Pesquisador maranhense desenvolve estudo sobre antiviral para covid-19

Ruan Bastos desenvolve estudo no programa de Mestrado em Química Medicinal e Modelagem Molecular na Universidade Federal do Pará (UFPA)

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Ruan Bastos desenvolve estudos relacionados a antibiótico
Ruan Bastos desenvolve estudos relacionados a antibiótico (estudante de química da ufma)

SÃO LUÍS- Com formação no curso de Química da Universidade Federal do Maranhão, o pesquisador maranhense, natural de Açailândia, Ruan Bastos pretende desenvolver uma pesquisa sobre antiviral de amplo espectro relacionado a epidemia do coronavírus no Mestrado em Química Medicinal e Modelagem Molecular na Universidade Federal do Pará (UFPA).

Mesmo sem ter iniciado as aulas por causa de medidas de isolamento social, o estudante já iniciou suas pesquisas à distância, com auxílio do seu orientador. Ruan ressalta que a intenção inicial não era trabalhar com vírus, mas com a bactéria Staphylococcus Aureus MRSA, um tipo resistente à meticilina, objetivando o desenvolvimento de um antibiótico de amplo espectro.

Entretanto, com a epidemia do coronavírus SARS-CoV-2, mudou o foco. “Visto que minha área de pesquisa é a Química Medicinal, foi fácil perceber que seria algo útil na investigação de solução para o problema”, evidenciou o pesquisador, que ressaltou que as bactérias que eram objeto de pesquisa inicial são mais resistentes aos antibióticos existentes no mercado.

Para o discente, é gratificante poder pesquisar sobre a Covid-19, porém ressalta que os detalhes do projeto ainda serão discutidos com o orientador, visto que a pandemia é muito recente. Ele acrescenta que almeja pesquisar algo de relevância para a sociedade, mas que os planos não incluem apenas a pesquisa. “Pretendo seguir a carreira de professor pesquisador atuando na docência superior e voltar à universidade em que fiz graduação, mas então como docente”, revelou.

Pesquisa

Com orientação do professor Cleydson Breno Rodrigues dos Santos, docente do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em Química Medicinal e Modelagem Molecular, o maranhense nascido em Açailândia e egresso do campus da UFMA em Grajaú, vai desenvolver o projeto sem auxílio de bolsas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). “Eu não fui bolsista na graduação, mas eu gostava muito da pesquisa, no momento não sou bolsista, infelizmente, eu estou indo mesmo com a cara a tapa, sem conhecimento de como vou me manter em dois anos de mestrado”, destaca o pesquisador que se preocupa com os cortes em bolsas de pesquisa.

“Os cortes realmente são algo que a gente tem que levar em conta. Eu, por exemplo, estou desenvolvendo pesquisa, eu estou saindo do Maranhão, vou ficar trafegando entre dois estados que é o Amapá, onde meu orientador vai me orientar em relação ao Covid e o Pará, onde realmente é o programa do mestrado. Tudo isso eu estou indo sem a confiança de que vou ter uma bolsa, eu tenho a esperança de conseguir futuramente, talvez ano que vem. Os cortes vão influenciar bastante não somente para mim, mas para demais pesquisadores. Eu conheço muitos alunos que estão indo sem bolsa, muitos outros desistiram por causa dos cortes. Eu estou na minha cidade, fazendo pesquisa a distância com meu professor, sem recurso”, lamenta.

O pesquisador fala sobre a importância das pesquisas científicas que estão acontecendo durante a pandemia do covid-19. “Durante a pandemia está sendo muito importante, como o sequenciamento genético, foi importante para buscar os mecanismos de ação da doença, entender um pouco mais de como ele funciona. Elas estão sendo base para minha pesquisa, não só da minha como de outros pesquisadores do mundo inteiro. A gente vai fazendo uma cadeia de informação, uma hierarquia. E no final, mesmo a contribuição, menor que seja, pode ser a chave para a descoberta de um remédio favorável, de uma vacina.

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