Saúde & Bem-estar

Nutrologia reforça a importância da prevenção com alimentação saudável

No último dia 4 foi o Dia Mundial de Combate à Obesidade e a luta se mantém, em favor da melhor alimentação e combate ao sedentarismo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Prevenir é sempre mais fácil do que remediar, por isso o ideal é que a prevenção seja feita na infância
Prevenir é sempre mais fácil do que remediar, por isso o ideal é que a prevenção seja feita na infância (obesidade)

São Paulo - Prevenção, alimentação saudável e promoção de atividades físicas. Esses são os pilares preconizados pelo Departamento Científico (DC) de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) na celebração do Dia Mundial de Combate à Obesidade, que foi no último dia 4. De acordo com um estudo publicado em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), há 124 milhões de crianças e adolescentes obesos em todo o mundo.

No Brasil, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizado pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2008 e 2009, o sobrepeso foi diagnosticado em 33,5% e a obesidade em 14,3% das crianças brasileiras entre cinco e nove anos de idade. Já nos adolescentes de dez a 19 anos, a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 20,5% e 4,9%, respectivamente.

Para a presidente do DC de Nutrologia da SBP, Virgínia Weffort, a estipulação de uma data para falar sobre o problema é de extrema importância, mas as discussões não devem ser limitadas unicamente ao dia. “Durante todos os dias precisamos falar e promover ações sobre essa grave questão de saúde pública. Com a celebração de um ‘Dia Mundial’ conseguimos chamar atenção para o problema, mas a prevenção deve ser feita em todas as consultas para todas as faixas etárias”, enfatiza.

CAUSA E PREVENÇÃO
A obesidade de causa nutricional ou exógena é a mais frequente e está diretamente associado à alimentação inadequada, sedentarismo e problemas emocionais. Existem alguns períodos críticos durante a vida nos quais é possível ocorrer o aumento do número de células adiposas (hiperplasia): último trimestre da gravidez; primeiro ano de vida; adolescência.

Além disso, existem ainda alguns fatores que têm relação com o início da obesidade, tais como os genéticos, fisiológicos, metabólicos, ambientais e comportamentais, sendo que os dois últimos podem diminuir ou aumentar a ocorrência dos anteriores. “Prevenir precocemente a obesidade na infância é fundamental para que no futuro essas crianças e adolescentes não desenvolvam problemas como diabetes, colesterol alto, hipertensão e dificuldades respiratórias”, exemplifica Virgínia Weffort.

A nutróloga também reforça a importância de sempre abordar o tema nas consultas pediátricas com as crianças e seus familiares, pois os pais e/ou responsáveis fazem parte de um pilar primordial na prevenção da obesidade.

“A família é o modelo na infância e adolescência, logo, se os pais e/ou responsáveis se alimentam de modo adequado e se exercitam, as crianças e os adolescentes seguirão o exemplo. Contudo, da mesma forma, se a família possuir hábitos ruins, eles passarão para a criança também. Desse modo, o pediatra deve falar sobre essa questão desde o pré-natal porque tem que orientar a mãe sobre os alimentos que está ingerindo”, explica.

Duas outras questões abordadas pela especialista são: o aleitamento materno e a rotulagem de produtos ultraprocessados. Conforme preconizado pela SBP, OMS e Ministério da Saúde, amamentar o bebê exclusivamente até os seis meses e de forma complementar até os dois anos é fundamental para prevenir a obesidade e suas diversas comorbidades, entre elas, diabetes melitus, hipertensão arterial, arteriosclerose. “A questão da regulamentação da rotulagem precisa avançar aqui no Brasil e, para isso, é necessário pressionar o poder público por leis que desestimulem o consumo de produtos ultraprocessados que contém excesso de açúcar, sódio e gordura”, complementa.

Além de uma alimentação equilibrada e saudável, é importante a prática de atividades físicas. “A receita é comer certo e evitar o sedentarismo. O pediatra deve orientar o paciente a utilizar os alimentos (frutas e verduras) da estação e a atividade física pode ser uma caminhada no parque, andar de bicicleta ou passear com o cachorro. Não precisa ser só academia”, disse.

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