Imunização

Indefinido envio de novo lote de vacinas para São Luís

Esgotado no primeiro dia da campanha de imunização contra a influenza (H1N1) em São Luís, estoque ainda não tem data prevista para renovação

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Idosos formaram fila extensa para tomar a vacina no Centro de Saúde da Família do bairro São Francisco
Idosos formaram fila extensa para tomar a vacina no Centro de Saúde da Família do bairro São Francisco (campanha influenza)

Ainda não há previsão para chegada do novo lote de vacinas contra os vírus mais comuns da gripe no Maranhão, incluindo a H1N1 (Influenza A). O estoque foi esgotado em algumas cidades, como São Luís, São José de Ribamar e Caxias, no primeiro dia da campanha, que ocorreu nessa segunda-feira, 23. Um novo ofício foi encaminhado ao Ministério da Saúde, responsável pelo fornecimento das doses. Na capital maranhense, a etapa de imunização foi suspensa devido à grande procura nas 118 salas de vacinação.

De acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde (SES), os 217 municípios maranhenses ainda não concluíram a informação dos dados totais no sistema. Até o momento, apenas São Luís e São José de Ribamar, na região metropolitana, comunicaram sobre a aplicação de todas as doses da vacina contra a Influenza. O órgão frisou que esta foi a segunda vez, em menos de uma semana, que realiza a solicitação de novo lote ao Ministério da Saúde.

“Um novo lote das vacinas já está previsto ao estado, mas ainda sem data para o fornecimento”, disse a SES.

Suspensão na capital

Sobre a suspensão temporária da vacinação na capital maranhense, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) esclareceu que isso aconteceu em razão da grande demanda registrada na última segunda-feira, provocando o esgotamento das doses disponíveis. O órgão ressaltou que o Ministério da Saúde já foi informado, para que seja providenciado novo lote da vacina, e que, até o recebimento desse novo lote, o cronograma de vacinação segue apenas para acamados que já haviam feito agendamento para imunização.

A suspensão abrangeu todos os postos da capital maranhense, até que os estoques da vacina sejam repostos. No primeiro dia da campanha, houve uma correria aos locais de vacinação, o que levou ao esgotamento das doses. Em São Luís, foram aplicadas 50 mil doses no primeiro dia da campanha.

A campanha

A 1ª fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, coordenada pelo Ministério da Saúde, será dividida em três etapas. Nesta primeira fase, que seguirá até o dia 15 de abril, serão imunizadas as crianças a partir de 6 meses de vida a menores de 6 anos, bem como idosos a partir dos 60 anos e os profissionais que trabalham na área da saúde. Somente na capital maranhense, foram disponibilizadas 68 salas de vacinação distribuídas nas unidades de saúde do município.

Para São Luís, foram entregues, inicialmente, 85 mil doses. Mas serão distribuídas mais de 54 mil para as unidades de saúde localizadas na capital maranhense. No decorrer da campanha, estima-se que a Coordenação de Imunização da Semus receba cerca de 290 mil doses da vacina. Neste ano, a campanha traz o conceito “Gripe. Tem que vacinar”. Também voltada para as outras duas fases, as peças destacam as datas de início da vacinação para cada grupo e chamam a atenção para a importância de se respeitar o calendário para que todos sejam imunizados.

Outras etapas

Na segunda etapa da campanha, que começa dia 16 de abril, entram os professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, além dos doentes crônicos. A partir de 9 de maio, “Dia D” de vacinação, serão imunizadas as crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), pessoas com mais de 55 anos, gestantes, mães no pós-parto (até 45 dias após o parto), população indígena e portadores de condições especiais. A campanha seguirá até o dia 23 de maio.

A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um desses grupos, até o dia 22 de maio, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Para isso, foram adquiridas 75 milhões de doses da vacina, que já estão sendo enviadas aos estados. A antecipação da campanha de abril para março ocorreu para proteger os públicos prioritários contra os vírus mais comuns da gripe. A vacina contra influenza não tem eficácia contra o coronavírus, porém, neste momento, irá auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para Covid-19, já que os sintomas são parecidos.

E, ainda, ajuda a reduzir a procura por serviços de saúde. Estudos e dados apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos, grupo que corresponde a 20,8 milhões de pessoas no Brasil. Por isso, a primeira etapa da campanha contempla esse público.

Sobre H1N1

A H1N1 consiste em uma doença causada por uma mutação do vírus da gripe. Ela se tornou conhecida quando afetou grande parte da população mundial entre 2009 e 2010. Os sintomas da Influenza A são bem parecidos com os da gripe comum, e a transmissão também ocorre da mesma forma. O problema é que ela pode levar a complicações de saúde muito graves, podendo ser fatal. O vírus vive por duas a oito horas em superfícies. Lavar as mãos com frequência ajuda a reduzir as chances de contaminação.

Segundo a Organização Mundial da Saúde e o Center for Deseases Control (CDC), o centro de controle de doenças nos Estados Unidos, não há risco de esse vírus ser transmitido através da ingestão de carne de porco, porque ele será eliminado durante o cozimento em temperatura elevada (71º Celsius). Acredita-se que a H1N1 possa ser transmitida da mesma maneira pela qual se transmite a gripe comum. Os vírus da influenza se disseminam de pessoa para pessoa, especialmente por meio de tosse ou espirros das pessoas infectadas.

Algumas vezes, as pessoas podem se infectar tocando objetos que estão contaminados com os vírus da influenza e depois tocando sua boca ou o nariz.

Casos de H1N1

Este ano, até a Semana Epidemiológica 11, que encerrou no dia 14 de março, foram registrados no Brasil 165 casos e 13 óbitos por Influenza A, 139 casos e 14 óbitos por Influenza B e 16 casos e 2 óbitos por Influenza A (H3N2). O Estado de São Paulo concentra o maior número de casos de H1N1, com 42 casos e 2 mortes. Em seguida, estão a Bahia, com 40 casos e 3 óbitos, e o Paraná, com 20 casos e 5 óbitos.

Ano passado, o país registrou 5.800 casos e 1.122 óbitos pelos três tipos de influenza. Com relação ao Maranhão, até o momento, foram contabilizados 22 casos de H1N1, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde. Além disso, 10 pessoas morreram, mas apenas um confirmado e dois descartados após análise feita pelo Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde. Outros sete estão sob investigação.

Tipos de gripe

A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão, segundo o Ministério da Saúde. O vírus Influenza propaga-se facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização no mundo.
Existem quatro tipos de vírus influenza: A, B, C e D. Os influenza A e B, geralmente, ocasionam as denominadas epidemias sazonais. O da categoria A é responsável pelas grandes pandemias.

Os vírus do tipo A são encontrados em várias espécies de animais, além dos seres humanos, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. As aves migratórias desempenham importante papel na disseminação natural da doença entre distintos pontos do globo terrestre. Eles são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações de duas proteínas diferentes, a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase (NA ou N). Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente o A(H1N1)pdm09 e o A(H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam as pessoas.

Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros.

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