Dedicação

Paixão incondicional pela Medicina de emergência

Ele sabe que, acima de tudo, é preciso ter calma e paciência para agir em situações inesperadas e de estresse extremo, como a que o mundo vive atualmente

Evandro Júnior/ Da equipe de O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Francisco Veras fala sobre as angústias dos pacientes em tempos de pandemia
Francisco Veras fala sobre as angústias dos pacientes em tempos de pandemia (FRANCISCO VERAS)

SÃO LUÍS- No exercício da profissão há 15 anos, o médico Francisco Airton Veras de Araújo Júnior também está na batalha diária contra o novo coronavírus no Maranhão. Ele, que atende nas duas unidades do Socorrão (I e II) e no Hospital do Servidor (HSLZ), em São Luís, é clínico geral e mestre em Gestão de Programas e Serviços de Saúde. Em uma das linhas de frente da guerra contra a Covid-19, o médico ensina que, acima de tudo, é preciso ter calma e equilíbrio diante da pandemia.

“Nós escolhemos essa profissão e precisamos agir com serenidade e paciência, pois a nossa energia irradia nos pacientes e seus acompanhantes. Não podemos esquecer de que este é um momento muito delicado da vida de todos nós, seres humanos”, diz ele, que é autor do manual “Segurança do paciente: o que preciso saber?”, voltado para familiares, pacientes e cuidadores, desenvolvido para a população em geral, sobretudo para os cuidadores de pacientes, a fim de diminuir potencialmente a mortalidade nos eventos adversos.

Constantemente, Francisco Veras Júnior tem recebido pacientes queixando-se de sintomas de gripe. Mas relata que, muitos deles, na verdade, acabam desenvolvendo transtornos de ansiedade, ocasionados pelo medo da Covid-19 e pelo bombardeamento de informações diárias nos veículos de comunicação. Dessa maneira, alguns sintomas acabam aparecendo e, dessa maneira, preocupam a população No entanto, ele reconhece que, neste momento, a mídia torna-se extremamente necessária para que a população fique bem informada e siga as recomendações das autoridades.

“Há casos de pacientes que chegam com uma febre baixa ou uma dor de cabeça, mas apreensivos, achando que estão acometidos pela Covid-19. O mesmo está acontecendo com alguns colegas de profissão, devido à forte pressão face à importância que nós, profissionais da saúde, temos dentro desse cenário, que se delineou nas últimas semanas em todo o mundo. Isto está acontecendo, principalmente, com os profissionais de enfermagem, os quais estão na linha de frente nos hospitais. É preciso encarar a realidade de frente, mas com cuidado, passo a passo, sem sofrer por antecipação”, ensina, afirmando que tem notícias de colegas de profissão que desenvolveram transtornos depressivos e de ansiedade, pois sabem que atenderão a pacientes com o novo coronavírus.

O médico, que é também um dos mais queridos e compromissados professores da área no Maranhão, é conhecido pela sua dedicação ao que faz e admirado por saber agir em situações de perigo dentro da área que escolheu para seguir. É extremamente aplicado, sério e focado quando está em ação: um apaixonado pela Medicina de emergência. Paixão esta que contagia os alunos da Universidade Ceuma, onde ele ministra aulas. Sua rotina começa cedo, às 6h30 e só termina à noite. Como trabalha em dois hospitais, às vezes emenda os plantões e acaba passando mais tempo no trabalho que dentro de casa.

“Procuro trabalhar e me cuidar. Mudei um pouco a rotina e reforcei os cuidados de higiene neste período de pandemia. Sigo um protocolo ao retornar para o meu prédio, antes de entrar no meu apartamento, para proteger a minha família e os moradores do prédio. Quem escolhe essa profissão é porque tem o prazer em salvar vidas e deve estar preparado para os desafios e situações inesperadas. No entanto, precisamos também estar munidos de bons equipamentos para bem atender aos pacientes”, afirma ele, que nos hospitais, paramenta-se com máscara, óculos protetor, gorro, luva descartável e avental impermeável.

Para usar a paramentação, Francisco Veras passou por treinamentos e está assistindo a uma série de vídeos disponibilizados por hospitais de referência no Brasil, como o Albert Einstein e Sírio-Libanês, com sedes em São Paulo. “Afinal, precisamos estar preparados caso a situação se agrave. Torcemos para que esta fase passe e que a população volte a sua rotina”, diz ele, que é integrante do Conselho Regional de Medicina do Maranhão.

Entre outras coisas, Francisco Veras Júnior atuou no cargo de coordenador da Emergência do Hospital Dr. Clementino Moura, o Socorrão II, de 2011 a março de 2019. Além disso, atuou no cargo de diretor clínico da Unidade de Pronto Atendimento da BR, de maio de 2018 a março do ano passado.

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