WASHINGTON - Com mais de 1,8 mil casos confirmados de coronavírus, metade deles em cerca de 72 horas, o governo dos Estados Unidos declarou na sexta-feira, 13, estado de emergência nacional para tentar conter a epidemia.
Graças à medida, o governo poderá usar um fundo para alívio de desastres de até US$50 bilhões (cerca de R$250 milhões), e não precisará de aprovação do Congresso para empregar a verba.
A medida, tomada pelo presidente americano, Donald Trump, acontece após uma série de críticas à maneira como o republicano administrou a crise de saúde até o momento.
"Esforços precisam ser feitos agora para promover distanciamento social, aumentar a capacidade de testes e dar uma mensagem clara para o público. Doenças não param em fronteiras, por isso é fundamental ter consistência e transparência" defendeu à BBC News Brasil Rachael Piltch-Loeb, pesquisadora de saude pública global da New York University.
Até o começo dessa semana, Trump fazia o oposto disso. "Fiquem calmos, isso vai desaparecer", disse recentemente, depois de acusar reiteradamente seus rivais democratas de exagerar a importância da epidemia e de repetir que os casos de coronavírus estavam reduzindo no país, enquanto, na verdade, eles estavam aumentando.
"A decretação do estado de emergência é uma rara admissão de erro por Trump. É também uma medida mais correta pra lidar com a situação do que o banimento de viagens de europeus aos EUA, que tende a ser inócuo", afirma Carlos Gustavo Poggio, professor especialista em política americana da FAAP.
Apelo
O presidente dos Estados Unidos disse, na sexta-feira, que estava declarando emergência nacional para "liberar todo o poder do governo federal". Ele fez um apelo para que todos Estados criem centros de emergência para ajudar a combater o vírus.
Trump estava sob pressão para declarar uma emergência de doenças infecciosas sob lei de 1988 que permitiria à Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) fornecer fundos de desastres para governos estaduais e municipais e equipes de suporte de implantação. Esse poder raramente é usado. O ex-presidente Bill Clinton, em 2000, declarou tal emergência para o vírus do Nilo Ocidental.
Com informações da Agência Brasil
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