Manobra

Operação para retirada de óleo de navio deve ser concluída na sexta-feira

Manobra, conhecida como Abastecimento Reverso, foi iniciada na tarde do último dia 11 de março no MV Stellar Banner; já foram retirados mais de 30% do combustível da embarcação

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Operação de retirada de óleo de navio, chamada de abastecimento reverso, prossegue com êxito
Operação de retirada de óleo de navio, chamada de abastecimento reverso, prossegue com êxito (abastecimento reverso)

Continua sendo realizada a operação para retirada de 3.400 toneladas de óleo do navio sul-coreano MV Stellar Banner, em uma ação coordenada pela Marina do Brasil (MB), com o apoio de outros órgãos, a Vale e a empresa Polaris Shipping, proprietária da embarcação, que está encalhada na Baía de São Marcos, a 100 quilômetros da costa maranhense. Até o momento, foram recolhidos mais de 30% do combustível. A manobra, que é conhecida como Abastecimento Reverso, começou no último dia 11 de março e deve ser encerrada na próxima sexta-feira, 20.

Desde o início da operação, quando as condições meteorológicas e oceânicas estavam favoráveis, segundo a MB, não foram registrados vazamentos de óleo no mar. Os sobrevoos são realizados diariamente pelos helicópteros UH15, da Marinha, e S-76, da Vale. A operação de destanqueio, portanto, prossegue normalmente. A instituição naval explicou que a empresa Polaris Shipping estima que o Abastecimento Reverso será encerrado em até 10 dias, mas a manobra pode ocorrer em um prazo maior, dependendo das condições oceanográficas e do tempo.

Ainda segundo a Marinha do Brasil, essas condições meteoceanográficas e os requisitos de segurança são monitorados diariamente. Além disso, sensores de movimento estão sendo instalados a bordo do Stellar Banner, a fim de realizar monitoramento do comportamento estrutural da embarcação. “O Navio de Apoio Oceânico ‘Iguatemi’ e o Navio Hidroceanográfico ‘Garnier Sampaio’ permanecem no local do incidente, a fim de realizar sondagens e coleta de amostras de água, monitoramento de poluição hídrica e controle do trânsito de embarcações”, frisou a MB.

Equipes empregadas

A Marinha informou que estão sendo empregados 255 militares da instituição, além dos navios de Apoio Oceânico “Iguatemi” e Hidroceanográfico “Garnier Sampaio”. Outros recursos são os helicópteros UH15 e S-76, e uma aeronave do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que é conhecido como “Poseidon”. Para a operação, estão no local do encalhe sete rebocadores, sendo três dotados com materiais para combate à poluição por óleo.

As equipes estão utilizando, ainda, um drone com câmera térmica, cinco embarcações de suporte às atividades de contingência de derramamento de óleo (OSRV e OSV) e dois PSV. “Os navios PSV Bigua e Navegantes Pride chegaram na cena de ação para prestar apoio à remoção de óleo. Os órgãos e empresas envolvidos permanecem em estreita coordenação com a Autoridade Marítima, no intuito de solucionar o ocorrido com a brevidade possível, obedecendo normas e procedimentos de segurança, priorizando a mitigação de riscos à poluição e navegação”, destacou a Marinha.

A operação

A operação consiste na aproximação de uma embarcação receptora, que faz o bombeamento do combustível por meio de mangueiras especiais, como acompanhou o Jornal O Estado em sobrevoo no helicóptero da Marinha do Brasil. A grande preocupação é com os vazamentos, que estão sendo monitorados por meio de helicópteros, que realizam três sobrevoos diários no local onde ocorre o encalhe. Vários órgãos estão envolvidos na manobra, além da Vale e a Polaris Shipping.

“Existem kits de contenção de vazamentos disponíveis nos locais de conexão das mangueiras no navio e na embarcação receptora para mitigar o risco de poluição ambiental”, frisou a Marinha do Brasil. Dois navios de pesquisa, utilizados pela MB, estão monitorando as condições do mar e qualidade da água, devido ao risco de vazamento de óleo. Antes de começar a operação, foram realizados, com sucesso, testes nos mangotes e sistema de transferência.

Esquema com navios

A operação foi iniciada devido às condições meteoceanográficas, que estavam favoráveis. A ação está sendo desenvolvida com o apoio dos navios OSV ALP Defender e OceanPact, bem como pelas equipes de Salvage. A Polaris Shipping destacou que o ALP Defender e o HOS Brass Ring estão atuando diretamente no Abastecimento Reverso. Os dois veículos estão equipados com sistema de posicionamento dinâmico (DP), sistema de controle automático de posicionamento com uso de propulsores, que são constantemente ativados para a redução dos efeitos do mar, minimizando o risco de derramamento de óleo.

“Além disso, possuem capacidade de armazenamento substancial para receber o óleo combustível da MV Stellar Banner. O HOS Brass Ring possui um heliponto para transportar os suprimentos e equipamentos necessários da operação de maneira rápida”, frisou a empresa em nota. Após a retirada do combustível, será iniciada a operação para recolhimento do minério de ferro, o que possibilitará o desencalhe do MV Stellar Banner. Uma solda provisória será feita na proa do navio sul-coreano, onde existe uma área afetada de 25 metros.

Essa área surgiu devido a uma avaria, quando a embarcação bateu em um banco de areia, em um ponto com pouca profundidade, na Baía de São Marcos.

O incidente

De acordo com informações da Vale, os 20 tripulantes do navio MV Stellar Banner foram evacuados, por medida de precaução, na noite do dia 24 de fevereiro, data do incidente. O comandante da tripulação adotou a manobra de encalhe a cerca de 100 quilômetros da costa de São Luís, segundo relatado pela mineradora. A embarcação foi construída em 2016 e está sendo operada pela empresa sul-coreana Polaris. O suporte técnico-operacional está sendo realizado por meio de rebocadores e navios da Petrobras.

Segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, a embarcação transportava minério de ferro. O problema na avaria ocorreu nas proximidades da boia n° 1, no cantal da Baía de São Marcos, a uma distância de 32 milhas do Farol de Santana. O incidente foi registrado por volta das 21h30 daquele dia. Equipes de mergulho da Marinha do Brasil estão fazendo os trabalhos de inspeção, para que sejam identificados os danos no casco e compartimentos alagados.

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