Bolsa Família

Governo corta verba do Bolsa - Família em meio a pandemia de COVID-19

Foram cortados 159 mil reais e 61% são do Nordeste; o programa atende famílias que vivem em situação de extrema pobreza

Com informações do UOL Notícias

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
61% dos cortes são da região Nordeste
61% dos cortes são da região Nordeste (Bolsa família)

Na última quinta-feira (19) o Ministério da Cidadania começou os pagamentos da folha de março e anunciou um corte de 158.452 bolsas. Apesar da promessa de ampliar o projeto, o corte afetou principalmente a região Nordeste, local que mais se beneficia do programa.

Dos 158,4 mil benefícios a menos em março, 96.861 (ou 61,1% do total) foram retirados da região. Metade das famílias pertencem ao Nordeste. Em janeiro desse ano 3% das famílias que ingressaram no programa eram nordestinas, o que causou críticas.

Em entrevista com o site UOL, o Ministério afirmou que a redução ocorreu pois 185 mil famílias entraram no programa, mas 330 mil se emanciparam por superarem “as condições necessárias para a manutenção do benefício”.

O programa atende famílias que vivem em situação de extrema pobreza, com renda de até R$ 89,00 por mês, e de pobreza com renda entre R$ 89,01 e R$ 178 por mês. Quando a renda per capita supera esse valor, a família é retirada do programa.

De acordo com o ministério, o governo anunciou um reforço no Bolsa Família, com a inclusão de 1,2 milhão de famílias beneficiadas, que hoje estão na fila de espera, como medida de enfrentamento aos impactos do coronavírus.

Em entrevista também para o site UOL, o O doutor em Economia Social e pesquisador do Bolsa Família, Cícero Péricles de Carvalho, diz estar surpreso com a folha de março e com a explicação dada pelo ministério, já que o momento, devido ao surto do COVID-19, exigiria uma rápida ação para aumentar a renda das famílias pobres.

"Impressiona que, num momento em que todos os países afetados pela epidemia estão ampliando suas políticas sociais como forma de enfrentar os impactos da crise nos setores mais pobres da população, o governo brasileiro reduza a cobertura no seu mais eficiente programa de combate à pobreza", opinou Cícero.

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