Covid-19

"Não haverá uma definição brusca", diz novo ministro

Médico oncologista Nelson Teich, que vai substituir Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde (demitido pelo presidente Bolsonaro ontem), disse ainda que é necessário definir a melhor forma de isolamento e distanciamento social

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Nelson Teich garante que as decisões sobre isolamento social não serão tomadas de forma brusca
Nelson Teich garante que as decisões sobre isolamento social não serão tomadas de forma brusca (Nelson Teich)

Brasília - O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quinta-feira, 16, que não haverá uma "definição brusca" em relação às orientações sobre o isolamento social.

Teich deu a declaração em um pronunciamento no Palácio do Planalto, ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

O isolamento social é uma das medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o enfrentamento da pandemia do coronavírus.

O antecessor de Teich, Luiz Henrique Mandetta, demitido ontem, defende o isolamento. Bolsonaro, por sua vez, quer o fim do "confinamento em massa" e a reabertura do comércio, de lotéricas e de igrejas.

"A parte do distanciamento e do isolamento, o que acontece? Não vai haver qualquer definição brusca, radical, do que vai acontecer. O que é fundamental hoje? Que a gente tenha informação cada vez maior sobre o que acontece com as pessoas, com cada ação que é tomada. Como a gente tem pouca informação, como é tudo muito confuso, a gente começa a tratar ideia como se fosse fato e começa a trabalhar cada decisão como se fosse 'tudo ou nada' e não é nada disso", afirmou.

"O que é fundamental é que a gente consiga enxergar aquela informação que a gente tem até ontem, decidir qual a melhor ação do momento e seguir qual a melhor forma de isolamento e distanciamento. Que isso seja cada vez mais baseado em informação sólida", acrescentou.

Demissão

O presidente Jair Bolsonaro anunciou oficialmente a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Em uma conversa de 30 minutos, Bolsonaro disse que chegou a um "divórcio consensual" e que também falaram da situação da pandemia do novo coronavírus no país.

"(Foi) uma conversa bastante produtiva, muito cordial, onde nós selamos um ciclo do Ministério da Saúde. Ele (Mandetta) se prontificou a participar de uma transição mais tranquila possível com maior riqueza de detalhes que se possa oferecer", declarou.

A saída de Mandetta ocorre após semanas de divergências entre o presidente e ele. Nos últimos dias, Bolsonaro e seu auxiliar mediam forças com críticas e gestos públicos. As recomendações sobre o isolamento social e a indicação de uso da cloroquina no tratamento de pacientes com covid-19 são as principais desavenças entre os dois.

Pelo Twitter, Mandetta já havia anunciado a decisão do mandatário de demiti-lo. "Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde", disse. O agora ex-ministro também agradeceu sua equipe e a sua passagem pelo Ministério. Em coletiva de imprensa, na sede da pasta, Mandetta reforçou sua defesa pela "ciência".

Trabalho

Pouco depois de receber do presidente Jair Bolsonaro a notícia de que estava demitido, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez um pronunciamento aos servidores no auditório do ministério no qual pediu apoio ao futuro ministro.

"Trabalhem para o próximo ministro tal qual vocês trabalharam para mim. Ajudem, não meçam esforços. Se trabalhavam para mim numa zona de conforto, pela equipe já estar organizada, desdobrem-se para que eles tenham o melhor ambiente para trabalhar", disse.

Mais

Conflito

A saída de Mandetta ocorreu após semanas de divergências entre o presidente e ele. Nos últimos dias, Bolsonaro e seu auxiliar mediam forças com críticas e gestos públicos. As recomendações sobre o isolamento social e a indicação de uso da cloroquina no tratamento de pacientes com covid-19 são as principais desavenças entre os dois. Demissão já foi publicado no Diário Oficial da União.

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