Pandemia

Mais de 170 conseguiram se recuperar do coronavírus no Maranhão, segundo a SES

Por mês, isso significa média de 5,7 recuperados no estado; entre os curados, o jornalista Douglas Cunha, da TV Mirante; em casos com sintomas leves, tratamento ocorre em isolamento domiciliar

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Jornalista  Douglas Pinto, da TV Mirante, foi um dos infectados pela Covid-19 que se recuperou
Jornalista Douglas Pinto, da TV Mirante, foi um dos infectados pela Covid-19 que se recuperou (coronavirus)

Em tempos de coronavírus, as notícias que mostram a dimensão fatal da Covid-19 são comuns. Isso demonstra que a pandemia está cada vez mais avançando no mundo. Na China, já se fala em vida pós-coronavírus, pois a cidade de Wuhan, epicentro do problema, não está mais registrando casos. Os profissionais de saúde são cautelosos em dizer que alguém foi curado, pois ainda há muitas incertezas com relação à enfermidade. No Maranhão, 171 pessoas já se recuperaram da doença, como mostra o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Por mês, isso significa uma média de 5,7 recuperados no estado. Em alguns casos, o infectado não fica internado no hospital, pois o tratamento ocorre no denominado isolamento domiciliar, que é recomendado quando o contaminado não apresenta sintomas graves. Nessa situação, a pessoa pode usar medicamentos para dor e febre, como antitérmicos e analgésicos. A outra orientação dos médicos é o consumo de bastante água, para hidratação do corpo, bem como repouso.

No entanto, em outros casos, ocorre a internação. Dependendo das condições clínicas, os pacientes são colocados em respiradores que possuem filtros para proteger o equipamento da propagação viral. Também pode ser administrado hidroxicloroquina, utilizado para quem está gravemente infectado pela doença, como está acontecendo no Maranhão. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, a ministração de 400mg do imunossupressor segue o protocolo do Ministério da Saúde (MS).

Recuperação de jornalista
Um dos infectados que foi recuperado recentemente no Maranhão é o jornalista Douglas Pinto, da TV Mirante, como ele mesmo confirmou. O repórter disse que ainda está com um pouco de tosse. Segundo a médica infectologista que o atende, o profissional já pode sair do isolamento domiciliar, mas ainda utilizando máscara de proteção. No caso de pacientes que apresentaram sintomas leves e que não necessitaram de internação, eles são considerados curados após o período de 14 dias de isolamento.

Douglas Pinto explicou que, nos primeiros quatro dias, sentiu uma febre que não parava, apesar dos remédios. E ainda sintomas de um quadro gripal, como dor de cabeça e dor no corpo. “Não cheguei a ter calafrios, mas tive diarreia. E durante dois dias eu ficava tão cansado que eu fazia muito mais esforço para respirar. Esse foi o sinal de alerta. Eu procurei fazer os exames quando sentia os sintomas diferenciados da Covid-19. Eu fiz o exame no sétimo dia de sintoma”, comentou o jornalista.

Sem cura
Como não existe uma cura para o coronavírus, os médicos infectologistas dizem que quem faz esse processo são as nossas estruturas proteicas de defesa, conhecidas como anticorpos, o que significa que o próprio sistema imunológico combate a doença. Em outras palavras, de acordo com o Ministério da Saúde, não existe um tratamento oficial comprovadamente eficaz contra a Covid-19. A vacina, nesse sentido, ainda não foi desenvolvida, mas alguns países, como EUA, Brasil, Reino Unido, Israel, Alemanha, Suíça, China e Rússia estão tentando.

O Reino Unido, por exemplo, começou a testar em humanos, nessa quinta-feira, 23, uma vacina contra o novo coronavírus, a partir de pesquisadores da Universidade de Oxford. A meta é produzir milhões de doses contra a Covid-19 no mês de setembro deste ano, considerando que tudo saia como esperado nos testes. Na Alemanha, as autoridades federais encarregadas da certificação de vacinas aprovaram, na quarta-feira (22), testes clínicos em humanos pelo laboratório alemão BioNTech, sediado em Mainz, em colaboração com a gigante americana Pfizer.

