Manobra

Retirada de óleo de cargueiro encalhado entra na segunda etapa

Previsão era que a operação fosse concluída hoje. Novo Plano de Destinação do Óleo Combustível do navio Stellar Banner está em fase final de elaboração

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Abastecimento reverso da embarcação entrou na segunda fase
Abastecimento reverso da embarcação entrou na segunda fase (navio fase)

A operação para retirada de 3.400 toneladas de óleo do navio sul-coreano MV Stellar Banner completa, nesta sexta-feira, 20, 10 dias, prazo que foi estipulado, como estimativa, para que o procedimento fosse encerrado. A ação está em sua segunda etapa, de acordo com informações da Marinha do Brasil (MB). A corporação disse que já foram bombeados mais de 1.020 metros cúbicos do combustível para os tanques do navio OSV HOS Brass Ring, utilizado especificamente para essa situação.

De acordo com a Marinha do Brasil, o novo Plano de Destinação do Óleo Combustível, do Stellar Banner, está em fase final de aprovação pelas Autoridades Marítimas e Ambiental. Para esse procedimento, o navio Stellar Iris receberá o combustível das embarcações envolvidas na operação de retirada. A MB informou que, até o momento, a situação permanece estável e que o monitoramento tem sido realizado por meio de aeronaves e navios no local do encalhe.

Ainda segundo a Marinha, não há vestígios de óleo na área onde o navio sul-coreano, de propriedade da Polaris Shipping, está encalhado, na Baía de São Marcos, a 100 quilômetros da Ilha de São Luís, na costa do Maranhão.

Nota da Polaris

Em nota, a Polaris Shipping afirmou que a operação de retirada do combustível permanece sem vazamentos e que a expectativa de conclusão se mantém para cerca de 10 dias, desde a sua data de início, se as condições climáticas assim permitirem. “Vale reforçar que a Marinha tem emitido boletins diários com o status da operação e que todas as partes têm atuado de forma colaborativa para que seja dada a melhor tratativa”, frisou a empresa.

Vazamentos não detectados

Desde o início da operação, quando as condições meteorológicas e oceânicas estavam favoráveis, segundo a MB, não foram registrados vazamentos de óleo no mar. Os sobrevoos são realizados diariamente pelos helicópteros UH15, da Marinha, e S-76, da Vale. Por isso, sensores de movimento estão sendo instalados a bordo do Stellar Banner, a fim de realizar monitoramento do comportamento estrutural da embarcação.

“O Navio de Apoio Oceânico ‘Iguatemi’ e o Navio Hidroceanográfico ‘Garnier Sampaio’ permanecem no local do incidente, a fim de realizar sondagens e coleta de amostras de água, monitoramento de poluição hídrica e controle do trânsito de embarcações”, destacou a Marinha do Brasil.

A operação

A operação consiste na aproximação de uma embarcação receptora, que faz o bombeamento do combustível por meio de mangueiras especiais, como acompanhou o Jornal O Estado em sobrevoo no helicóptero da Marinha do Brasil. A grande preocupação é com os vazamentos, que estão sendo monitorados por meio de helicópteros, que realizam três sobrevoos diários no local onde ocorre o encalhe. Vários órgãos estão envolvidos na manobra, além da Vale e a Polaris Shipping.

“Existem kits de contenção de vazamentos disponíveis nos locais de conexão das mangueiras no navio e na embarcação receptora para mitigar o risco de poluição ambiental”, frisou a Marinha do Brasil. Dois navios de pesquisa, utilizados pela MB, estão monitorando as condições do mar e qualidade da água, devido ao risco de vazamento de óleo. Antes de começar a operação, foram realizados, com sucesso, testes nos mangotes e sistema de transferência.

O incidente

De acordo com informações da Vale, os 20 tripulantes do navio MV Stellar Banner foram evacuados, por medida de precaução, na noite do dia 24 de fevereiro, data do incidente. O comandante da tripulação adotou a manobra de encalhe a cerca de 100 quilômetros da costa de São Luís, segundo relatado pela mineradora. A embarcação foi construída em 2016 e está sendo operada pela empresa sul-coreana Polaris. O suporte técnico-operacional está sendo realizado por meio de rebocadores e navios da Petrobras.

Segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, a embarcação transportava minério de ferro. O problema na avaria ocorreu nas proximidades da boia n° 1, no cantal da Baía de São Marcos, a uma distância de 32 milhas do Farol de Santana. O incidente foi registrado por volta das 21h30 daquele dia. Equipes de mergulho da Marinha do Brasil estão fazendo os trabalhos de inspeção, para que sejam identificados os danos no casco e compartimentos alagados.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.