SÃO PAULO- Se estivesse vivo, Renato Russo completaria sessenta anos de idade em 2020. Talvez hoje não se dedicasse mais à música, pois, como lembra o jornalista Arthur Dapieve em Renato Russo: O Trovador Solitário, tinha planos de se voltar para o cinema aos quarenta e se tornar escritor duas décadas depois. Não há dúvidas, entretanto, de que, independentemente da área em que escolhesse atuar, Renato encontraria formas de tocar o público com sua sensibilidade única e sua visão perspicaz do mundo.
Publicado originalmente em 2000, quatro anos depois da morte de Renato, o livro escrito por Dapieve ganha agora, pela Agir, uma edição comemorativa – com prefácio inédito do autor e novas orelha e foto de capa de Maurício Valladares. Suas páginas conduzem o leitor à casa em que Renato cresceu, na Ilha do Governador (Rio de Janeiro), e recuperam as referências artísticas que ele teve na infância e adolescência. Na sequência, narram sua chegada a Brasília, mostrando o papel de destaque que desempenhou na formação da cena punk local.
Estão lá também as histórias do Aborto Elétrico, banda com a qual Renato começou sua vida profissional, e do Legião Urbana, que o alçou ao estrelato. O livro fala ainda de sua relação com a família, traz à tona casos dos bastidores de gravações, shows e viagens, aborda a maneira como o artista encarava sua homossexualidade, relata seus problemas com a depressão, o álcool e as drogas, chama a atenção para o impacto causado por sua morte prematura (em decorrência de complicações do HIV).
“Os que acompanhamos a sua carreira desde o início amadurecemos – ou ao menos envelhecemos – com a sensação de termos perdido algo muito precioso em 1996”, diz Dapieve no livro. “Os que foram apresentados à Legião pelos pais – ou pelas rádios ou pelos serviços de streaming – podem ter chegado tarde para ver Renato em carne e osso, mas sentem que suas músicas lhes servem de testamento.”
Escrito com jeitão de reportagem e recheado de fotos de várias fases da vida do cantor e compositor, Renato Russo: O Trovador Solitário constitui uma bela homenagem ao artista que foi Renato Russo e ao legado que deixou para as futuras gerações.
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