Editorial

Chuvas e seus transtornos em São Luís

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Como se não bastasse os problemas causados pela pandemia do Covid-19, março se despediu com chuvas fortes na tarde de terça-feira, 31, causando diversos transtornos. O que se viu foi uma cidade com diversos trechos alagados dificultando o tráfego de veículos - não dão intenso por conta do coronavírus. A previsão é que o mês de abril também registre um grande volume de água, já que historicamente é considerado o mais chuvoso do ano no Maranhão.

O que se prevê são mais problemas para a população em geral em diversos setores, revelando que São Luís sofre muito com a falta de planejamento e ações para a prevenção de danos, principalmente, na área urbana da Região Metropolitana, conforme constatação dos estragos causados nos bairros mais carentes, onde a ameaça de desabamento de casas é constante em consequência das chuvas.

Os velhos problemas vieram na capital maranhense, mais uma vez, viera à tona, como a falta de infraestrutura da cidade que causa sérios transtornos para a população: ruas esburacadas, erosão dos solos, soterramento, isolamento de propriedades, queda de barreiras em estradas, imóveis invadidos pelas águas causando muitos estragos – a exemplo do que ocorreu com a sede da Fundação Antônio Brunno, no bairro Cohab-Anil, que acolhe pacientes portadores de câncer. O que viu foi de cortar o coração: uma entidade que luta com sacrifício para atender os mais carentes foi tomada pelo aguaceiro que destruiu diversos objetos usados em suas mais diversas atividades. Aos que quiserem ajudar, a Fundação precisa de material de limpeza.

Não há dúvidas que o sistema de captação de águas fluviais em São Luís não tem sido suficiente para evitar alagamentos. E não é preciso uma chuva volumosa, como a que ocorreu segunda-feira, para que os problemas surgissem. A falta de infraestrutura para evitar alagamentos não é um caso isolado de São Luís. Muito se vê nos noticiários o caos causado pelas chuvas em diversas capitais, como Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras, mas é importante que seja levada em consideração que tais transtornos são conhecidos e previsíveis e que poderiam, com a aplicação de conhecimentos de engenharia, ser muito bem evitados ou, pelo menos, aliviados os impactos.

A chuva é a causa. Não, na verdade a causa é a falta de aplicação de uma tecnologia disponível pela engenharia para evitar os transtornos. Afinal, o problema não é novidade e ainda não encontrou solução. São problemas crônicos que afligem a população e, ao que parece, estão longe de serem resolvidos na capital maranhense e, principalmente, nos bairros.

Também não vale somente culpar o Poder Público pela situação instalada. A população tem a sua parcela de culpa e responsabilidade, uma vez que as enchentes, em muitas situações, são causadas pelo lixo que é jogado nas ruas e direcionado para os bueiros. Não se pode negar que a Prefeitura tem tomado medidas para tornar melhor a vida urbana ou, pelo menos, com menos riscos depois das fortes chuvas.

Dar um destino correto para o lixo – e os Ecopontos estão aí – é fundamental para uma cidade sem enchente. A falta de respeito dos cidadãos e investimento por parte do Poder Público são dois pontos que prejudicam de maneira significativa a luta contra alagamentos e entupimento de bueiros. Ambas as situações, além de prejudicar o fluxo no trânsito, causam insatisfação na população.

Ao que parece, muita chuva ainda vai cair em São Luís, com aguaceiros e trovoadas. Ou seja, mais problemas à vista, pois é na época de chuvas que aumentam casos de doenças, como a dengue. Isso porque as águas que transbordam dos rios e bueiros entram em contato com a rede de esgoto, com animais portadores de doenças e seus excrementos (fezes e urina). Portanto, ficam contaminadas e criam oportunidades para a entrada de vírus, bactérias ou vermes pela pele, principalmente se houver feridas.

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