Editorial

O relaxamento contra o Covid-19

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Em que pesem as medidas recomendadas pelas autoridades médicas de todo o mundo para o isolamento social no combate ao Covid-19, é notório em São Luís que muitas pessoas retornaram às suas atividades, ainda que existam restrições para a abertura do comércio em geral. A circulação pelas ruas e outros logradouros está, notadamente, bem acima do que deveria ocorrer e muitos já descartaram o uso de máscaras. O uso de álcool em gel até parece fazer parte do passado.

Um exemplo clássico desse relaxamento social pode ser constado na orla, especificamente na Avenida Litorânea, onde dezenas de pessoas nas primeiras horas da manhã e no final da tarde fazem caminhada, praticam ciclismo ou simplesmente curtem um bate-papo longe de pensar que o coronavírus ainda é uma realidade, que a pandemia poderá crescer e atingir picos são caracterizados por um grande número de casos de pessoas infectadas e de óbitos. É a falsa sensação que o pior já passou.

É lamentável que a árdua tarefa dos governos federal, estadual e municipal esteja sendo relaxada, mesmo com os veículos de comunicação alertando sobre o risco do aumento de contágio da Covid-19 e, consequentemente, resultados drásticos. Na última quarta-feira, médicos que estiveram no Palácio do Planalto disseram ao presidente Jair Bolsonaro que ainda não é possível relaxar as medidas do isolamento social, que são fundamentais para que casos de coronavírus não disparem nas próximas semanas e o sistema de saúde não entre em colapso.

Para os médicos, os testes em massa na população têm potencial para mudar o cenário no país. A avaliação levada ao presidente é a de que, combinada com outras medidas protetivas, os exames poderiam ser eficientes para identificar aqueles que já estão imunizados. Dessa forma, segundo eles, seria possível começar a liberar parte da população para a retomada das atividades — ainda que gradualmente. Quanto mais pessoas forem testadas, melhor.

Contrariando declarações do presidente Bolsonaro, o ministro Henrique Mandetta continua incentivando a população a utilizar máscaras – inclusive, as confeccionadas em casa – como forma de proteção contra o novo coronavírus. O uso desse tipo de equipamento pode desafogar a demanda por máscaras descartáveis destinada às equipes de saúde que atuam no combate à doença. Nos últimos dias, o governo vem enfrentando problemas para adquirir esse tipo de produto junto aos fornecedores na China, principal responsável pela fabricação de insumos e equipamentos médicos no mundo.

E para quem defende o fim do isolamento social, o vereador Carlos Bolsonaro - comungando dos ideais do pai presidente - escreveu em suas redes sociais que o Brasil “partiu para o socialismo” com a crise criada pelo coronavírus.

E arrematou: “O desenho é claro: partimos para o socialismo. Todos dependentes do Estado até para comer, grandes empresas vão embora e o pequeno investidor não existe mais”. Fecha aspas.

O problema é que o cidadão, que paga impostos altos e quase nunca tem retorno, espera que ao menos em horas de pandemia, possa contar com o poder do Estado em seu auxílio.

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