Operação

Equipes se preparam para retirada de minério de ferro de navio encalhado

O navio está encalhado desde o dia 24 de fevereiro deste ano, depois de ter saído do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. A retirada do minério de ferro ainda não tem data prevista

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Navio ALP Defender cercado por rebocadores
Navio ALP Defender cercado por rebocadores (navio)

A Marinha do Brasil (MB) anunciou que a operação para retirada de óleo do navio sul-coreano NM Stellar Banner, de propriedade da Polaris Shipping, foi concluída, tendo sido concluída no último dia 27 de março. Foram recolhidos 3.900 metros cúbicos de combustível, que foram transferidos para os navios ALP Defender e HOS Brass Ring. A partir de agora, as equipes planejarão a transferência de quase 3000 toneladas de minério de ferro da embarcação, que está encalhada desde o dia 24 de fevereiro deste ano na Baía de São Marcos, na costa do Maranhão.

De acordo com informações divulgadas pela Marinha do Brasil, a segunda etapa da operação de destanqueio terminou com a retirada de todo o óleo aspirável dos tanques do navio sul-coreano, que levaria 2.700 toneladas de minério de ferro para a China, no continente asiático. Conforme o órgão das Forças Armadas, não há vestígios de combustível na área onde a embarcação está encalhada, a uma distância de 100 quilômetros da ilha onde está localizada na região metropolitana de São Luís.

“O monitoramento tem sido realizado por meio das aeronaves, drones e embarcações nas proximidades do NM Stellar Banner”, frisou a Marinha do Brasil. Conforme a MB, ainda não há previsão para início da operação de retirada do minério de ferro. Ademais, os órgãos e empresas envolvidos permanecem em estreita coordenação com a Autoridade Marítima, no intuito de solucionar o ocorrido com a brevidade possível, obedecendo normas e procedimentos de segurança, priorizando a mitigação de riscos à poluição e à navegação.

Processo delicado

A retirada de óleo foi realizada em duas etapas, devido à delicadeza do procedimento, uma vez que poderia ocorrer o deslizamento de combustível no mar, causando um desastre ambiental. O prazo para término da operação, que começou no dia 11 de março, segundo estimado pela Marinha do Brasil, era de 10 dias, mas, devido às condições oceanográficas e meteorológicas, não foi possível concluir nesse tempo.

A MB salientou que os porões de carga continuam intactos, e os sensores instalados confirmam que a embarcação sul-coreana permanece estável. Para auxiliar no procedimento, foi enviado um navio MPOV Normand Installer, que atuou na ação de salvatagem. De acordo com informações da Marinha do Brasil, essa embarcação é multipropósita e possui guindastes de grande capacidade.

Equipes envolvidas

Para a operação de retirada de óleo, foram empregados 255 militares da Marinha do Brasil, além dos seguintes meios: Navio de Apoio Oceânico “Iguatemi”; Navio Hidroceanográfico “Garnier Sampaio”; um helicóptero UH-15 e quatro embarcações da Capitania dos Portos do Maranhão. Existe, ainda, um suporte aéreo, que é feito por um He S-76, operado pela Vale S.A, que abasteceu o Stellar Banner com minério de ferro antes do encalhamento.

Além disso, atuaram no local do encalhe o Navio MPOV Normand Installer, nove rebocadores (sendo quatro dotados com materiais para combate à poluição por óleo), três drones com câmera térmica, quatro embarcações de suporte às atividades de contingência de derramamento de óleo (OSRV), quatro PSV e dois OSV.

Inquérito da PF

De forma concomitante à retirada de óleo e planejamento para transferir o minério de ferro, a Polícia Federal (PF) está apurando, em um inquérito policial, um possível crime ambiental, uma vez que vazaram dos porões do navio sul-coreano cerca de 333 litros de óleo. De acordo com o órgão, a investigação está avaliando as circunstâncias que levaram a embarcação a encalhar na Baía de São Marcos, a 100 quilômetros da costa do Maranhão, por meio do Comitê Estadual de Segurança Portuária (Cesportos), presidido pela PF.

O crime ambiental estaria relacionado ao vazamento de óleo no mar, bem como ao impacto que o contato do minério de ferro com a água oceânica pode causar no ecossistema, afetando os fatores bióticos (organismos vivos) e abióticos (ambiente físico e químico que fornece condições de vida).

O incidente

De acordo com informações da Vale, os 20 tripulantes do navio MV Stellar Banner foram evacuados, por medida de precaução, na noite do dia 24 de fevereiro, data do incidente. O comandante da tripulação adotou a manobra de encalhe a cerca de 100 quilômetros da costa de São Luís, segundo relatado pela mineradora. A embarcação foi construída em 2016 e está sendo operada pela empresa sul-coreana Polaris. O suporte técnico-operacional está sendo realizado por meio de rebocadores e navios da Petrobras.

Segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, a embarcação transportava minério de ferro. O problema na avaria ocorreu nas proximidades da boia n° 1, no cantal da Baía de São Marcos, a uma distância de 32 milhas do Farol de Santana. O incidente foi registrado por volta das 21h30 daquele dia. Equipes de mergulho da Marinha do Brasil fizeram os trabalhos de inspeção, para que fossem identificados os danos no casco e compartimentos alagados.

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