Editorial

É difícil proibir

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Muitas pessoas foram surpreendidas com a decisão do Governo do Estado de proibir o acesso do público na Avenida Litorânea no último domingo,5, para tentar evitar a propagação do Covid-19. A decisão gerou polêmicas, como era de se esperar, nas redes sociais, com manifestações a favor – em sua maioria – e contra o impedimento.

Na edição do fim de semana, O Estado já alertava no editorial “O relaxamento contra o Covid-19” que grande número de pessoas estavam na avenida nas primeiras horas da manhã e no final da tarde fazendo caminhada, praticando ciclismo ou, simplesmente, em bate-papo, longe de pensar que o coronavírus ainda é uma realidade, que a pandemia poderá crescer e atingir picos de infecção. É a falsa sensação que o pior já passou.

A teimosia das pessoas em desafiar o vírus foi constatada a poucos quilômetros da Litorânea – no espigão da Península, no final da tarde de domingo, onde se concentrou um grande público sem qualquer restrição de policiais para evitar a aglomeração. O acesso de veículos ao local estava liberado.

A verdade é que é difícil proibir por maiores que sejam as medidas e campanhas de alerta sobre a risco da doença. Os veículos de comunicação estão a todo o momento lançando o apelo “fique casa, só saia em extrema necessidade”. Não adianta. Nos bairros, principalmente nos mais populosos da Região Metropolitana de São Luís, a conscientização para as medidas contra o coronavírus está longe de acontecer. No domingo,5, bares estavam bem frequentados – a combinação churrasquinho e cerveja – e alguns comerciantes se aventuraram a abrir os seus estabelecimentos.

Pesquisa Datafolha publicada ontem,6, questionou a população sobre as medidas de isolamento impostas pelas autoridades para conter o avanço do coronavírus. Segundo o levantamento 76% dos brasileiros acreditam que o mais importante neste momento é deixar as pessoas em casa. 18% querem acabar com o isolamento, e 6% não sabem. O instituto entrevistou, por telefone, 1.511 pessoas entre os dias 1º e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de três pontos.

E a semana começou com uma boa notícia. Por conta do fechamento do comércio no país, que tem dificultado a vida de milhões de pessoas, principalmente os mais carentes, a partir desta terça-feira,7, dezenas de milhões de brasileiros poderão baixar um aplicativo lançado pela Caixa Econômica Federal que permitirá o cadastramento para receberem a renda básica emergencial, de R$ 600 ou de R$ 1,2 mil, no caso de mães solteiras. O banco também lançará uma página na internet e uma central de atendimento telefônico para a retirada de dúvidas e a realização do cadastro.

De acordo com o governo, o próprio aplicativo avaliará se o trabalhador cumpre os cerca de dez requisitos exigidos pela lei para o recebimento da renda básica. O pagamento poderá ser feito em até 48 horas depois que a Caixa Econômica receber os dados dos beneficiários, mas o presidente do banco não se comprometeu em apresentar uma data específica. Quem não tem conta em bancos poderá retirar o benefício em casas lotéricas.

A Caixa lançará outro aplicativo, exclusivo para o pagamento da renda básica. O benefício será depositado em contas poupança digitais, autorizadas recentemente pelo Conselho Monetário Nacional, e poderá ser transferido para qualquer conta bancária sem custos.

E o presidente Jair Bolsonaro continua em seu estilo. Sem citar nenhum nome, ele afirmou a apoiadores que "algumas pessoas" do seu governo "de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos", e que não tem medo nem "pavor" de usar a caneta contra eles. Ele, no entanto, disse que "a hora deles não chegou ainda". A declaração ocorre dias depois de Bolsonaro declarar, em entrevista na quinta-feira, que nenhum de seus ministros é 'indemissível' e que 'falta humildade' ao titular da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com quem admitiu estar "se bicando". Por essas e outras, o presidente merece ser estudado.

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