Coronavírus

Casos de infectados pelo Covid-19 dobram em 48 horas no Maranhão

Números são referentes ao período de segunda-feira, 30, até quarta-feira, 1º; um óbito foi registrado pela doença no estado

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Casos confirmados por exame do coronavírus são monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS)
Casos confirmados por exame do coronavírus são monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) (coronavírus)

Covid-19, o novo coronavírus, tem uma forma de contágio muito rápida e silenciosa, pois pode ser transmitido sem que alguém apresente os sintomas. Uma das medidas de contenção é a quarentena, que é diferente do isolamento social. No entanto, apesar dos esforços, o número de infectados pode subir, como está acontecendo no Maranhão. Em menos de 48 horas (de segunda-feira até quarta-feira), a quantidade de contaminados passou de 31 para 62 (até o fechamento desta edição) . Dentre esses casos confirmados, há um óbito. Ademais, seis pessoas foram curadas no estado.

No boletim de monitoramento divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) na segunda-feira, 30, havia 31 casos confirmados. Deste total, 19 são do sexo feminino e 12 do sexo masculino. No meio dos infectados, há uma criança de 1 ano. Já na noite de terça-feira, 31, foi divulgado pelo órgão que o número de contaminados passou para 62. Isso representa um aumento em 21 notificações para Covid-19, em um período de tempo curto.

Dessas novas situações registradas, um paciente encontra-se em estado grave em unidade hospitalar da rede privada, de acordo com informações da SES. Os demais receberam a recomendação de isolamento domiciliar, que ocorre quando a pessoa deve permanecer em casa, com o objetivo de minimizar o avanço da transmissão local. Entre os 31 casos já divulgados, três estão assistidos por hospital da rede privada e dois na rede pública.

Ademais, 19 permanecem em isolamento domiciliar monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).

Curados da doença
A Secretaria de Estado da Saúde confirmou que, atualmente, seis pessoas com casos confirmados receberam alta da quarentena. Isto significa que estão curadas, depois de serem orientadas quanto às precauções em suas residências. “Segundo orienta o Ministério da Saúde, os pacientes atendem ao critério por terem passado 14 dias em isolamento domiciliar, a contar da data de início dos sintomas, e seguem assintomáticos”, informou o órgão do Governo do Estado.

No mundo, quando os pacientes deixam de apresentar sintomas de Covid-19, os médicos os dispensam, mas continuam os acompanhando. Todavia, segundo pesquisadores, esse termo “cura” deve ser utilizado com cuidado, uma vez que o novo coronavírus ainda é uma doença recente, quando comparada com o sarampo e ebola, por exemplo. De acordo com o infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), ainda não foi possível construir uma gama de conhecimentos para afirmarmos que alguém de fato foi curado.

Somente após um período extra de observação por mais 14 dias, além das duas semanas de quarentena, o paciente recebe alta. Na prática clínica, significa que a doença parou de progredir, sobretudo na parte respiratória. Segundo o médico Luís Fernando Aranha Camargo, quando o paciente deixa de apresentar febre e não ocorre nenhuma evidência de progressão no quadro respiratório, ele é orientado a ir para casa, a fim de que o acompanhamento prossiga no domicílio.

De acordo com Luís Fernando Camargo, após o período de 14 dias, na ausência de sintomas, os egressos recebem alta em casa, mas são poucos os médicos que já se atrevem a falar em "cura". Isso acontece porque, dentre outras explicações, ainda não existe tratamento contra o novo coronavírus, uma vez que os procedimentos são feitos apenas para atenuar os sintomas.

A grande questão é que, para os casos confirmados, a recomendação é de que os pacientes repousem e consumam bastante água. Dependendo do quadro clínico do contaminado, este pode usar analgésico ou antitérmico, mas com prescrição médica, para mitigar a febre e a dor. Conforme o professor de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) Eliseu Waldman, a cura de uma infecção viral ocorre quando há uma resposta do próprio sistema imunológico.

Primeiro caso
No Maranhão, o primeiro caso foi confirmado pela SES na noite do dia 20 de março, depois do recebimento do resultado laboratorial. Trata-se de um homem idoso, que não apresentava sintomas graves. Ele retornou de viagem a São Paulo. O paciente é morador de São Luís, de acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde. Assim que chegou à capital maranhense, compareceu, espontaneamente, ao Centro de Testagem, devido à coriza que o incomodava.

No teste, ficou detectado que ele estava com coronavírus. Ele está em isolamento domiciliar. No dia seguinte, foi confirmado o segundo caso de Covid-19 no Maranhão. A paciente é oriunda da rede privada hospitalar. A mulher tem 37 anos, que também não apresentava sintomas graves. De lá para cá, a quantidade subiu em pouco tempo, o que surpreendeu a população maranhense.

SAIBA MAIS

COVID-19

O novo coronavírus é classificado como um betacoronavírus da linhagem 2B. Segundo a médica infectologista Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), do final de dezembro de 2019 até meados de fevereiro deste ano, não houve mutações significantes. Em média, de acordo com ela, o período de incubação é de 5 a 6 dias, variando de 1 a 14 dias. Além disso, a proporção de infecção verdadeiramente assintomática não está clara, mas parece ser relativamente rara e não parece ter importância na transmissão.
Os sintomas também são variados. O infectado pode sentir febre (87,9%), tosse seca (67,7%), fadiga (38,1%), produção de escarro (33,4%), falta de ar (18,6%), dor de garganta (13,9%), calafrios (11,4%), náuseas ou vômitos (5,0%), congestão nasal (4,8%) e diarreia (3,7%). O tempo médio do início dos sintomas até a recuperação clínica, em casos leves, é de 2 semanas. Já nos casos graves ou críticos, é de 3 a 6 semanas. Entre os que morreram, o tempo de doença variou de 2 a 8 semanas. Com relação ao tratamento, a pesquisadora observa que os casos graves ou críticos requerem ventilação mecânica (25%) e somente suplementação de oxigênio (75%). Já a taxa de letalidade pelo Covid-19 está realmente entre 0,5 e 3%. “Essa taxa de letalidade é semelhante à da gripe espanhola (2 a 3%) e muito mais elevada do que a da epidemia pela influenza A H1N1 (0,02%) em 2009 ou da gripe sazonal”, frisou a professora da UFMA.

NÚMEROS

62 casos confirmados de coronavírus no Maranhão, até o fechamento desta edição
19 pacientes permanecem em isolamento domiciliar monitorados pelo CIEVS
1 infectado com coronavírus chegou a óbito no dia 27 de março
14 dias é o tempo de isolamento domiciliar, a contar da data de início dos sintomas

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