Vida Educação

A revolução da aprendizagem adaptativa: dos EUA para o MA

UNDB Centro Universitário e Colégio Dom Bosco serão pioneiros nessa abordagem no estado, usando uma abordagem inovadora que instiga o aluno a aprender cada vez mais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

[e-s001]Para a maioria das escolas que usam metodologias tradicionais, uma aula de ciência sobre vírus e vacinação, seria feita de forma expositiva, com alunos ouvindo uma palestra de um professor que usaria slides ou vídeos para apresentar teses e fórmulas. Eles anotariam algumas questões, e ao final da exposição, poderiam fazer alguma pergunta se tivessem dúvidas.

Depois, estudariam de maneira passiva esse conteúdo, em casa, com livros ou apostilas, e algum tempo depois, fariam uma prova escrita sobre a matéria, quando então o professor por meio das notas, poderia avaliar quem de fato assimilou mais esse conteúdo. Mas, até quando lembrariam disso, meses ou anos depois?

Ao contrário desse modo habitual de dar aulas, há outro modelo de ensinar o mesmo conteúdo de forma muito mais efetiva, na qual os alunos são protagonistas da aprendizagem e a constroem juntamente com o professor, em tempo real, e de forma interativa. São as chamadas aulas com metodologias ativas, que levam os alunos a pensar, criar e desenvolver soluções para os problemas apresentados. É essa a linha já adotada pelo Colégio Dom Bosco há cerca de dois anos, quando a escola se reposicionou, passando a adotar o modelo de Escola Exponencial; fruto de muita pesquisa das melhores práticas mundiais de educação.

E esse modelo está sendo implementado cada vez mais pelas instituições UNDB Centro Universitário e Colégio Dom Bosco, que não param de investir em pesquisas, intercâmbios e parcerias internacionais para ampliar suas ações em prol da adoção de novas técnicas de ensino-aprendizagem.

O tradicional
O modelo tradicional de ensino, no qual o professor é o centro das atenções na sala de aula e o estudante é um expectador passivo surgiu com o iluminismo no século XVIII. E nesse modelo antigo são ignoradas as particularidades dos estudantes.

Cada um tem vivências e habilidades diferentes que influenciam na forma como as informações serão absorvidas e reproduzidas. Por isso, é necessário uma metodologia que contemple essas particularidades.

Em 1983, Howard Gardner, professor de Harvard, revolucionou a psicologia e a educação ao apresentar a teoria das Inteligências Múltiplas. Seu estudo afirma que existem tipos de inteligências e que se diferem a partir da maneira como as informações são processadas.

O inovador
Imagine uma aula de ciências que começa com o professor dando bom dia, pedindo para isolar a porta e comunicar que ninguém mais entra ou sai do ambiente. Em seguida, distribui máscaras e pede a todos que as coloquem, pois acabaram de receber um aviso sobre um novo e forte vírus que está se espalhando rapidamente em São Luís, ainda sem nome ou cura.

Em seguida, o professor pede para a turma se dividir em dois grupos e provoca um debate entre eles. Um grupo vai defender a tese de que a vacinação em situações de epidemia deve ser obrigatória no Brasil. O Outro grupo deve rechaçar essa tese, apresentando argumentos contra isso.
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Os grupos têm um tempo para pesquisar, ler conteúdos e debater para então listar seus argumentos e fazer uma apresentação defendendo seus pontos de vista. O professor ouve os argumentos e provoca contra – questões sobre cada opinião apresentada, para que os alunos reforcem suas defesas. E completa a aula com dados e fatos científicos que ajudarão a embasar as respostas da turma, na construção prática de seu aprendizado.

Haverá ainda um segundo debate provocado pelo professor, que poderá solicitar uma análise pelos alunos do cenário atual das políticas públicas de saúde e sua eficiência ou não, e questões ligadas à vacinação. Dessa forma, com base em raciocínio lógico, análise de dados reais e apoio em textos e pesquisas, os alunos aprendem a separar o que é falso (fake News) ou sem embasamento, e passam a tomar suas decisões guiados pelo conhecimento pesquisado e adquirido em todo o processo.

A aula segue animada e desafiadora. O docente apresenta questões teóricas, com slides mostrando dados e fatos científicos que ajudarão a fechar o raciocínio sobre a aula em questão e chegar às conclusões desejadas. Os alunos tomarão decisões embasados em todo esse processo, que parte do pensamento crítico e do debate, à análise dos dados científicos e fórmulas até a tomada de decisão final e construção conjunta e colaborativa das questões da matéria estudada.

