Pergentino Holanda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Escrever durante a pandemia

Manter atualizado um espaço que retrata a vida social sem nenhum tipo de evento, festas ou shows é uma prova de fogo. Porém, desafio, criatividade e conexão são as palavras que nos movem. E aproveitamos o isolamento em casa para escrever mais, ler mais e pesquisar mais. E assim como caminha a humanidade, nós vamos caminhando em busca da melhor informação para manter bem atualizados os nossos leitores.

O MÉDICO Jorge Cateb Neto com os empresários Demócrito Silva e Silva e José Walter Maciel estão sendo privados dos almoços da Confraria, às quintas-feiras. Mas eles e os demais participantes do grupo estão torcendo para que passe essa onda de isolamento social por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus
O MÉDICO Jorge Cateb Neto com os empresários Demócrito Silva e Silva e José Walter Maciel estão sendo privados dos almoços da Confraria, às quintas-feiras. Mas eles e os demais participantes do grupo estão torcendo para que passe essa onda de isolamento social por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus

Balé virtual
A bailarina maranhense Bruna Gaglianone com o namorado também bailarino Erick Swolkin, únicos brasileiros no cast do famoso Teatro Bolshoi de Moscou estão vivendo uma experiência inédita.
O icônico balé começou a transmitir virtualmente, através do Youtube, algumas de suas performances mais importantes e especiais, com a participação dos dois.
A escola fechou suas portas ao público, por conta das restrições destinadas a conter a propagação do Coronavírus, na Rússia.
O Bolshoi, que ficará fechado até 10 de abril, se junta a uma série de outros teatros, casas de ópera e museus russos que se voltaram aos canais on line para satisfazer as necessidades culturais da população durante o isolamento por causa do Covid-19.

Barba em xeque
A pandemia do novo coronavírus colocou a barba em xeque.
É grande o número de médicos que indicam a remoção total dos pelos do rosto.
Pelo sim, pelo não, tenho amigos que já eliminaram o possível problema pela raiz.
“Sem barba, menos um risco”, dizem eles, aliviados

Isolamento vertical
O presidente Jair Bolsonaro defende abertamente o chamado isolamento vertical, que segrega apenas os grupos de risco, como idosos e pessoas com outras doenças, e libera gradativamente para suas atividades, segmentos mais jovens da população.
Esta posição vem sendo defendida por entidades das áreas do comércio, indústria e do agronegócio.

Indenização
Não é fake news a afirmativa do presidente Jair Bolsonaro de que Estados e municípios que determinaram o fechamento obrigatório de estabelecimentos comerciais por conta do novo coronavírus terão que pagar os encargos trabalhistas durante a suspensão.
O artigo 486 da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) determina “No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável”.

De filho para mãe amada

O poeta, compositor e cantor Vitor Hugo Cândido (líder da banda Argumento) sofreu um duro golpe na semana passada. Sua mãe, professora Fátima Cândido, depois de lutar bravamente contra um câncer, perdeu a batalha na última sexta-feira e virou cinzas no sábado. Mas deixou um grande exemplo de vida, cujo testemunho é dado pelo próprio filho em crônica emocionada e emocionante:
“Enquanto as lágrimas transbordam em meu rosto, as lembranças tomam conta da minha mente. Numa época tão difícil, em que as pessoas precisam cada vez mais de amor, seu coração enorme vai fazer uma falta sem tamanho. Ela era minha mãe. E como tenho orgulho de dizer isso!
Educadora, sua história estará para sempre cravada em gestos, atitudes e obras das pessoas que ajudou formar. Vivia para servir, e assim escreveu seu nome na história de uma escola, de uma cidade e de muitas vidas. Minha heroína. Mesmo na maior dificuldade, nunca nos deixou faltar...
Durante os muitos anos sem a companhia diária do meu pai, que precisava sair pro mundo em busca do nosso sustento, dormíamos abraçados. Era a minha companhia, e eu a dela. Sentávamos na calçada e ficávamos contando estrelas.
Nas tardes de férias escolares, enquanto ela fazia o suco, eu ia comprar o pão quentinho, daqueles que fazia a manteiga derreter. E assim, vivendo o simples com amor no coração, ela me ensinou o verdadeiro sentido da vida e o que significa felicidade. Mostrou-me, com exemplos, o que quer dizer a palavra “gratidão”.
Ela foi minha professora, de sala de aula e de vida. Cobrava-me pelo conhecimento como a todos os seus alunos. Nisso sempre foi exigente. De tão dedicada, pensava na escola até quando estava longe. Para ela eu declamava poesias no Dia das Mães. E nosso choro já fazia parte da decoração do auditório da escola.
Lembro da sua emoção no dia em que passei no vestibular e da sua aflição quando, depois de 18 anos juntos, deixou-me em São Luís numa quitinete de poucos metros quadrados com banheiro coletivo. Eu sabia que a minha luta não seria fácil. Mas, com a sua força ao meu lado, eu podia qualquer coisa. Ela me deu tudo de que eu precisava: amor, educação, valores e a minha família.
E me deu muito mais: ela me deu a vida! Quisera eu ter o mesmo poder agora, pra devolver a sua. Mas quem somos nós pra questionar os desígnios de Deus?! Fiz tudo o que estava ao meu alcance para mantê-la conosco e do lado dos seus netos. Acompanhei a sua luta diária pela vida. Segurei a sua mão e colhi seus exemplos até o último instante. Até quando nosso Senhor fechou seus olhos e a levou pra junto d’Ele.
Mãe, sou testemunha de que a sua missão foi cumprida com louvor. Dedico à senhora tudo o que sou e serei. Eu sou a sua continuação. Sou a senhora viva! Honrarei o seu nome até o fim dos meus dias.
Obrigado por tudo! Te amo!”

