Isolamento social

Ansiedade pode resultar em problemas psicológicos

Psicólogo diz que o mais indicado neste período de mudança de rotina é evitar focar no problema o tempo inteiro e buscar alternativas de relaxamento físico e mental

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Psicólogo enfatiza que o protocolo de isolamento adotado no Brasil e no mundo traz ônus para o comportamento humano
Psicólogo enfatiza que o protocolo de isolamento adotado no Brasil e no mundo traz ônus para o comportamento humano (psicólogo Antonio Neto)

Elaborar uma rotina produtiva, com leituras, trabalhos em casa, filmes, a busca por algo novo, atividade física alternativa e investir em relações familiares são maneiras inteligentes de enfrentar a crise sanitária, evitando possíveis conseqüências psicológicas decorrentes do estado de ansiedade provocado pelo agravamento da crise do coronavírus. É o que afirma o psicólogo maranhense Antônio José Freitas Neto, mestre em Gestão de Programas e Serviços de Saúde e professor universitário com atuação em São Luís.

O psicólogo enfatiza que o protocolo de isolamento adotado no Brasil e no mundo traz ônus para o comportamento humano, provocando estresse, insônia e ansiedade. Isto estaria diretamente ligado ao pensamento fixo em mesmo problema, à tentativa de querer controlar artificialmente algo que não se conhece e à busca exaustiva do máximo de informações sobre a Covid-19, o que potencializa o adoecimento mental.

“Todo esse caos mental afeta diretamente nosso hipotálamo, principal regulador da estrutura biológica, influenciando diretamente o sistema imunológico. A população está amedrontada e, muitas das vezes, não consegue controlar o medo, que se soma a outros sintomas da ansiedade”, diz.

Antônio José Freitas Neto diz que, por essa razão, é importante que as pessoas evitem uma exposição exagerada ao noticiário, numa tentativa de busca artificial de um controle que elas podem não ter. “Isso só atrai mais sintomas, sendo um deles ansiedade. Logo, escolha uma hora do dia para ficar informado sobre o quadro geral da pandemia e apenas e somente naquele momento”, aconselha.

De acordo com o psicólogo, é importante, também, trabalhar a empatia social. “Acolher o próximo nos revigora e mostra que somos necessários, que podemos ajudar, trazendo benefícios a quem o faz. Além disso, busque terapias alternativas. Na internet, pode-se obter conhecimento de várias técnicas de meditação e relaxamento para proporcionar saúde mental”, explica.

Terapia - O profissional frisa ainda que as pessoas, nesse período de turbulências e incertezas, devem praticar a calma que o mundo precisa e cuidar do próximo e que, caso os sintomas venham a se agravar, é possível buscar uma terapia online. “Varias plataformas foram desenvolvidas por conta da necessidade existente. Faça uma busca na internet sobre o Conselho de Psicologia do seu estado e informe-se”, indica.

Ele também afirma que este é um bom momento para se reconectar aos familiares, principalmente aos idosos. “Pois eles merecem uma atenção especial, uma escuta qualificada e com muita paciência. Além de serem os mais frágeis, por conta de outras comorbidades associadas, são os que mais sofrem de ansiedade e sintomas depressivos”, afirma.

A ansiedade pode se manifestar de várias formas: nervosismo, agitação, estado de alerta, não conseguir pensar em outra coisa, necessidade de ver e ouvir constantemente informações sobre o coronavírus e dificuldade para realizar tarefas diárias. “A ansiedade também é percebida nas pessoas que estão com problemas para adormecer e que acham difícil controlar sua preocupação e perguntam persistentemente aos familiares sobre seu estado de saúde, alertando-os sobre os graves perigos que correm toda vez que saem de casa”, diz o psicólogo.

Ele acrescenta que o medo pode estar diretamente ligado à ansiedade, embora não seja uma emoção ruim em si. “O que é ruim é que apareça quando não é adaptativo (em uma situação em que não se corre risco), que não apareça quando seria adaptativo se ocorresse (em situação de risco) ou que apareça com uma intensidade tal que nos bloqueia”, alerta.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.