COLUNA SOCIAL

Pergentino Holanda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
MAIS DE meio século de amizade, iniciada ainda na adolescência. É esse tempo que nos une como companheiros de vida estudantil e social. Murilo Albuquerque e este Repórter PH. Na próxima semana, Murilo desembarca em São Luís para uma curta temporada entre nós
MAIS DE meio século de amizade, iniciada ainda na adolescência. É esse tempo que nos une como companheiros de vida estudantil e social. Murilo Albuquerque e este Repórter PH. Na próxima semana, Murilo desembarca em São Luís para uma curta temporada entre nós

O valor das janelas
Nunca uma sacada fez tanta diferença. Agora é ali, no espaço exíguo, mureta baixa, o ar correndo, que a vida passa. Nesses tempos de pandemia, bem-aventurados os que dispõem de um janelão, que dirá de um corredor mais largo, de preferência com a vista ampla.
O isolamento imposto pela covid-19 nos recolheu ao lar e a cada dia redescobrimos um pedaço da própria casa. Muitos aproveitaram para trocar os móveis de lugar, reorganizar os livros, se livrar das quinquilharias acumuladas há séculos naquele cantinho intocado. Mas o respiro da alma é na beira da rua.
Pode ser por alguns minutos ou horas a fio, com a cabeça esticada para fora ou só os pés pegando sol. Ninguém sabe até quando vai o confinamento. Melhor também não pensar. Quando uma doença mata milhares mundo afora, parando cidades e países, fechando
fronteiras e proibindo abraços, talvez a coisa mais sensata a fazer seja mesmo ficar inerte, desopilando com a consciência tranquila de quem passou álcool até nas paredes.

Uma ideia para pés
Um equipamento simples, usado para impedir a contaminação em ambientes de criação de aves e de outros animais, pode se transformar em um aliado na luta contra o coronavírus. Trata-se do pedilúvio, recipiente com soluções desinfetantes para pés
colocados nas entradas dos criadouros.
A ideia é de Vladimir Pinheiro do Nascimento, PHD pela Universidade de Glasgow. Ele observou que existe, hoje, um foco correto de atenção voltado para a higiene das mãos, mas que os pés ficaram em segundo plano. Instalar os pedilúvios em entradas de hospitais, supermercados e condomínios, por exemplo, ajudaria a reduzir o contágio.
A recomendação de infectologistas é de que sapatos sejam retirados e limpos ao chegar em casa, mas isso se torna difícil em ambientes de grande circulação e que continuam recebendo pessoas, mesmo durante o período de isolamento.
Por isso a ideia do equipamento.

Dúvida de sempre
Em um de seus notáveis artigos, o empresário Antonio Ermírio de Moraes escreveu: “Muitos dizem que a classe política é o espelho da
sociedade. Não concordo. É esdrúxulo pensar que o povo brasileiro deseja ter, como seus representantes, pessoas que definham em matéria de honestidade, competência e experiência.”

Experimentou e desistiu
Moraes não compactuou com a regra da promessa vazia. Concorreu ao governo de São Paulo em 1986 e ficou em segundo lugar. A
frustração com a política o levou a escrever peças em que usava o refrão: “A política é o maior de todos os teatros”.

Billy contra a mudança
Nascido em Belém do Pará e com quem participei de grandes serestas na noite paraense, Billy Blanco inspirou-se no impasse e compôs Não Vou pra Brasília, que frequentou as paradas de sucesso nas emissoras de rádio.
Um trecho da letra: “Não vou, não vou pra Brasília / Nem eu nem minha família / Mesmo que seja / Pra ficar cheio da grana / A vida não se compara / Mesmo difícil, tão cara / Eu caio duro / Mas fico em Copacabana.”

TRIVIAL VARIADO
Voluntários da Grande São Luís já começam a se mobilizar para um oportuno e comovente ato de solidariedade: atender os animais
de rua, que também sofrem com a falta de comida causada pelo confinamento dos humanos.

A pesquisa do Datafolha divulgada na segunda-feira mostrou que, com TVs e jornais à frente, os meios de comunicação da imprensa profissional são vistos pela população como os mais confiáveis na divulgação de informações sobre a crise do novo coronavírus.

Tem mais: enquanto isso, redes sociais e aplicativos de mensagens são percebidos como pouco confiáveis em meio à pandemia.

Não há, até o momento, casos registrados de transmissão do coronavírus, causador da covid-19, por meio de jornal ou revistas, cartas ou embalagens impressas, segundo médicos e cientistas. O comunicado é da International News Media Association (INMA).

A propósito: todas as evidências científicas sugerem que superfícies de papel porosas, nas quais estão inclusas o papel de jornal, estão protegidas contra o coronavírus.

De toda forma, diferentes jornais ao redor do mundo têm adotado medidas de higienização para proteção de funcionários que trabalham na impressão e na distribuição de suas versões impressas, bem como para a de seus leitores.

