Pesquisa

Maranhão tem o maior consumo domiciliar per capita de arroz: 49,580 kg/ano

Aquisição de feijão e de farinha de mandioca por pessoa nos lares do estado teve queda contínua, já a compra de bebidas alcoólicas registrou recuo no biênio 2017/18 em relação a 2008/09

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Arroz é um produto alimentício em alta na mesa do maranhense
Arroz é um produto alimentício em alta na mesa do maranhense (arroz ma pesquisa)

O Maranhão é o maior consumidor domiciliar per capita de arroz – com consumo de 49,580 kg ao ano. Esse número faz parte do módulo Avaliação Nutricional da Disponibilidade Domiciliar de Alimentos da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017/2018, divulgada hoje (3) pelo IBGE.

Quando se compara a evolução da aquisição de alimentos das pesquisas realizadas pelo Instituto, observa-se que, após recuo significativo entre 2002/03 a 2008/09, - 51,8%, o consumo de arroz nos domicílios maranhenses subiu 181,7%, entre 2008/09 a 2017/18.

Por outro lado, percebeu-se um quadro contínuo de queda no consumo de feijão (-48,4%), bem como de farinha de mandioca (-77,2%), na comparação temporal 2002/03-2017/18. Enquanto cresceu o consumo de pescado de água salgada, ao longo das 3 POFs, decresceu o consumo de pescado de água doce, isso de modo linear.

Interessante, ainda, observar queda no consumo de sal de cozinha e de óleos, além de refrigerantes, os quais são tidos como alimentos/bebidas que têm fortes implicações para o estado de saúde das pessoas ao longo da vida.

Aquisição de laticínios, farinha e cereais caiu no Maranhão

Ao longo dos últimos 15 anos, vem caindo o consumo domiciliar per capita de laticínios, - 63,8%, farinha, féculas e massas, -57,6%, cereais e leguminosas, - 33,9% e de açúcares, doces e produtos de confeitaria, - 25,4%.

Por outro lado, aumentou, de modo contínuo, a aquisição domiciliar per capita de aves e ovos, + 40,5%, bebidas e infusões, + 193%, alimentos preparados e misturas industriais, + 111,1%. De um modo geral, essas alterações no consumo domiciliar de grupos de alimentos per capita seguiram um padrão nacional.

Apesar da contínua redução da aquisição de cereais e leguminosas, dentre todas as unidades da Federação, o Maranhão possui a maior quantidade domiciliar per capita anual desse grupo de produto. Inclusive, o consumo, no estado, é praticamente o dobro da média Nordeste e Brasil.

Em relação ao grupo pescados, o consumo domiciliar per capita somente é menor que três estados da região Norte: AM (13,998 kg/ano), AP (13,597 kg/ano) e PA (11,141 kg/ano).

Bebidas alcoólicas e bebidas não alcoólicas

Enquanto de 2002/03 para 2008/09, a aquisição para o domicílio de bebidas alcóolicas tendeu a um aumento, no intervalo de 2008/09 a 2017/18, houve recuo. Em nível de Brasil, Nordeste e Maranhão, comparando a POF 2008/09 com a POF 2017/18, a queda foi de -1,1%, -15,9% e -31,4%.

No que concerne às bebidas não alcóolicas, há um contínuo aumento em todos os três espaços territoriais analisados, sendo que o Maranhão deu um salto de 253,4% na comparação 2002-03 com 2017/18. O Nordeste apresentou elevação de 100,3% e o Brasil teve aumento de 17,3%. No caso do Maranhão, o aumento se deu muito fundamentalmente por causa da expansão do uso de água mineral em domicílio.

Quase 68% das calorias totais disponíveis para consumo no domicílio vêm de alimentos in natura ou minimamente processados

A avaliação da disponibilidade domiciliar de alimentos foi feita com base numa classificação conhecida como NOVA, que divide os alimentos segundo a extensão e o propósito do processamento industrial a que foram submetidos antes de sua aquisição pelos indivíduos. A classificação NOVA compreende quatro grupos: alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados.

O Maranhão tem uma participação relativa de alimentos adquiridos para alimentação domiciliar classificados como in natura e minimamente processados maior que a média do Brasil e de todas as regiões. Há uma forte tendência dessa participação quanto menos desenvolvido socioeconomicamente for o espaço territorial objeto de análise.

No Maranhão, do total dos alimentos in natura ou minimamente processados adquiridos pelo domicílio, aproximadamente 3/4 (75%) das calorias advém de quatro alimentos básicos: arroz, carne de aves, carne bovina e feijão.

Já na avaliação geral dos alimentos adquiridos pelos domicílios maranhenses, levando-se em conta os quatro tipos básicos de processamento alimentício, seis produtos são responsáveis por cerca de 74,2% das calorias alimentícias disponibilizadas no ambiente domiciliar: arroz, óleo vegetal, açúcar, pães, carne de aves e feijão.

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