Editorial

Uma Sexta-Feira Santa diferente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

O s tradicionais rituais que celebram nesta Sexta-Feira,10, a paixão e morte de Jesus Cristo sofreram uma grande mudança por conta da pandemia do coronavírus que atinge todo o mundo. Com as igrejas fechadas e as celebrações litúrgicas suspensas, resta aos católicos ficar em casa e em comunhão com os preceitos religiosos, aliados ao jejum e à abstinência da carne. Para chegar aos fiéis, a Igreja Católica está usando os meios de comunicação, seguindo as orientações da Santa Sé.

Apesar de o momento ser de isolamento, sem previsão de acabar, a Igreja não se resume ao templo, mas a todos os fiéis. É a chamada igreja viva, como disse São João Paulo II. Portanto, as famílias são igrejas domésticas e atualmente estão exercendo seus papéis de oração.

Uma Sexta-feira Santa diferente, que nunca foi vivida pelos maranhenses e que hoje estão em isolamento social. O respeito e o sentimento religioso na reflexão do sofrimento de Cristo está restrito ao confinamento. Mas, a Paixão não deve ser vivida em clima de luto, mas de profundo respeito e meditação diante da morte do Senhor. Ele foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna.

Para a Igreja Católica, o ponto alto da Sexta-feira Santa é a celebração das 15 horas, horário em Jesus foi morto. Muitos hoje, impedidos de sair de casa, lembrarão da emocionante liturgia da palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística na Igreja da Sé (Catedral Metropolitana), que tradicionalmente reúne centenas de católicos na meditação da Paixão do Senhor.

Neste dia, podemos também meditar com profundidade as "sete palavras de Cristo na Cruz" antes de sua morte. É como um testamento d’Ele: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”; “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”; “Mulher, eis aí o Teu filho (…) Eis aí a Tua Mãe”; “Tenho Sede!”; “Eli, Eli, lema sabachtani? – Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonastes?”; “Tudo está consumado!”; “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!”.

Logo após da celebração, a procissão do esquife com a imagem Senhor Morto saia pelas ruas do Centro da capital, em mais uma marcante demonstração de respeito adoração, amor e fé. Emocionante em todos os sentidos.

É evidente que os católicos gostam dessas celebrações, porque coloca o seu coração em união com a paixão e os sofrimentos do Senhor. E um dos exemplos mais marcantes é a encenação da Paixão e Morte de Cristo, pelo Grupo Grita, no Anjo da Guarda, em São Luís, que este ano não aconteceu por conta da pandemia do Covid-19.

Em quase quatro décadas, essa Via Sacra, atraiu milhares de pessoas para as ruas do bairro. O espetáculo, que tem a participação dos moradores do bairro e completou 38 anos no ano passado, conta a história dos últimos dias de Jesus Cristo até a sua ressurreição. No elenco, mais de duas mil pessoas, entre atores e figurantes e as cenas são apresentadas em quatro grandes palcos montados nas principais praças e no teatro Itapicuraiba. São percorridos dois quilômetros pelas ruas do bairro.

Também como grande demonstração de fé e religiosidade, a tradicional Procissão do Fogaréu, na cidade de Caxias (MA), que reúne milhares de pessoas emocionadas na perseguição e prisão de Jesus não foi realizada este ano. Com certeza, uma Paixão bem diferente.

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