Coronavírus

Bolsonaro cogita decreto para população poder trabalhar

Presidente falou com a imprensa após uma longa visita a vários locais de Brasília e argumentou que o giro pelo comércio teve como objetivo "ouvir o povo" sobre os problemas do Brasil; ele mandou recado aos que criticam sua atual postura

Agência Estado/Folha de S. Paulo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
(Bolsonaro)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, 29, que cogita assinar um decreto para permitir que todas as profissões possam voltar a trabalhar. O presidente tem sido crítico a medidas restritivas impostas por governadores em alguns Estados em razão da pandemia do novo coronavírus.

Segundo ele, a paralisação de comércio e da circulação de pessoas causará um grande impacto na economia, o que pode levar a uma onda de desemprego e falta de sustento para trabalhadores informais.

“Eu estou com vontade, não sei se vou fazer, mas estou com vontade de baixar um decreto amanhã: toda e qualquer profissão legalmente existente, ou aquela voltada para a informalidade, mas que for necessária para o sustento dos seus filhos, para levar o leite para os seus filhos, levar arroz e feijão para a sua casa vai poder trabalhar", afirmou ao chegar no Palácio da Alvorada neste domingo, depois de fazer uma visita a vários locais da capital federal, como padarias, postos de combustível, mercados e farmácias.

A entrevista do presidente foi transmitida nas redes sociais.Bolsonaro disse ainda que irá recorrer da decisão judicial que derrubou decreto que permitia funcionamento de lotéricas no Brasil. Segundo ele, o serviço é, muitas vezes, a única agência bancária da cidade.

"(A pessoa) vai ter que mudar de cidade para pagar o boleto, para receber seu dinheiro do Bolsa Família. Derrubaram e vou ter que recorrer. Vamos começar agora uma guerra de liminares", afirmou.

Ele justificou sua ida a pontos de comércio local, como em Taguatinga e Ceilândia, cidades satélites da capital federal, como uma forma de "ouvir o povo" sobre os problemas do Brasil.

"Se eu não ouvir o cara falar que está na banana, como é que eu vou me sentir para poder agir?", disse.

Durante sua fala, o presidente endereçou recados aos que se queixam de seus gestos, mas não mencionou nomes, afirmou apenas que o vírus existe e é preciso enfrentar a realidade.
"Se você não estiver trabalhando aqui vai estar de casa. Ou vão estar de férias ou vão estar demitidos. Essa é uma realidade. O vírus esta aí, vamos ter que enfrentá-lo. Vamos enfrentar como homem, pô, não como moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade, todos nós vamos morrer um dia", afirmou.

Para sustentar seu argumento de que o isolamento é prejudicial, Bolsonaro citou, sem apontar números, um aumento da violência doméstica.

"É só mostrar isso, tem mulher apanhando em casa. Por que isso? Em casa que falta pão todos brigam e ninguém tem razão. Como que acaba com isso? O cara quer trabalhar, meu Deus do céu, é crime agora isso?"

Ele falou ainda em "casos absurdos" como a detenção de pessoas que estavam passeando pela praia. Segundo o presidente, trata-se de um local "seguro" por ser aberto. l

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