Com essa simulação, algumas habilidades importantes também já vão sendo desenvolvidas pela turma: Colaboração, Criatividade, Comunicação, Pensamento Crítico. E essas são as chamadas “Habilidades Essenciais do Século XXI”, sem as quais os futuros profissionais simplesmente não terão a competitividade necessária para ter sucesso e destaque no atual mercado de trabalho. Mais que decorar conteúdos e fórmulas, os alunos serão demandados a apresentarem e defenderem suas ideias; e nada melhor que desenvolver e praticar as mesmas diariamente em sua rotina escolar.

E foi com essa simulação, feita de forma prática para uma turma de docentes do Grupo Do Bosco em São Luís, que o professor norte -americano Dale Johnson, gestor do programa de aprendizagem adaptativa da Universidade Estadual do Arizona (ASU); apresentou os avanços e vantagens da metodologia de “Aprendizagem Adaptativa”; que já é adotada com sucesso pela ASU desde o ano de 2011, e que agora está sendo disseminada por ele através de parcerias institucionais como essa com o Grupo Dom Bosco.

Aprendendo com informações
O processo da aprendizagem adaptativa acontece primeiramente com a aquisição de informação. É o momento em que os alunos fazem toda a leitura, assistem a todos os vídeos e fazem algumas avaliações, como questionários e exercícios online tipo quizzes.

Quando vão para a aula, eles aplicam o que aprenderam em estudos de caso ou simulações. Essa nova dinâmica de se transmitir o ensino vem sendo, de acordo com Dale Johnson absorvida muito bem pela comunidade acadêmica, com grande aceitação e até com empolgação, pois, na realidade, a Universidade do Arizona está quebrando paradigmas e criando processos de apreensão do conhecimento com mais rapidez, de forma muito mais lúdica e eficaz.

“O sistema de aprendizagem adaptativa tem elevado o nível de sucesso dos alunos no processo de aprendizagem em geral; além de permitir ao professor o completo domínio de avaliação do desenvolvimento dos alunos durante todo o processo de aprendizagem e não apenas na hora da prova formal”, frisou o professor Dale.

A Universidade do Arizona implantou esse modelo da aprendizagem adaptativa e conseguiu feitos importantes, como melhorar a nota dos estudantes e tornar tanto os professores como os alunos mais satisfeitos. Para Dale Johnson, “é preciso mudar a escola e tornar o ensino bem mais significativo do que é hoje, tanto para os alunos, como para os professores, assim como para a sociedade civil organizada”, defende ele.

Ele lembrou ainda que, na metodologia de aprendizagem adaptativa há uma grande mudança no papel do professor em sala de aula. De ex-palestrante à líder; agora cabe ao docente liderar os alunos rumo à construção do conhecimento de forma ativa, levando-os ao protagonismo máximo no processo de solução de problemas, de forma crítica e engajada. E não mais atuar como meros ouvintes de palestras e aulas passivas.

Dale Johnson provocou os docentes maranhenses. “Precisamos garantir que nossos alunos aprendam de fato. Se um aluno não lembrar dessa aula daqui há alguns anos, então ela não valeu a pena. Conhecimento é para sempre, essa é a proposta de uma aula atual em sintonia com a metodologia de aprendizagem adaptativa”, disse ele.

“Nesse programa, a grande vantagem é proporcionar aos alunos o real desenvolvimento das chamadas habilidades do
Século XXI associadas aos conteúdos das disciplinas formais, e tendo um resultado final com sucesso potencializado em todos os níveis. Essa linha da aprendizagem adaptativa vem completar a moderna proposta pedagógica que já é adotada, tanto pela UNDB quanto pelo Colégio Dom Bosco, com o uso de metodologias ativas e estudo de casos / papers adaptado da Universidade Harvard. Estamos em processo de adoção dessa metodologia, analisando na prática como associar a mesma à nossa realidade e às necessidades de nossos alunos e professores”, revelou Igor Melo, Gestor Educacional do Grupo Dom Bosco.
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Sempre à frente na vanguarda pedagógica, a UNDB e o Colégio Dom Bosco serão as primeiras instituições de ensino do Maranhão a adotar esse programa de aprendizagem adaptativa, após a devida adaptação do método à realidade brasileira.

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