A ordem no momento é isolamento social. As escolas, as faculdades e todos os serviços considerados não essenciais estão de portas fechadas. Estas medidas, que foram adotadas pelo governo, visam evitar a proliferação do novo coronavírus, mas também acabou evidenciando determinadas áreas. Umas delas é o serviço de delivery, em sua maioria feito pelos motociclistas. Em São Luís não foi diferente. Nestas últimas semanas, o serviço delivery cresceu bastante como ainda é bem visível as infrações no trânsito cometidas pelos motoqueiros.

Aquele atalho para agilizar a chegada e a entrega, um retorno proibido, passar no sinal vermelho ou até trafegar pela calçada. Estes tipos de situações estão sendo vistas de forma diária no trânsito da Ilha e a maioria sendo protagonizadas pelos motoqueiros de delivery. Esses tipos de infrações podem render em multa no valor de acima de R$ 800 ou até mesmo resultar na perda da carteira de habilitação.

Dados do Departamento de Trânsito do Maranhão (Detran-MA) revelam que somente neste ano, na capital, houve o registro de 61 multas por motociclista está sem capacete, 25 infrações devido a motoqueiros estarem com faróis apagados e 16 multas devido ao condutor da moto conduzir criança menor de 7 anos. No ano passado, 344 motociclistas foram multados em virtude de estarem sem capacete.

Irregularidades

Na Avenida Colares Moreira, no Renascença, nas proximidades do Tropical Shopping, foi observado durante o período da manhã de ontem um motociclista passando no sinal de trânsito fechado. Ele ao ser indagado pela infração não quis falar sobre o assunto.
Ainda nessa localidade, a maioria circula em uma velocidade acima da permitida na via como ainda fazendo ultrapassagem irregular e até mesmo trafegando pelas calçadas de condomínios comerciais.

Também foi possível presenciar pessoas conduzindo motos utilizando calçados que não se firmam nos pés e comprometem a utilização dos pedais do veículo. Isto, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é um tipo de infração média e gera multa no valor de R$ 130, 16 e pede quatro pontos na carteira de habilitação.

Na Avenida Castelo Branco, no São Francisco, também foi possível na manhã de ontem observar motociclistas desrespeitando o sinal de trânsito e fazendo manobras irregulares na via. Almerinda Martins, de 46 anos, que possui uma banca nesse local, disse que durante o horário de almoço é bem visível os motoqueiros de entrega cometerem várias infrações.

“Eles passam em alta velocidade e passam até mesmo pelas calçadas quando a estrada está cheia de carros”, contou a vendedora.

Acidentes
Um acidente de trânsito, ocorrido no último dia 4, na Avenida Guajajaras, no São Cristóvão, envolvendo uma motocicleta e um veículo Ranger preto, de placas não identificadas, resultou na morte de Maria Rosilene Sousa Brito, de 45 anos, como ainda deixou gravemente ferido Alexandre de Jesus Pinheiro, de 35 anos.

A polícia informou que a Ranger colidiu na motocicleta em que estavam as vítimas. Maria Rosilene morreu ainda no local, enquanto, Alexandre Pinheiro sofreu fraturas e levado para o Hospital Socorrão II, área da Cidade Operária, pelos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

No mês de janeiro deste ano ocorreram mais dois acidentes de trânsito envolvendo motociclistas com morte. Um deles foi registrado no dia 8, na Avenida Jerônimo de Albuquerque, no bairro da Cohama, e a vítima foi Itanael Pereira Ferreira, de 21 anos.

Segundo a polícia, a vítima estava conduzindo a moto e colidiu em veículo prata, de marca e placas não identificadas. Com o impacto, ela foi arremessada e caiu debaixo de um caminhão, que estava carregado de botijão de gás. Os agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) estiveram no local.