Tesoureiros das próximas campanhas eleitorais vão se recordar com saudades de figuras que se tornaram conhecidas como “paitrocinadores”. Agora, praticamente extintos.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Maranhão (CREA/MA) suspendeu o atendimento presencial na sede e inspetorias. Com os servidores trabalhando em regime home office, no horário das 8h às 14h, o Conselho incentiva o uso do atendimento online.

Tem mais: o atendimento pode ser feito por meio do site www.creama.org.br, acessando o ambiente de serviços ou o ambiente público, e também via whatsapp.

Lojistas reclamaram do movimento fraco em fevereiro, que teve apenas 17 dias de funcionamento pleno. Jamais poderiam imaginar o tsunami de março. Desenha-se no horizonte uma reconfiguração do mercado.

O empresário Antonio Gentil, que se divide atualmente entre Natal e Lisboa, já está no Brasil, em quarentena na bela capital potiguar. E mandou todos os netos que moram em São Paulo retornarem a São Luís.

Antonio Gentil, que é pai de Glícia e Glênia Gentil, franqueadas de O Boticário em São Luís, está vivendo um momento de grande alegria: seu neto Filipe e a esposa Amanda Raissa já avisaram que o primeiro bisneto dele está a caminho. Significa que Glícia Gentil vai ser avó.

DE RELANCE

Sem medo de solidão
O lado suportável deste tormento global a que todos estamos submetidos é que isolamento deixou de ser sinônimo de solidão. Em
tempos de internet e redes sociais, as pessoas podem passar dias, semanas, até meses, fechadas em casa sem deixar de se comunicar com parentes e amigos. Além disso, embora nem todos façam bom uso dessa facilidade, a tecnologia permite ocupar o tempo com atividades produtivas e prazerosas, capazes de evitar tanto a neurose quanto a alienação.

Sem medo de solidão 2
Tenho aproveitado esse período de isolamento para ler mais e escrever mais. Meu “Diário de Memórias”, por exemplo, já em seu terceiro volume, ganhou dois novos capítulos. Um dos episódios que relembro é o da passagem do afiador de facas diante da janela de nossa casa no centro histórico de São Luís. De início, a gente ficava ouvindo, ao longe, a melodia inconfundível de sua gaita. Na medida em que o som se tornava mais claro, misturava-se com o ruído de sua bicicleta chocalhando nas pedras da rua. Até que
surgia na esquina o personagem e seu instrumento de trabalho.

Cenário desolador para artistas
Não há palco para se apresentar, galeria para expor, feira para autografar e abraçar o público. É desolador o cenário para a classe artística de São Luís em meio à pandemia do coronavírus. Ou seja: com o cancelamento de atividades, multiplicam-se incertezas sobre como os profissionais da cultura irão se manter financeiramente no período de quarentena, quando se sabe que a maioria deles ganha por apresentação.

Uma saída para os artistas
Em alguns estados as secretarias de Cultura preparam edital para criar uma plataforma online na qual artistas poderão mostrar suas produções - e serem pagos. O Maranhão poderia muito bem seguir o exemplo para amenizar o impacto da falta de trabalho.

Serenatas nos condomínios
Como tem ocorrido na Itália e em outros países atingidos pela pandemia do coronavírus, músicos profissionais ou que tocam por hobby têm ido às janelas e sacadas de seus apartamentos para fazer apresentações improvisadas. Às vezes, um outro vizinho entra em cena com seu instrumento ou voz, e está formada a banda condominial. E também tem quem faça o seu show solo. É a música como um
caminho para amenizar o isolamento social.

Um gol de placa
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sugere a redução de salários de integrantes do Legislativo, do Judiciário e do Executivo. O dinheiro reforçaria as ações do governo contra o Covid-19. Não se duvida de sua boa intenção. Caso obtenha êxito na proposta, poderá se esconder em Macuco, o menor município do Estado do Rio de Janeiro, e não fazer campanha em 2022. Mesmo
assim, será um dos mais votados à reeleição.

Causa e efeito
Cientistas políticos começam a projetar consequências dos fatos deste ano no comportamento dos eleitores: 1ª) a percepção mais clara da distância entre o que é dito nas campanhas, o que a lei manda e os governos podem fazer; 2ª) o populismo e bom mocismo dos candidatos levam a nada.

Bandeira branca
A Organização Mundial da Saúde cumpre tarefa histórica, agindo em todos os fronts para combater o Covid-19. A Organização das Nações Unidas deveria seguir o exemplo, apelando aos países que persistem em conflitos armados. Na maioria, as vítimas são mulheres, crianças e pessoas com deficiências. Basta o risco da pandemia.

Para escrever na pedra:
“Todos nós merecemos respeito, homens e mulheres, negros e brancos. É algo básico dos direitos humanos”. De Aretha Franklin (1942-2018), cantora americana, cujo nascimento completou ontem 78 anos

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