Completados dois meses da confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no Brasil, a Covid-19 continua infectando milhares de pessoas no país e no mundo. Na China, epicentro da pandemia, os estudantes do Ensino Médio voltaram às aulas, após quatro meses de férias. No Maranhão, como medida de prevenção à doença, o uso de máscaras de proteção tornou-se obrigatória em locais públicos e privados. Apesar disso, muitas pessoas ainda são vistas nas ruas sem o equipamento, como verificou o jornal O Estado.
Em vários pontos da região metropolitana de São Luís, esses flagrantes foram feitos, como na Avenida Beira-Mar, em frente ao Terminal de Integração da Praia Grande. Um idoso atravessava o local sem a máscara de proteção. Ele disse que o equipamento facial estava no bolso da calça, o que é completamente impróprio, uma vez que deveria estar no rosto. Em paradas de ônibus, essas situações são comuns, o que favorece a disseminação do novo coronavírus, uma vez que o parasita entra no corpo humano pelas mucosas da boca e narinas.
Nas feiras, muitas pessoas também fazem suas compras sem a máscara facial. Em bares localizados dentro dos bairros, distante da fiscalização, alguns frequentadores não utilizam a proteção necessária e ainda ficam em aglomerações. Para muitos, as medidas de prevenção são parte de uma histeria coletiva e que o coronavírus é apenas uma “gripezinha”. Esse pensamento é equivocado e sugere uma falta de consideração pelas famílias que perderam entes queridos em decorrência da Covid-19.
Decreto
No dia 20 de abril, o Governo do Estado publicou o Decreto nº 35.746, que dispõe sobre as regras de funcionamento das atividades econômicas no Maranhão, em razão dos casos de infecção pela Covid-19 e dá outras providências. O ato administrativo levou em consideração a Portaria nº 188, de 3 de fevereiro deste ano, quando o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, em decorrência do novo coronavírus.
Por meio desse documento, tornou-se obrigatório no Maranhão o uso de máscaras de proteção descartáveis, caseiras ou reutilizáveis, como medida não farmacológica destinada a contribuir para a contenção e prevenção da pandemia. Esses equipamentos devem ser utilizados em locais públicos e em outros de uso coletivo, ainda que privados. Ficou decido que o Poder Público adotará as medidas de produção e distribuição do material, em especial, para pessoas em situação de rua.
Sanção e multas
Questionada sobre penalidades, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse em nota que a aplicação de sanções e multas com relação ao uso obrigatório de máscaras de proteção será avaliada após o período de adaptação da população maranhense à medida esta semana ainda. Além disso, a Vigilância Sanitária Estadual, como órgão de fiscalização responsável por fazer cumprir as normas sanitárias contidas no decreto, vai atuar orientando com mídias educativas.
Outra medida é a conscientização sobre a importância dessa determinação do uso de máscaras como ação de contenção da disseminação do vírus e consequente proteção da saúde da população. A SES destacou que a fiscalização terá foco nas atividades econômicas previstas no decreto.
Importância da máscara
Embora muitas pessoas continuem andando desprotegidas do coronavírus, a máscara é importante como medida de prevenção. A Covid-19 é transmitida, por exemplo, por gotículas de saliva contaminadas que acabam sendo levadas para mucosas do corpo, como boca, nariz e olhos. Desse modo, com o material no rosto, o vírus fica impedido de alcançar partes do corpo que são portas de entrada.
Para quem ainda não sentiu nenhum sintoma do coronavírus, essa medida é essencial, pois existem os conhecidos como assintomáticos, que podem estar infectados, mas o corpo não dá sinais da contaminação. Na revista “Influenza e Outros Vírus Respiratórios”, pesquisadores publicaram um relato no qual um homem que não usava máscara facial entrou em um ônibus com sintomas de tosse, mas não sabia que estava com a Covid-19.
Naquele momento, muitos passageiros não usavam máscaras. Dos 39 ocupantes do ônibus, cinco foram contaminados pela doença.
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