Saúde

Cirurgia neuromuscular realiza sonho de adolescente em dar os primeiros passos

Procedimento cirúrgico realizado pelo médico especialista em ortopedia pediátrica, Ítalo Nordman, mudou a vida de Gessica Luane, de 15 anos, dependente de cadeira de roda e que, agora, está próximo de andar

Ribamar Cunha / Subeditor de Economia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

[e-s001]O sonho da adolescente Gessica Luane Silva da Silva, de 15 anos, de não só ficar em pé, mas dar os primeiros passos, se tornou realidade nas mãos do médico ortopedista pediátrico Ítalo Nordman Araújo Lima. A menina que nasceu prematura, de seis meses de gestação, e que desde os 5 anos depende de uma cadeira de rodas para se locomover, agora vive uma nova fase, bem próximo de poder andar.

Indicada pela fisioterapeuta que cuidava da Gessica, a mãe Luciana de Jesus Sousa, procurou o médico especialista em ortopedia pediátrica, Ítalo Nordman, no Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão (HTO), unidade de saúde estadual, para uma avaliação. Ela fez vários exames, os quais revelaram que o problema neurológico que ela teve quando ainda bebê, que lhe causou paralisia cerebral, com o acometimento dos membros inferiores (diplegia), poderia ter um tratamento adequado e com resultados.

“Verificamos que ela tinha um bom cognitivo e membros superiores sem acometimento, além de força no quadríceps [músculo femoral, localizado na face anterior da coxa], como diagnosticou a fisioterapeuta. Então, nosso foco era fazer um procedimento cirúrgico para que ela esticasse os joelhos e pudesse ficar de pé”, explicou o médico.

A cirurgia neuromuscular foi feita e 30 dias depois, no dia 6 de agosto de 2019, Gessica Luane retornou ao médico para a retirada do gesso. Essa data marcou a vida da adolescente para sempre, pois foi o dia em que ela ficou em pé pela primeira vez e conseguiu dar os tão sonhados passos.

Ítalo Nordman esperava que os resultados da cirurgia fossem positivos, mas se surpreendeu com a evolução de Gessica Luane, fruto da intervenção da medicina, é verdade, mas também da perseverança, da fé e da força de vontade da paciente em querer andar, em ter isso não como um sonho, mas uma meta de vida.

Segundo ele, o caso de Gessica Luane é um exemplo de que há como melhorar a vida de pessoas que apresentam sequelas decorrentes de problemas neurológicos. Ainda que a situação da menina tenha demorado cerca de 14 anos para se procurar um especialista na área de ortopedia - o correto é que seja feito de forma precoce.

“Não é porque pessoas têm um problema igual ou até mais complexo que o da Gessica Luane, que não se deva dar importância. Pelo contrário, a família deve dar o devido suporte e o sistema de saúde, o acolhimento e tratamento necessário para melhorar a qualidade de vida desses pacientes”, ressaltou o médico.

História de perseverança
No último encontro de Gessica Luane Silva da Silva com o médico Ítalo Nordman Araújo Lima na Clínica Up, no dia 28 de fevereiro, pelo sorriso da adolescente, estava claro como ela está feliz com essa nova fase da vida. O olhar de cumplicidade da mãe Luciana de Jesus Sousa também confirmava isso, ao lembrar de tudo que passou desde o nascimento da filha.

Bastante emocionada, Luciana de Jesus Sousa, que tem mais outro filho, de 18 anos, disse que Gessica Luane nasceu prematura de seis meses, pesando apenas 1 quilo, tendo que ficar internada da UTI Neonatal do Hospital Materno Infantil por quase quatro meses. Durante esse período, a bebê teve crises de apneia, comprometendo a oxigenação no cérebro, o que causou problema neurológico.
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A sequela só foi percebida pela mãe e pai de Gessica Luane quando viram que ela não conseguia engatinhar. A própria Luciana de Jesus Sousa não aceitava que a filha andasse com o suporte de uma cadeira de rodas, o que só aconteceu quando ela completou cinco anos de idade.

Desde então, a família, residente no bairro Laranjal, em Paço do Lumiar, de origem humilde, com muita dificuldade procurou tratamento médico e de fisioterapia para Jéssica no Hospital Sarah, em São Luís, na Apae, e por último no Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão (HTO), com o médico ortopedista Ítalo Nordman.

Luciana de Jesus Sousa, que enfrentou um problema de depressão, enquanto a filha estava internada no Materno Infantil, disse que tudo que ela fez, toda a luta valeu a pena. “A Gessica me deu muita força para ir em frente e essa conquista foi muito dela acreditar que um dia iria andar”, desabafou a mãe, ao lembrar dessa história de perseverança e superação.

SAIBA MAIS

[e-s001]Ítalo Nordman Araújo Lima é formado em medicina pela Universidade Federal do Maranhão, tendo feito residência em Ortopedia e Traumatologia no Hospital Universitário Presidente Dutra (HUUFMA). Também se especializou em Ortopedia Pediátrica no Hospital da Rede Sarah em Brasília.
Hoje, ele atende, além do Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão (HTO), na UDI, São Domingos, CT Trauma e na Clínica Up.

DATA INESQUECÍVEL

[e-s001]Para Gessica Luane, que hoje está no 9º ano do Ensino Fundamental, o dia 6 de agosto de 2019 é considerado uma data inesquecível. “Foi uma experiência mais feliz da minha vida. Eu tinha vontade de levantar, de andar, mas não podia. Então, quando consegui andar naquele dia, fiquei muito feliz”, declarou. Diante de tudo o que passou para chegar até onde chegou, Gessica Luane diz que agora tem outro sonho: se formar em medicina, nas especialidades ortopedia ou fisioterapia, para ajudar a pessoas como ela. “Quero ajudar as pessoas, assim como recebi a ajuda de muitas pessoas, como o doutor Ítalo, que Deus colocou no meu caminho”, disse, com um largo sorriso no rosto e também com os olhos marejados de tanta emoção.

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