No Brasil, uma vacina contra o novo coronavírus está em desenvolvimento por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).

Óbitos no Maranhão
O boletim epidemiológico da SES, divulgado na noite de quarta-feira, 22, mostrou que já ocorreram 76 óbitos no Maranhão em decorrência do novo coronavírus. Isso dá uma média de 2,5 mortes por dia no estado. A primeira ocorreu no dia 29 de março. A vítima, inclusive, tinha histórico de hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, que se enquadra no denominado grupo de risco, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O óbito ocorreu nove dias após a comprovação do primeiro caso da Covid-19 no estado, fato registrado em 20 de março. A primeira morte teve como vítima um homem, que tinha 49 anos, segundo a SES.

Sintomas do coronavírus
De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais do coronavírus são, principalmente, respiratórios, semelhantes a um resfriado. A Covid-19 também pode causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, o SARS-CoV-2 ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sintomas da doença. Os principais sintomas conhecidos até o momento são: febre, coriza, tosse seca e dificuldade para respirar.

Por isso, é importante o isolamento social, uma vez que impede a concentração de pessoas em um ambiente público ou privado. De acordo com a professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e médica infectologista Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco, aglomeração significa a presença de pelo menos três pessoas no mesmo espaço físico. “O vírus é eliminado por secreções, que nós chamamos de gotículas. Essas gotículas caem no ambiente, ou porque a gente leva por meio das nossas mãos, quando estamos com o vírus, para o ambiente, por exemplo”, explicou ela.

Ainda segundo a infectologista, uma máquina de cartão de crédito ou uma maçaneta de porta podem conter o coronavírus a partir do toque das nossas mãos.

“Quanto menos pessoas estiverem circulando com sintomas e contaminando esses ambientes, melhor. Então, você não sabe, por exemplo, se está com sintoma respiratório, você não sabe se isso é uma gripe, se é um resfriado comum ou se é o coronavírus. Então, você pode estar disseminando pelo ambiente. Como não se sabe quais pessoas estão contaminadas, o importante é realmente que as pessoas não circulem. Esse é o momento em que precisamos ter serenidade, bom senso, para enfrentar essa situação”, frisou a professora da UFMA.

Tratamento contra coronavírus

Até o momento, não existe uma medicação específica para o vírus. O tratamento é feito com base nos sintomas de cada paciente. De acordo com o infectologista Wladimir Queiroz, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, existe a cura espontânea, mas ainda não há um tratamento medicamentoso definido. Nesse contato, há drogas que provavelmente funcionam, mas sem confirmação científica. Por este motivo, são utilizados medicamentos para dor e febre (antitérmicos e analgésicos).

Por este motivo, o Ministério da Saúde recomenda repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas. Importante dizer que o diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios com potencial de aerossolização (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro).

Grupos de riscos

Segundo a OMS, algumas pessoas são mais suscetíveis ou vulneráveis ao coronavírus. Esse grupo de risco inclui idosos, diabéticos e hipertensos, além de quem possui doença insuficiência renal crônica, respiratória crônica e doença cardiovascular. Quem tem acima de 60 anos também está entre aqueles afetados pelos maiores índices de letalidade quando atingidos. Isso aconteceu porque, conforme infectologistas, o sistema imunológico dos mais velhos costuma ser deficiente por causa da idade.

Além disso, os pulmões e mucosas tornam-se mais frágeis e vulneráveis a doenças virais. No organismo dos idosos, há menos anticorpos, pois as vacinas tomadas na juventude já não são tão eficazes. Segundo o infectologista Kleber Luz, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, deterioração do sistema imunológico pela idade é chamada de imunossenescência.

Já com relação aos hipertensos, uma série de fatores colabora para que esse grupo seja mais afetado que a população em geral. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, o vírus pode afetar o músculo cardíaco dos pacientes, que já têm o coração sobrecarregado e causar miocardite (inflamação do miocárdio). Também pode gerar necrose pulmonar, com acúmulo de líquido no pulmão.

Por este motivo, é importante que o hipertenso esteja com a pressão arterial controlada, com as vacinas em dia e procurar ajuda médica imediatamente após o aparecimento do primeiro sintoma.

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