Artigo

Respostas a calamidade que vivemos

Hildo Rocha, Deputado federal pelo MDB. 2020-2882

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

O surto mundial que estamos atravessando, de contaminações em massa por coronavírus, é um momento que marcará definitivamente a história da humanidade.

A pandemia pegou o mundo de surpresa. O vírus, que já chegou a todos os estados do País, está sendo analisado, estudado e decifrado pela comunidade mundial. De tudo o que já se sabe, uma certeza é inabalável: a necessidade categórica de união de esforços para superar as adversidades. Enquanto os médicos tratam seus pacientes e os cientistas buscam a cura, nós, representantes do povo brasileiro, temos que fazer o que nos compete. Imediatamente!

O vírus está nas ruas. E com ele, o medo. Mas quem tem direito a ter medo é o povo. E quanto mais a mente dos brasileiros se inquieta, mais é hora de demonstrarmos que nós não vamos nos aquietar. Não vamos parar. Não vamos, pelo medo de errar, perder a oportunidade de acertar. A administração pública pode até ser incapaz de exterminar a doença, mas ela não pode ser incapaz de mitigar seus efeitos, sobretudo aqueles que recaem sobre a parcela mais necessitada da população.

Há, sim, ilhas na pandemia. É uma ilusão bastante perigosa pensar que ricos e pobres serão atingidos da mesma forma. Os hospitais públicos já estavam lotados antes do Covid-19. Em casa, os pobres não têm os mesmos recursos de lazer e conforto que os mais abastados; não têm um cômodo para se isolar; não têm computador e internet para fazer teletrabalho; e se, em condições normais, já não chegam nem perto de ter a geladeira cheia para a semana seguinte, imaginem agora a despensa vazia, refletindo uma economia semiparalisada!

Foi com essa mentalidade que, no meio desse turbilhão, apresentei o Projeto de Lei nº 786/2020, que vai garantir que os estudantes da rede pública do País cujas aulas estejam suspensas, sigam recebendo os ingredientes da merenda escolar.

A alimentação escolar é, atualmente, ofertada a cerca de 40 milhões de estudantes, da creche até a educação de jovens adultos. Temos, em nosso País, 9 milhões de crianças e adolescentes em situação de extrema pobreza. São centenas de milhares de jovens que repetem três vezes o prato da merenda, porque aquela é a principal ou até mesmo a única refeição do dia. De tempos em tempos, escutamos uma história, como a que aconteceu em uma noite do ano passado em Campinas, no interior de São Paulo. Faltou luz. A diretora liberou os alunos, mas eles não foram embora. Ficaram esperando o jantar, porque não queriam dormir de barriga vazia.

É esse o Brasil em que vivemos. E é a essa população que temos que voltar nossas atenções. No atual contexto, qualquer projeto de lei que expresse desconsideração pelos mais necessitados é uma falha grave, com potencial concreto de tomar, rapidamente, proporções catastróficas. Parabenizo, desde já, os prefeitos e governadores que se adiantaram na adoção de medidas locais de continuação do fornecimento da merenda, seja em forma de vale, seja na entrega dos kits merenda.

O Parlamento brasileiro não parou e não vai parar. Há alguns dias, procurando garantir aos brasileiros as melhores práticas na prevenção da epidemia, aprovamos, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Decreto Legislativo nº 87/2020, que tive a oportunidade de relatar e que ampliava o acesso a álcool líquido pela população. Quero, aliás, congratular a Agência de Vigilância Sanitária, a ANVISA, que, antes mesmo da apreciação da matéria pelo Senado Federal, ouviu o clamor do povo, escutou o recado daquela Casa e alterou suas normativas, alargando as possibilidades de fabricação e comercialização de álcool e de outros produtos antissépticos em nosso País. Foi a decisão correta a ser tomada.

Reconheçamos, neste momento, todos aqueles que, sensíveis à dor humana, não podendo ser santos, tornaram-se profissionais de saúde em nosso País e estão, com todas as dificuldades, firmes na linha de frente dessa batalha contra o Covid-19.

Essa é, estou seguro, uma guerra que ao final iremos ganhar, mas não sem esforços e, infelizmente, não sem perdas no caminho. Em situações de dor para tantos brasileiros, é nosso destino, dos parlamentares e todo o Poder Público, minimizar os flagelos. Seguirei atuando com essa visão para concretizar algum conforto enquanto o caos não se desfaz. Ao final, sairemos dessa crise, e sairemos mais unidos, mais humanos e prontos para o futuro melhor que nos aguarda.

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