No dia 21, o motociclista Riveraldo Licar Santana ao tentar fazer uma ultrapassagem irregular acabou colidindo em um caminhão, na BR 135, na área do Tirirical. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que vítima tinha sido multada no dia 2 de novembro do ano passado por dirigir sem possuir carteira de habilitação.

Fiscalização
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou ontem, por meio de nota, que, apesar da redução do fluxo de veículos, as equipes de fiscalização continuam nas ruas e avenidas de São Luís; e, quando flagradas irregularidades, como as citadas na matéria, é feito o auto de infração de trânsito.

A SMTT ressaltou ainda que a fiscalização nas vias da capital é uma ação de rotina; e que, em relação a avanço de sinal e excesso de velocidade, os equipamentos de fiscalização eletrônica, instalados em pontos estratégicos da cidade, registram e autuam tais infrações de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Também por meio de nota, o Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA) informou que realiza por meio da Coordenação de Educação para o Trânsito, várias atividades durante todo o ano com o objetivo de conscientizar a população sobre a sua responsabilidade no trânsito, com foco na redução de acidentes e valorização da vida de motoristas, motociclistas, passageiros e pedestres.

Ao longo do ano, o órgão trabalha a conscientização de motociclistas, por meio de diferentes formas de abordagens através dos seus projetos. As ações educativas também alertam aos motociclistas sobre os cuidados com ultrapassagens, o uso dos equipamentos de segurança como: o capacete e a viseira, além do respeito à faixa de pedestres e à sinalização de trânsito.

O Detran também vem realizando cursos de formação para mototaxistas e motofretistas na capital e no interior, além da distribuição de coletes de segurança. Essas são práticas adotadas pelo órgão para salvar vidas e diminuir os acidentes na malha viária.

Infrações mais comuns cometidas por motociclistas

Excesso de velocidade: quem tem moto busca uma maneira rápida de se locomover, porém, ultrapassar a velocidade permitida na via é muito perigoso e resulta em multa. Essa é uma situação muito comum nas grandes cidades e pode ser uma infração média, grave ou gravíssima, dependendo do limite ultrapassado.

Avançar sinal vermelho: esperar o sinal abrir parece um sacrifício para muitos condutores e os motoqueiros acabam se arriscando passando no vermelho, porém, o monitoramento por radares acaba flagrando a irregularidade. O que parece ganho de tempo, na verdade, é um prejuízo financeiro e uma infração gravíssima.

Estacionar em local proibido: a moto é pequena e cabe em qualquer lugar, o que não significa que possa ser estacionada onde o motociclista bem entender. Desrespeitar os espaços de estacionamento regulamentado resulta em multa e possível remoção do veículo.

Ultrapassar pela contramão: mais uma vez alguns motociclistas se valem do tamanho pequeno da moto para cometer irregularidades. Como não querem andar na mesma velocidade do carro a frente, acabam fazendo ultrapassagens pela contramão em locais considerados perigosos. Como resultado, cometem uma infração gravíssima e colocam em risco a própria segurança e a dos demais usuários.

Pilotar sem o capacete: andar de moto sem capacete é proibido porque esse equipamento de proteção pode salvar vidas. O seu uso pode prevenir cerca de 69% dos traumatismos crânio-encefálicos e 65% dos traumatismos da face. O capacete protege o usuário desde que utilizado corretamente, ou seja, afivelado, com todos os seus acessórios e complementos. Nesse caso, a infração é gravíssima, com multa de R$ 293,47, recolhimento da CNH e suspensão do direito de dirigir.

Fazer manobras perigosas: quando analisamos as estatísticas de acidentes envolvendo motos, os números são impressionantes. Representando apenas 27% da frota nacional, as motocicletas foram responsáveis por cerca de 75% das indenizações pagas em 2018 pelo DPVAT. Além de ser muito perigoso, fazer malabarismos ou equilibrar-se em uma roda é também uma infração gravíssima, com multa de R$ 293,47, recolhimento da CNH e suspensão direta do direito de dirigir.

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