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Gestantes estão no grupo de risco do coronavírus. E agora?

Com a informação do Ministério da Saúde sobre os perigos para as grávidas, especialista esclarece as principais dúvidas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Gestantes e puérperas no grupo de risco para o coronavírus
Gestantes e puérperas no grupo de risco para o coronavírus (gravida)

São Paulo - Com o avanço da pandemia, o Ministério da Saúde incluiu gestantes e puérperas no grupo de risco para o coronavírus. Até então apenas as gestações de alto risco eram consideradas preocupantes para o desenvolvimento da doença.

Segundo Fernando Prado, médico ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, as grávidas estão mais vulneráveis a infecções. “Alguns vírus que já se alastraram anteriormente, como o zika vírus e H1N1, tinham importante implicação para grávidas e seus bebês”, explica.

De acordo com o Ministério da Saúde, mesmo não tendo um estudo concluído sobre o caso, as pesquisas já apontam que na infecção causada pelo novo coronavírus os riscos são semelhantes pelos mesmos motivos fisiológicos do vírus H1N1.

Sem a previsão do término da pandemia, muitas mulheres estão enxergando no congelamento de óvulos uma saída para planejar uma gravidez no futuro. “Nas últimas semanas registramos um aumento de 30% na procura pelo procedimento”, afirma Prado, que é doutor pela Imperial College London e responsável médico da Clínica Neo Vita.

A maioria das mulheres que procurou o procedimento, estava com medo de que algumas teorias ainda não confirmadas, pudessem ser verdadeiras. “Elas temem que o vírus possa causar infertilidade, caso sejam infectadas. Porém a Organização Mundial de Saúde já avisou que ainda não há nenhuma evidência científica que comprove essa possibilidade”, esclarece.

“O momento agora requer cautela. É importante ter serenidade e entender que a prevenção e combate ao coronavírus é o mais importante”, finaliza.

O profissional explica algumas das principais dúvidas sobre o tema:

Por que as gestantes fazem parte do grupo de risco?

Durante a gravidez a mulher tem todo o seu corpo voltado para a formação dessa nova vida, o que acaba interferindo em todo o sistema imunológico e ficam mais vulneráveis à doença.

Quais os riscos para o bebê?

Segundo a Sociedade Europeia de Reprodução (ESHRE) e a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), no mundo existem casos de grávidas com o coronavírus que deram à luz sem efeitos negativos neonatais e bebês saudáveis. No final de março, cientistas chineses relataram que embora raro, é possível que gestantes com o vírus infectem seus bebês. Por isso o reforço de isolamento durante a gestação é ainda mais importante. De acordo com a associação inglesa Royal College of Obstetricians & Gynaecologists, de Londres, recém-nascidos e mães não devem ser separados após o parto e a amamentação pode acontecer normalmente mesmo em caso de contaminação pela covid-19. Ainda não há comprovação de como o vírus é transmitido para o bebê.

As mães permanecem no grupo de risco mesmo após o parto?

Sim. No período de 45 após o parto o organismo continua vulnerável aos efeitos do coronavírus. Por isso é fundamental restringir as visitas para proteção tanto da mãe como do bebê.

O que a grávida deve fazer se apresentar sintomas?

Caso apresente qualquer sintoma suspeito a gestante deve entrar em contato com seu obstetra para que o mesmo avalie e oriente se é ou não indicado a ida até o hospital.

Como fica os casos para quem estava em tratamento de reprodução?

O indicado é postergar o momento da transferência por meio do congelamento de óvulos e embriões. Sempre que há algum risco para a gravidez, seja para a gestante ou para o bebê, é prudente aguardar a turbulência passar.


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