Pandemia de coronavírus

Estudo de especialistas prevê falta de leitos ainda este mês no país

Trabalho assinado por especialistas de Harvard e secretário de Vigilância do Ministério da Saúde aponta possibilidades em diferentes cenários de Covid-19

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Secretário Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, faz o alerta
Secretário Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, faz o alerta (covid)

Rio de Janeiro - Estudo divulgado em plataforma científica assinado por especialistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e pelo secretário Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, aponta cenários com possíveis medidas que podem precisar ser tomadas pelo governo federal no combate à pandemia do coronavírus Sars-Cov-2 no Brasil.

O artigo foi publicado como prévia (pré-print) em plataforma que reúne pesquisas ainda não divulgadas em revistas científicas, ou seja, que ainda não foram revisadas por outros cientistas que fazem parte dos comitês das publicações.

O texto alerta para a falta de recursos de saúde no país já no começo de abril, para a possibilidade de o governo requisitar o controle de leitos de hospitais privados, a necessidade de produção de insumos e de mobilização de grandes formadores de opinião por uma mensagem única para conter a epidemia.

Em 20 de março, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já havia afirmado que os casos da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, deveriam disparar no país entre os meses de abril e junho.

A análise do secretário do ministério em parceria com os estudiosos de Harvard indica que hospitais brasileiros devem, a partir do começo de abril, ter redução de camas de hospitais e aparelhos respiradores, sendo a diminuição das camas de unidades de terapia intensiva (UTI) o problema mais imediato.

Nas capitais, os pesquisadores preveem que a falta de equipamentos aconteça a partir de 21 de abril. O estudo alerta para que a população mais pobre, que depende exclusivamente da rede pública de saúde, será a mais afetada pela falta de estrutura.

"Vai aumentar ainda mais as desigualdades pré-existentes, o que exige uma reflexão sobre equidade e ética na alocação de serviços”, diz o estudo. “Evitar esse cenário é a tarefa primordial do Ministério da Saúde", aponta.

Estatização de hospitais
Os pesquisadores também apresentaram 12 cenários possíveis de acordo com as possibilidades de evolução do vírus no país. Em um deles, os especialistas sugerem a necessidade de estatizar temporariamente hospitais particulares caso haja redução nos atendimentos e serviços da rede pública.

Contra a lotação do sistema público de saúde, o artigo propõe o exemplo da Espanha. Para diminuir o número de atendimentos na rede pública, o país europeu pôs todos os hospitais particulares sob o controle do estado.

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