Recurso recuperado da Lava Jato será usado contra Covid-19
Decisão de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, permite uso de recursos recuperados de desvio de verba pública da estatal; Ministério da Saúde vai contar com mais R$ 1,6 bilhão para as ações de combate à epidemia
BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, determinou ontem que os recursos recuperados da Petrobras a partir da operação Lava Jato sejam destinados ao combate à epidemia do novo coronavírus.
Com a decisão, o Ministério da Saúde vai contar com mais R$ 1,6 bilhão para as ações de combate à epidemia no país.
O chamado fundo da Petrobras reserva recursos que devem ser aplicados no Brasil como reparação por fraudes na estatal. Inicialmente, ele seria destinado à educação, mas não chegou a ser gasto.
A decisão de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). Antes de fazer a determinação para que os recursos seja enviados ao Ministério da Saúde, o ministro ouviu o Congresso e o governo federal, que também concordaram com a medida.
Fundo da Petrobras
Os recursos recuperados da Petrobras somam R$ 2,6 bilhões e já tinham sido divididos em setembro do ano passado, quando o ministro Alexandre de Moraes, relator de uma ação sobre a destinação do fundo, validou os termos de um acordo para a distribuição da verba.
Pelo acordo, o dinheiro foi para ações de educação, ciência e tecnologia e para os estados da Amazônia, para combate a desmatamentos e incêndios. Nem toda a verba foi empenhada, até o momento.
Contaminados
A crise do novo coronavírus ainda permanece na equipe do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Já são 23 as pessoas que deram positivo para o Covid-19 que estavam na equipe de Bolsonaro.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), Marcelo Thomé, confirmou ontem que fez um teste e está com o novo coronavírus. Ele é o 23º membro da comitiva que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro em viagem aos Estados Unidos a contrair a Covid-19. Bolsonaro teve contato com auxiliares que já foram diagnosticados com o coronavírus nos últimos dias, como o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.
Segundo divulgou em suas redes sociais, porém, os dois primeiros testes feitos por ele deram negativo.
O presidente voltou a afirmar que, caso receba orientação médica, poderá fazer um novo exame. Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta defendeu o sigilo sobre os resultados dos exames.
"Os exames do paciente são do paciente. São da sua intimidade. A gente não faz divulgação nem do seu, nem do meu, nem do de ninguém", disse Mandetta.
O contato com uma pessoa infectada é uma das formas de transmissão do coronavírus. O presidente foi criticado por infectologistas e até por aliados por expor os manifestantes no dia 15 ao risco de contaminação por Covid-19.
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