de pessoas de cada vez e há a salubridade essencial que é necessário ter.
Esse desconforto dá uma cor a tudo o que estamos vivendo porque torna tudo mais intenso.
Por isso mesmo as viagens acabam por nos marcar de forma indelével, porque não dá para evitar esse incremento nas emoções quando sabemos que há risco envolvido.

Fora do habitat
Um puma caminha pelas ruas de Santiago, no Chile. Um Canguru corta aos pulos as vias vazias de Adelaide, na Austrália. Em Barcelona, javalis aproveitam a calmaria para um passeio urbano em busca de alimento. A cidade francesa de Boissy-Saint-Léger, ao sul de Paris, desperta com o som dos cascos de cervos no asfalto. Grupos de cabras da montanha circulam por Llandudno, no País de Gales.
Domingo, uma cobra jibóia dequase um metro foi vista atravessando a minha rua, no Calhau.
Na noite anterior, duas felpudas raposas fizeram o mesmo. O coronavírus fez a população das cidades do mundo ficar em casa. São
fartos, nas últimas semanas, os registros de animais selvagens que aproveitaram a quietude para uma esticada nos territórios do
bicho-homem.

Troca de nomes
A coincidência de nomes gerou, de certa forma, um constrangimento no registro que fizemos na edição do PH Revista do último fim de semana.
Publicamos uma nota do falecimento de Dona Maria Mendonça, mãe dos artistas plásticos Fernando Mendonça, João Ewerton e
Marlene Barros, que está mais viva do que nunca, com 93 anos de idade.
Quem faleceu, na verdade, foi Dona Raimunda Mendonça, nascida em 1922 e que muitos chamavam carinhosamente de Dona Pita.
Ela era mãe de outro Fernando, o Juiz Titular da 2ª Vara de Execuções Penais, Dr. Fernando Mendonça, por sinal grande amigo da
família dos artistas.
A amizade do juiz Fernando Mendonça com Dona Maria Mendonça é tão forte que ele a considera uma mãe do coração.

Maracap e ação solidária
Depois de doar, no início deste mês cinco toneladas de alimentos aos seus colaboradores, a direção do Maracap anunciou que
intensificará novas ações solidárias. E começou ontem a distribuir mais seis toneladas de cestas básicas, totalizando onze toneladas de alimentos que serão entregues aos colaboradores – e mais cinco mil máscaras de proteção contra o novo coronavírus, agora
de uso obrigatório em lugares públicos.

TRIVIAL VARIADO
A CPI Mista das Fake News, que apura a disseminação de conteúdos falsos na Internet, foi prorrogada no Congresso. Pelo menos
enquanto a pandemia persistir, já que é um foco de contaminação de notícias sem procedência e perturbadoras.

Uma verdadeira feira livre. Em meio à crise do coronavírus, surgem espaços para pirotecnia matemática de teóricos e conversa fiada de práticos.

Registramos com o enorme pesar o falecimento, no último domingo, de Ana Teresa Nogueira Santos. Mulher bonita, elegante, deixou viúvo AntonioAugusto Nogueira Santos (o Manga Rosa), que nestes últimos anos enfrenta o terrível Mal de Alzheimer.

Para quem paga impostos, o ideal seria que o endividamento de 4 trilhões e 300 bilhões de reais do governo federal deixasse palpáveis suas realizações.

Para pescadores de águas turvas, que se aproveitam da crise para aumentar preços, a inflação não morreu, estava apenas desmaiada. É hora de os governos despertarem

Efeitos do vírus: oito em cada dez economistas, não se referindo apenas ao Brasil, afirmam que se passará bom tempo para que voltemos a ouvir falar em explosão de consumo.

Tragédia inominável: de tudo, resta aos familiares das vítimas, na capital do Amazonas, apenas o número no papel para que, em um
futuro ainda incerto, possam tentar encontrar o local de sepultamento.

Analistas preveem que o mundo do consumo de luxo também será atingido pela revisão geral de conceitos. A primeira conclusão: o
isolamento levará muitos a repensarem o estilo de vida.

Com a retração do mercado de luxo, a empresa canadense Ganso, única a comercializar peles, suspenderá a produção. Uma crueldade a menos contra animais que são sacrificados.

