Deu a louca no mundo

LUIZ THADEU NUNES E SILVA/Engenheiro agrônomo e palestrante

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Mal começamos 2020, um ano bissexto, e alguma ou algumas coisas estão fora da ordem mundial, a começar pelo tempo. Calor de vinte graus na Antártida, chuvas torrenciais, com devastação de ciclones, pandemia, uma palavra que entrou para o nosso cotidiano. Para os que acreditam em fim dos tempos, temos todos os ingredientes para o apocalipse.
Pela primeira vez, o planeta enfrenta uma pandemia com tanta gente conectada. Na internet, e nas mídias em geral, não se fala em outra coisa, o assunto do momento é coronavírus, ou Covid-19, o vírus que foi descoberto em uma feira livre, no final de 2019, na China, se espalhou pelo mundo, e está devastando-o como nada visto antes.
Estive na China, um lugar fascinante e surpreendente, duas vezes, e visitei feiras livres; tão precárias quanto algumas das nossas, sem higiene. Foi em uma feira em Shangai que vi cachorro morto, pendurado em açougue, para consumo humano. Talvez isso explique por que nos últimos anos a maioria das gripes que se espalharam pelo mundo tenham se originado lá, como a gripe aviária(H5N1), gripe suína( H1N1), além da SARS(Síndrome respiratória aguda), que matou mais de cinco mil pessoas entre 2002/03.
Em agosto de 2014, desembarquei em Hong Kong, e no aeroporto espirei, e logo surgiu um funcionário com um aparelho para medir minha temperatura, era o auge da Influenza A, e por causa do espiro, fui para uma sala reservada,
passei cerca de três horas, mediram novamente minha temperatura, e fui liberado.
A humanidade sempre conviveu com as epidemias, e a mais devastadora foi a gripe espanhola, que dizimou mais de cinquenta de pessoas no início do século passado. A Aids chegou no começo dos anos 80. Para muitos, durante anos, além de ser uma infecção viral fatal, ela significou uma espécie de vingança celeste contra os homossexuais (que eram as vítimas mais frequentes). No fim
a ciência entendeu que o vírus não infectava só homens gays. Na África o ebola foi responsável por mais de onze mil morte entre 2014/16.
Mas nada que se aproxime do Covid-19, que está mexendo com a economia mundial, ao ponto de países fecharem suas fronteiras, os EUA proibirem voos da Europa, e as bolsas de valores de todo o mundo terem quedas jamais vistas.
Guerra entre Rússia e Arábia Saudita por causa do petróleo.
O dólar rompeu a barreira dos cinco reais, desorganizando as economias de vários países. Em tempos de globalização total, uns chineses comeram uma sopa de morcego em uma feira livre na China, contraíram o coronavírus, contaminou a região, que se espalhou
pelo mundo, matando pessoas, espalhando medo, ao ponto de um simples aperto de mão ficar proibido.
Em tempos de pandemia fui reler “A peste”, de Albert Camus( 1913-1960),que narra a história dos trabalhadores que descobrem a solidariedade em meio a uma peste que assola a cidade de Oran, na Argélia. Uma ótima narrativa. Estamos (estávamos) no meio de uma extraordinária impulsão em direção a um mundo cada vez mais aberto, sem fronteiras: um mundo de viagens, contatos e encontros. Mas, como sempre acontece, não há fluxo sem o refluxo produzido por aqueles que se sentiram deixados de fora da festa. O refluxo é uma vontade apavorada de ficar em casa, entre familiares e poucos amigos, falando a mesma língua e das mesmas
coisas de sempre.
Era para eu está na China nestes dias, comprei as passagens em junho/19, e por causa da pandemia, cancelamento da companhia área, a viagem foi transferida para 06 de junho, caso tudo se normalize. Nesta viagem iniciarei uma volta ao mundo, onde visitarei todos os continentes e tomarei banho em todos os oceanos do planeta Terra. Oxalá. Uma coisa é certa, essa pandemia causará mais falidos que falecidos.

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