TRIVIAL VARIADO

Chega de sufoco! A era do individualismo e das soluções solitárias, numa espécie de “quem manda aqui sou eu”, vai levar a uma situação pior do que já vivem municípios, estados e o país.

Gabinete de crise significa a busca do bom senso, conceito ligado às noções de experiência e razoabilidade. Só dessa forma é possível adequar regras e costumes à realidade, pesando consequências.

Tem mais: não se trata de chegar a conclusões unânimes, mas de pôr na balança todos os ingredientes para que seja indicado o melhor caminho.

Declaração do senador Fernando Henrique Cardoso em 1990, que se encaixa nos dias de hoje: “O Brasil é o país que substitui o inevitável pelo inesperado”.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, no começo da pandemia, projetou o desembolso de 80 bilhões de reais para socorrer os atingidos. Agora, revisou: passará de 700 bilhões.

Interessados em trocar de partido pedem à Justiça Eleitoral que prorrogue o prazo de 3 de abril para janela partidária. Alegam que a quarentena atrapalhou os planos para consultas. Têm razão.

Estados Unidos, o novo centro da doença, Nova York irreconhecível, com médicos e enfermeiras já usando aventais de sacos de lixo.

O serviço de entrega delivery adotado pelos principais restaurantes e casas de eventos de São Luís está dando tão certo que muitos já estão decididos a manter o serviço depois da pandemia.

DE RELANCE

Lados opostos
Depois de se dividir entre esquerda e direita, nos últimos dias um novo fosso passou a colocar os brasileiros em lados opostos: os que defendem maior isolamento social durante a expansão da pandemia de coronavírus e quem pede o confinamento exclusivo de grupos de risco para permitir a reabertura de empresas e evitar um tombo ainda maior da economia.

Lados opostos 2
O problema é que a politização do combate ao coronavírus, reforçada após apelo do presidente Jair Bolsonaro para que o país volte a funcionar, e a falta de uma ação coordenada entre municípios, Estados e União para definir uma estratégia comum já ameaçam reduzir a eficácia do esforço nacional contra a covid-19.

Lados opostos 3
Epidemiologistas e infectologistas alertam que a decisão sobre o melhor caminho a seguir precisa ser técnica e não política ou exclusivamente econômica, levando em conta fatores como a curva de novos casos e o perfil populacional dos brasileiros.

Dilema vai persistir
A paralisação de todas as atividades é uma decisão que busca preservar vidas, em função da violência e da rapidez de propagação da pandemia. Não há produção nem salários. A única certeza, no campo econômico, é o desemprego. Cairá a arrecadação de impostos, prejudicando mais ainda a prestação dos serviços públicos.

O que interessa agora
A guerra política entre o presidente Jair Bolsonaro e a maioria dos governadores é completamente fora de hora. Significa deixar o interesse público em segundo plano para afirmar apenas convicções pessoais. O cenário lembra a luta entre o mar e o rochedo em que só há um perdedor: o marisco. Nesse caso, o povo.

Barreiras
Em 1980, o professor e cientista Albert Sabin enviou carta ao presidente João Figueiredo, comunicando que deixava a assessoria prestada ao governo no combate à poliomielite. O criador da vacina contra a moléstia justificou: 1º) os levantamentos do Ministério da Saúde não eram confiáveis. Havia muito mais crianças infectadas do que os dados divulgados; 2º) as recomendações que dava se perdiam nos descaminhos burocráticos.

Barreiras 2
Mesmo elogiando o trabalho de homens e mulheres competentes e devotados, defrontar-se com funcionários que diziam não a qualquer pedido, sem justificar, era humilhante para Sabin. Passados 40 anos, em muitos escalões o vírus da burocracia segue se espalhando.

Descarte oportuno
A Receita Federal tomou a iniciativa elogiável de revogar 126 instruções normativas, publicadas entre 1969 e 2016, que não produziam mais efeitos legais. A lista saiu no Diário Oficial da União, quinta-feira. Se outras áreas do setor público seguirem o mesmo caminho, o país romperá com os grilhões burocráticos que custam caro e resolvem pouco.

Happy hour virtual
Para tentar manter o caixa enquanto as portas estão fechadas, alguns bares de São Luís inventam. Eles criaram um happy hour virtual. Os interessados reservam uma mesa virtual, com ao menos mais três pessoas. Fazem seu pedido e recebem, cada um no seu endereço, na mesma hora. O custo da entrega é revertido em créditos para consumir no bar depois de passado o período de isolamento social.

Para escrever na pedra:
“Liberdade, palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”. De um poema de Cecília Meirelles.

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