Quem domina o assunto garante: com o isolamento social e atividades econômicas reduzidas, melhorou a qualidade do ar da Capital maranhense.

Esse lance das lives chegou a tal ponto que todas as grandes redes de TV, em seus planos comerciais, já incluíram este novo produto.
Um movimento ou negócio que só deve crescer.

Ao telespectador, diante da situação atual, agora também cabe o trabalho de procurar o noticiário isento e imparcial. Nunca, como nos dias atuais, isto se constituiu em problema: em quem acreditar?

Tente você mesmo, em todos os telejornais da TV aberta, verificar como uns são diferentes dos outros na abordagem dos mesmos
assuntos. Ou como alguns nem são abordados.

DE RELANCE

Núcleo do poder
A política em Brasília lembra um ditado: quando elefantes brigam, sofre a grama. Sabe-se bem quem é a grama... Os confrontos se tornam quase que diários. Sexta-feira, foi com o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Quarta-feira, durante o lançamento de um plano de investimentos para recuperar a Economia, o ministro Paulo Guedes não participou. No domingo anterior, o presidente Jair Bolsonaro compareceu a manifestações que atacaram o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Núcleo do poder
Tem mais: somaram-se ainda os atritos com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a cogitação de impeachment e a
saída do ministro Luiz Henrique Mandetta. O núcleo do poder precisa de trégua para não ir à Unidade de Tratamento Intensivo.

Torneiras abertas
Muitos perguntam como o rombo do governo federal chegou a valores astronômicos. A explicação começa com a soma dos episódios de descalabros. Preencheriam vários volumes. Um exemplo: em abril de 1990, a mesa diretora da Câmara dos Deputados
encaminhou pedido para contratação de 600 servidores, sem concurso, para as áreas de limpeza e vigilância.

Para indignar
Há exatos 30 anos, o desastrado governo Collor pedia sacrifício à iniciativa privada, que se viu obrigada a demitir funcionários, reduzir jornadas de trabalho e suportar aumento de impostos. A Câmara dos Deputados, porém, conhecida pelo excesso de funcionários, foi autora de obra-prima dos insultos, contratando 600 servidores e demonstrando distanciamento da realidade.

Não é a primeira vez
Notícia publicada pelos jornais no dia 24 de abril de 2003: “A China isolou todo o Hospital da Universidade do Povo, que ocupa um quarteirão em Pequim, onde estão 2 mil pacientes e profissionais da saúde para tentar deter o avanço da pneumonia asiática também conhecida como SARS (síndrome respiratória aguda grave). O total de contaminados no mundo chega a 4 mil e 439 casos com 158 mortes”.

CPI e palanque
Se as denúncias do ex-juiz Sérgio Moro resultarem na abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito, os partidos de oposição reencontrarão a bússola perdida desde a derrota na eleição presidencial de 2018. Tem mais: CPI em semestre eleitoral vira
palanque com força potencializada.

Um vício antigo
O recesso forçado poderia dar origem a uma pesquisa que revelaria a quota de exotismo de muitos legislativos, começando por Brasília e indo até os menores municípios. Projetos demagógicos costumam congestionar as pautas. Há de tudo: gosto pelo bizarro, vocação para o que não tem importância e o clientelismo. É a busca da notoriedade fácil, capaz de faturar votos na eleição seguinte.

Mais um amigo que vai
Foram mais de vinte anos de convivência no mesmo ambiente de trabalho com o jornalista Alfredo Menezes, que atuou durante muito tempo como repórter e comentarista de esporte de O Estado, sempre com muita elegância e correção. O coronavírus, essa praga chinesa que não faz escolhas, levou ontem o nosso discreto companheiro de jornada. E nem nos deu a chance de um aceno de
despedida para o amigo.

Entrou na História
O médico Oswaldo Cruz coordenou, no começo do século 20, campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola no Rio de Janeiro. Convenceu o presidente da República, Rodrigues Alves, a decretar a vacinação obrigatória e domiciliar, provocando
reações. A população achava que a presença domiciliar de vacinadores era invasão da privacidade. O episódio ficou conhecido como Revolta da Vacina.

Para escrever na pedra:
“Palavras sem obras são tiros sem bala. Atroam, mas não ferem”. Do Padre Antônio Vieira.

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