Covid-19

Mulheres são maioria entre infectados por coronavírus no Maranhão

Porcentagem mostra que 61,2% das pessoas que tiveram o teste positivo para o coronavírus são do sexo feminino, incluindo uma criança de 1 ano

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Infecção de coronavírus no estado tem atingido mais mulheres do que homens
Infecção de coronavírus no estado tem atingido mais mulheres do que homens (coronavírus)

Os boletins de monitoramento divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostram que a maior parte das pessoas infectadas pelo novo coronavírus no Maranhão são do sexo feminino, incluindo uma criança de 1 ano. Dentre os 31 contaminados pelo coronavírus, 19 são mulheres. Os outros 12 são homens. Mundialmente, segundo estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China (CCDC), a taxa de mortalidade pela doença é maior no sexo masculino, representando 2,8%.

De acordo com a SES, apenas três mulheres que tiveram o teste positivo para a Covid-19 têm idade superior a 60 anos. Isso significa que apenas essas estão no grupo de risco com relação à faixa etária, uma vez que diabéticos, hipertensos e doentes crônicos também são suscetíveis ao coronavírus. A maior presença do sexo feminino na lista de infectados pode ser apenas uma questão estatística, no sentido de probabilidade. Nesse caso, pode envolver o aspecto da precaução.

Isso significa que a proporção de mulheres e homens contaminados no Maranhão pode reverter nos próximos dias, quando novos boletins de monitoramento serão divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde. Importante lembrar que, em outros estados, como no Piauí, onde quatro pessoas já morreram em decorrência da Covid-19, com relação aos 18 casos confirmados, 66,7% são referentes ao sexo masculino e 33,33% são do sexo feminino.

Já em Roraima, que contabilizou 13 casos confirmados, está ocorrendo um empate, pois oito são mulheres e oito são homens, de acordo com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs).

Mulheres menos vulneráveis
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, em seu primeiro estudo com base em dados de pacientes, 51% dos infectados são homens, que também estão com maior taxa de mortalidade, representando 2,8%, enquanto a porcentagem ficou em 1,7% para as mulheres. Parte da conclusão dos médicos é que a infecção pelo novo coronavírus tem maior probabilidade de afetar homens mais velhos com algum tipo de doença prévia.

Pesquisadores no mundo estão estudando esse fenômeno, como Sabra Klein, do Departamento de Microbiologia Molecular e Imunologia da Escola de Saúde Público, da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos da América. De acordo com ela, o estrogênio (hormônio sexual feminino) seria uma das explicações para que as mulheres sejam menos vulneráveis ao coronavírus, uma vez que pode estimular aspectos da imunidade que são importantes para eliminar uma infecção viral e responder bem às vacinas.

Segundo a pesquisadora, esse hormônio pode ser um fator que contribui para a maior imunidade do sexo feminino diante da pandemia. “Vários estudos realizados com camundongos infectados pelo coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) mostraram que o estrogênio contribuiu sem dúvida para a maneira como as fêmeas controlavam melhor a infecção do que os machos”, comentou Sara Klein.

Em uma pesquisa realizada em células coletadas da mucosa do nariz de homens e mulheres, os pesquisadores descobriram que o estrogênio reduz bastante a quantidade de vírus da gripe que se replica nas células infectadas.

Covid-19
O novo coronavírus é classificado como um betacoronavírus da linhagem 2B. Segundo a médica infectologista Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), do final de dezembro de 2019 até meados de fevereiro deste ano, não houve mutações significantes. Em média, de acordo com ela, o período de incubação é de 5 a 6 dias, variando de 1 a 14 dias. Além disso, a proporção de infecção verdadeiramente assintomática não está clara, mas parece ser relativamente rara e não parece ter importância na transmissão.

Os sintomas também são variados. O infectado pode sentir febre (87,9%), tosse seca (67,7%), fadiga (38,1%), produção de escarro (33,4%), falta de ar (18,6%), dor de garganta (13,9%), calafrios (11,4%), náuseas ou vômitos (5,0%), congestão nasal (4,8%) e diarreia (3,7%). O tempo médio do início dos sintomas até a recuperação clínica, em casos leves, é de 2 semanas. Já nos casos graves ou críticos, é de 3 a 6 semanas. Entre os que morreram, o tempo de doença variou de 2 a 8 semanas.

Com relação ao tratamento, a pesquisadora observa que os casos graves ou críticos requerem ventilação mecânica (25%) e somente suplementação de oxigênio (75%). Já a taxa de letalidade pelo COVID 19 está realmente entre 0,5 e 3%. “Essa taxa de letalidade é semelhante à da gripe espanhola (2 a 3%) e muito mais elevada do que a da epidemia pela influenza A H1N1 (0,02%) em 2009 ou da gripe sazonal”, frisou a professora da UFMA.

Perfil dos casos

1. Homem, de 69 anos
2. Mulher, de 37 anos
3. Homem, de 66 anos
4. Mulher, de 70 anos
5. Mulher, de 72 anos
6. Mulher, de 76 anos
7. Homem, de 43 anos
8. Homem, de 57 anos
9. Homem, de 55 anos
10. Mulher, de 28 anos
11. Homem, 30 anos
12. Mulher, de 45 anos
13. Mulher, de 44 anos
14. Mulher, de 29 anos
15. Homem, de 26 anos
16. Homem, de 29 anos
17. Homem, 61 anos
18. Mulher, 58 anos
19. Mulher, 36 anos
20. Mulher, 49 anos
21. Mulher, 55 anos
22. Criança, sexo feminino, 1 ano
23. Homem, 48 anos
24. Mulher, 43 anos
25. Mulher, 60 anos
26. Homem, 35 anos
27. Mulher, 27 anos
28. Mulher, 33 anos
29. Homem, 41 anos
30. Mulher, 35 anos
31. Homem, 49 (óbito)

Números

31 contaminados com coronavírus no MA
19 infectados são do sexo feminino
12 infectados são do sexo masculino

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