Artigo

Precisamos eleger a Vida em primeiro turno!

Prof. Nonato Chocolate, Sociólogo - Mestre em Educação, Professor do COLUN/UFMA e está Secretário Municipal de Relações Parlamentares. SEMERP-PMSLZ

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Vivemos (sobrevivemos) em dias de muitas dúvidas e incertezas, ocasionadas pela pandemia (novo corona vírus - COVID-19) que alcança o mundo todo. Essa situação, a bem da verdade, não é inédita. A humanidade já sofreu outras situações tensas com outras ondas de epidemias tais como: a gripe espanhola(1918) que na verdade teria surgido nos EUA, gripe russa(1989), ebola(1995), gripe aviária(1997), gripe suína(2009) além da AIDS-HIV que oficialmente surge com força no início dos anos de 1980, que também aniquilaram vidas e provocaram crises e desestabilizaram a economia, o mercado financeiro , ou seja, em alguma medida “trincaram” o sistema capitalista.

A OMS (Organização Mundial da Saúde), especialistas; Médicos Infectologistas e Sanitaristas, embasados e credenciados por pesquisas cientificas orientam para que, tendo em vista não termos ainda nenhuma vacina ou medicação capaz de erradicar por completo essa terrível doença viral de alto contágio, todos sem exceção de classe social, etnia ou credo religioso, devamos permanecer em isolamento social.

Surge uma polêmica que é limitar ao máximo as saídas de casa ou retornar normalmente as atividades para que a Economia não pare, incorrendo em desaceleração e recessão. Existem estudos que apontam que países onde as medidas de controle e contenção de aglomeração tiveram êxitos na recuperação das suas economias e nesse movimento que preserva a vida da força de trabalho. Isto é, dos trabalhadores, tem uma lógica pelo fato de que mesmo exigindo a presença dos funcionários no local de trabalho, inevitavelmente mais cedo ou mais tarde, o corpo funcional pode vir a adoecer, considerando que contaminação pode acontecer inclusive no próprio local de trabalho.

Em meio a esta crise surge uma questão complexa, verifica-se que 70 a 80 % das Economias capitalistas contemporânea são impulsionadas pelo consumismo, pegaremos, pois, esse único aspecto para observarmos o quanto nossas vidas mudarão do ponto de vista socioeconômico e cultural. Em uma década dobrou as 800 milhões de pessoas que viajavam pelo mundo, a indústria do Turismo destroçada, companhias aéreas estão perto da falência, os hotéis vazios, parques temáticos e restaurantes fechados. Qual sociedade alternativa teremos? Ou reconstruiremos nosso modus vivendi?

David Harvey (teórico contemporâneo da Geografia Humana, professor da City University of New York) recentemente em artigo intitulado Politica anticapitalista em tempos de COVID-19, coletaniado na obra “Coronavírus e a Luta de Classes”. Nos diz que talvez seja essa pandemia uma vingança da natureza que por mais de quatro décadas de maus-tratos abusivos da natureza sob a tutela de um extrativismo neoliberal violento e desregulado. De certo que ela (a crise sanitária) revela a fragilidade do sistema imunológico mundial e até mesmo a falência das políticas públicas de saúde numa escala global. Representada pela imagem de hospitais lotados que passam a ser estufas de superbactérias resistentes e mesmo assim não há leitos suficiente para todos, falta de ventiladores/respiradores, falta de EPI´s para profissionais da Saúde e até de forma mais draconiana; corpos jogados pelas ruas do Equador ou defuntos nas pistas de patinação de Madri ou ainda carreata de caminhões do exército italiano com milhares de pessoas falecidas.

Dessa forma, a única certeza que temos hoje é que não voltaremos para o mesmo mundo de um passado recente, parece uma obviedade. Mas, consubstancia-se num misto sentimento de angustias e incertezas. Considerando a conturbação e instabilidade que primeiro apareceu na China em Whan e se espalhou mundo a fora, até o momento já passamos de 500 mortes no Brasil e mais de 74000 no mundo. Portanto, não é “gripezinha” e “resfriadinho” conclamamos aos homens e mulheres comprometidos com a pauta democrática e causas humanitárias para guerrearmos contra o vírus e os “vermes- de- plantão”, todos irmanados em solidariedade pela vida, elegendo-a como prioridade. Não obstante, o processo eleitoral que se avizinha (eleições 2020) devem ser por questões humanitárias, avaliadas, adiadas, rediscutidas, suspensas, até porque falidos se recuperam, falecidos não (votam).

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