Covid-19

Coronavírus matou mais homens do que mulheres no Maranhão

Entre os 60 óbitos que constam do boletim epidemiológico diário, nesta segunda-feira, 21, no estado, um total de 33 eram homens

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
(coronavirus)

Dados atualizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o número de infectados no mundo pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, já ultrapassou os 2,5 milhões. No planeta, Os Estados Unidos lideram com a maior quantidade de mortos, com mais de 780 mil, seguido da Espanha, Itália, França e Alemanha. No Maranhão, segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que ficou válido até o início da noite dessa terça-feira, 21, já houve 60 óbitos. Desse total, 33 eram homens.

De acordo com o boletim da SES, o percentual de pessoas do sexo masculino que morreram após contraírem o novo coronavírus é de R$ 55%. Já o das mulheres é de 45%, com 27 casos de óbitos confirmados. Desse total, a maioria dos que faleceram estavam na faixa etária dos 70 anos para cima, com 26 vítimas, o que mostra que os idosos são muito vulneráveis à doença, por conta de vários fatores, como a baixa imunidade, o que dificulta o combate fisiológico às infecções.

No contexto das últimas mortes que ocorreram no Maranhão, de pessoas que estavam contaminadas, uma das vítimas era um jovem de 18 anos, que residia no município de Raposa, na região metropolitana de São Luís. Ele sofria de hipertensão arterial e doença renal crônica. Outro que faleceu era um homem de 63 anos, com doença renal crônica e que morava em Paço do Lumiar, igualmente na Grande Ilha. Os demais são um de 99 anos, com histórico de hipertensão, doença renal crônica e problemas cardiológicos; um de 78 anos, com problemas de hipertensão e outro de 54 anos, também com comorbidade.

Dentre essas últimas mortes, também há uma mulher, de 77 anos, que possuía uma comorbidade, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

Coronavírus e homens

Um fato que os pesquisadores ainda estão estudando é sobre o porquê o novo coronavírus está matando mais homens do que mulheres. Isso está ocorrendo não apenas no Maranhão, como em vários países, incluindo a França, Itália e EUA. De acordo com estatísticas mundiais, eles representam o maior número de contaminados, de casos graves da doença e de mortos. Na França, 59,1% dos pacientes, 74% dos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 61,1% dos mortos são do sexo masculino. Em outros lugares, essa porcentagem pode ser ainda maior.

Na China, berço da pandemia, 75% dos mortos são homens e na Itália 80%. Uma das linhas de estudo é com relação ao estilo de vida dos homens. Com relação às mulheres, eles fumam mais, por exemplo. Ademais, representam a maior taxa de diabetes do tipo 2, que é uma doença crônica na qual o corpo tem dificuldade de utilizar a insulina, ou não a produz em quantidades suficientes. Dessa forma, o açúcar, que é o principal combustível do corpo humano, não consegue entrar nas células e se acumula na corrente sanguínea, causando diversas complicações.

Segundo os infectologistas, o tabagismo e a diabetes são dois fatores de risco para a Covid-19, que invade o organismo dessas pessoas com mais impacto do que o de alguém com imunidade alta e com modo de vida saudável. Os pesquisadores também analisam outro aspecto: fator biológico. Isso significa que as mulheres teriam um sistema imunológico mais forte, quando comparado ao sexo masculino. Isso ocorreria devido aos hormônios femininos.

O estrógeno, hormônio feminino que exerce numerosas atividades clássicas bem documentadas em todo o organismo, seria um dos responsáveis pelo reforço do sistema imunológico das mulheres, como indicaram pesquisas feitas com ratos de laboratório em 2017. A Síndrome Respiratória Coronavírus do Oriente Médio (Mers), que causou infecções em vários países após ter surgido em 2012 na Arábia Saudita, contaminou mais homens, em países como Jordânia, Qatar, Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália.

Um estudo publicado na revista científica "The Lancet Infectious Diseases" mostrou que a maioria dos casos foi registrada em pessoas com doenças crônicas subjacentes, como diabetes (68%), pressão alta (34%), doença cardíaca crônica (28%) e doença renal crônica (49%).

Saiba Mais

Sobre o coronavírus

Os coronavírus são uma grande família viral, que é conhecida desde meados dos anos 1960, por causarem infecções respiratórias em seres humanos. Geralmente, os efeitos no corpo causam doenças respiratórias leves ou moderadas, semelhantes a um resfriado comum, o que pode confundir. O novo agente da enfermidade foi descoberto no dia 31 de dezembro, após casos registrados na China, no continente asiático. Em termos médicos, provoca a doença chamada de Covid-19.

Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa. O vírus pode deixar as pessoas doentes, geralmente no trato respiratório superior. Os sintomas incluem coriza, tosse, dor de garganta, possivelmente dor de cabeça e talvez febre, que pode durar alguns dias.

Para aqueles com um sistema imunológico enfraquecido, idosos e muito jovens, há uma chance de o vírus causar uma doença do trato respiratório mais baixa e muito mais grave, como uma pneumonia ou bronquite. Não há tratamento específico, mas a pesquisa está em andamento. Na maioria das vezes, os sintomas desaparecem por conta própria, e os especialistas aconselham a procurar atendimento precocemente. Se os sintomas forem piores que um resfriado comum, consulte um médico.

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