Isolamento Social

71% dos usuários de transporte público não estão circulando

Com prejuízo diário de R$ 460 mil, as empresas de transporte temem por um colapso no sistema; motoristas de aplicativo tomam medidas de precaução para evitar o contágio por Covid-19

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Terminal está vazio devido a pandemia
Terminal está vazio devido a pandemia

Com a pandemia do novo coronavírus o número de pessoas transitando pelas ruas de São Luís diminuiu consideravelmente, principalmente as que utilizam o Sistema de Transporte Público. Nem todos podem ficar em casa em isolamento total, muitas pessoas ainda precisam sair para trabalhar, e são essas que ainda estão utilizando os ônibus. A frota foi redimensionada para 60% de um dia normal. Os taxistas e motoristas de aplicativo ainda circulam, mas também reduziram atividades e tomam cuidados de higiene para evitar contágio.

“O Sistema de Transporte Coletivo é de caráter essencial, e precisa ser mantido para dar atendimento àqueles que tem necessidade de ir e vir. Assim, no intuito de manter este serviço, as empresas, em sintonia com os Poderes Públicos Estadual e Municipal, tomou providências quanto a higienização interna dos ônibus do sistema de transporte, em todos os cinco terminais de integração, desde o dia 23 de março”, afirmou o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SET).

Mesmo com essas medidas de higienização, o número de passageiros reduziu 71% de um total de 100% do carregamento normal de passageiros. Logo, apenas 29% da população está utilizando esse serviço de transporte. Financeiramente as empresas estão tendo um prejuízo diário de R$ 460 mil, por mês, um total de R$ 12 milhões. “O cenário é de extrema preocupação, pois é sabido que, se não houver algum aporte, seja ele federal, estadual ou municipal, o sistema não conseguirá manter seu funcionamento por muito tempo. O colapso é uma realidade que se aproxima a cada dia”, disse o SET em nota a O Estado.

A estudante de Rádio e TV, Danielen Saraiva, contou ao Estado que precisou utilizar os ônibus nesta última quarta-feira, 1º, e relatou que o terminal de integração da Cohama/Vinhais estava praticamente vazio no momento. “O ônibus que peguei estava vazio, fizeram higienização assim que chegamos ao local. Foi preciso aguardar a limpeza para continuar. Pelo que percebi eles estavam fazendo em todos os coletivos”, frisou a estudante.

Outra realidade
Os motoristas de aplicativo também precisaram achar alternativas para continuar trabalhando durante a pandemia. Mesmo com o medo da doença, muitos dependem exclusivamente do trabalho para sobreviver. “Eu saí para trabalhar, porque o que eu tinha de renda só deu para segurar até certo ponto”, contou o motorista Roni Anderson. Ele também reforçou que toma os cuidados de higiene. “Sempre uso máscara e álcool em gel. A cada viagem eu higienizo o carro, procuro andar com o vidro baixo quando estou com passageiro”.

Já o motorista Diogo Avela, está em regime de quarentena em casa. “Como é um vírus invisível, não dá para gente saber quem é assintomático”, destacou. “Estou deixando de pagar diversas contas, mantenho somente o básico para sobreviver”, finalizou. Ele ressaltou, que ainda não planeja voltar ao trabalho e vai depender dos próximos acontecimentos, mas está preocupado com as contas que continuam chegando.

Depoimento

Thiago de Oliveira Silva, 23 anos e motorista de aplicativo

Thiago de Oliveira é motorista de aplicativo
Thiago de Oliveira é motorista de aplicativo

Thiago Oliveira trabalha na área há 1 ano. “É viver na incerteza. Tem sempre o dia do prejuízo, onde o que eu gasto com combustível é o que ganho, ou seja, não tenho lucro algum. Trabalhar nesse momento em que a economia está fraca não é fácil, o resultado são contas atrasadas, racionamento de comida e a preocupação com dia de amanhã. A quarentena é necessária para diminuir a propagação do vírus, mas é primordial a ajuda do governo na questão econômica. Redução de impostos, ajuda financeira, e negociação de dívidas ajudaria muitos pais de família a sobreviver nesse período”, afirmou o motorista.

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