Policiamento

Ronda Escolar combate violência em colégios da Ilha e do interior

Somente em 2019, os policiais militares realizaram 68 mediações de conflitos em unidades de ensino da Grande São Luís e quando as ocorrências são graves há participação de conselheiros tutelares e representantes da Justiça

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

[e-s001]Desentendimento entre alunos sempre existiram, desde os primórdios da educação. Trocas de ofensas, agressões físicas e até mesmo o registro de bullying continuam, no momento, ocorrendo no ambiente escolar. No Maranhão, o combate à violência nas escolas é realizado pela Ronda Escolar da Polícia Militar. Quando as ocorrências são consideradas graves, inclusive, com participação de “faccionados”, além dos militares, são acionados conselheiros tutelares, policiais civis e representantes do Judiciário. Somente no ano passado, a Ronda Escolar realizou 68 mediações de conflitos nas escolas da Grande Ilha.

O trabalho da Ronda Escolar é um projeto da Secretaria de Estado da Educação e da Polícia Militar e sendo subordinado ao Comando da Segurança Comunitária, que tem como comandante a coronel Augusta Andrade. Ela informou que os militares treinados fazem o policiamento ostensivo e preventivo nas escolas. Este trabalho, no momento, é feito na Grande Ilha e em mais de 90% das cidades do interior do estado.

Segundo ela, os militares realizam as rondas de rotina, palestras, reuniões e mediações de conflitos. Em caso de ocorrência pontual, o policial se desloca até a escola específica para sanar algum tipo de problema. “Os militares recebem o treinamento para lidar com a comunidade escolar”, frisou a coronel.

Ocorrência
A coronel disse que a maioria dos chamados continuam sendo para resolver desentendimento entre alunos. Na maioria das vezes, esse tipo de problemática é solucionado por meio de mediação, tendo a participação da direção da escola, alunos, pais e policiais militares.

Quando há conflito considerado grave, inclusive, com a participação de integrantes de facções criminosas, segundo a coronel, é necessário acionar os conselheiros tutelares, policiais civis e, no último caso, informar o caso para a Promotoria da Infância e Juventude, mas, respeitando sempre os ditames do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “No ano passado, as ocorrências com participação de facções diminuíram bastante nas escolas”, frisou Augusta Andrade.

Ronda da Alegria
A polícia, além de realizar o policiamento ostensivo e preventivo, desenvolve vários projetos com o objetivo de aproximar as crianças e os adolescentes da instituição militar. Uma desas ações é a Ronda da Alegria.

Os policiais militares, por meio de encenações teatrais e brincadeiras, abordam para os alunos temas relacionados ao uso indevido de entorpecentes, violência e o fortalecimento de valores. “Os policiais conseguem abordar de maneira lúdica, para as crianças, assuntos pesados e uma forma de combater a violência dentro da escola”, explicou a coronel.

Esse trabalho vem sendo realizado desde o ano de 2017 e já atendeu mais de 800 crianças, somente da Grande Ilha. Para ter esse projeto nas escolas e em eventos comunitários basta entrar em contato com o Batalhão Escolar da Polícia Militar, localizado no São Francisco.

Balanço
De acordo com a coronel Augusta Andrade, durante o ano passado, a Ronda Escolar autuou de forma intensiva na prevenção de delitos e resultou na redução em 65% das ocorrências dentro e nas proximidades das escolas do estado, principalmente, da Região Metropolitana de São Luís.

Somente, em 2019, a Ronda Escolar realizou 68 mediações de conflitos, 177 palestras e 4.755 rondas preventivas dentro e em torno das escolas da Grande Ilha. No ano de 2018, foram 174 ocorrências atendidas nas unidades de ensino e 3.279 providências tomadas. Entre elas, 30 mediações de conflitos e um total de 2.972 rondas.

No decorrer dos anos 2015 e 2017, o Ronda Escolar realizou mais de oito mil rondas nas áreas escolares, ministrou 166 palestras educativas. Foram promovidos 27 encontros com pais e responsáveis e ações de orientação para 144 alunos e professores. Os policias mediaram 56 situações de conflitos, alcançando resultados positivos. “No momento, esse trabalho é feito nas escolas da rede pública e privada”, destacou Augusta.

Criação
A Ronda Escolar vem sendo realizada há mais de duas décadas. Ela foi criada a partir do Grupo Especial de Apoio às Escolas (Geape) para atuar nas escolas da rede pública estadual de ensino. Os militares exercem o policiamento e o atendimento da comunidade escolar, pautada, principalmente, nas ações preventivas, ostensivas e educacionais.
Por meio da Lei de número 10.823 foi criado o 1º Batalhão Escolar da Polícia Militar e, no ano passado, inaugurado a sede, no bairro do São Francisco, que é comandado pelo tenente-coronel José Maria Alves.

Fala, povo

Você conhece o trabalho da Ronda Escolar?

“Tenho ciência desse tipo de trabalho feito pelos militares e tem combatido a violência as escolas”.

Lindney Monteiro, de 54 anos – agrônomo

“Ouvi falar na televisão, mas, eles ainda não visitaram a escola das minhas filhas, que é comunitária, na Ilhinha”.

Maria de Deus, de 41 anos- doméstica

“Conheço esse trabalho da polícia e de suma importância para as nossas crianças”.

Teresa Santos, de 57 anos- costureira

Personagem da notícia

[e-s001]Ser policial

Israelly Vitória Costa, de 7 anos, é aluna do segundo ano de uma escola da rede pública, no São Francisco, e declarou que tem o sonho de ser policial militar. “Os policiais foram até a minha escola, conversaram e brincaram com os alunos. Quando crescer, quero ser policial, para poder ensinar as crianças o caminho do bem”.

Números

68 mediações de conflitos realizados pela Ronda Escola durante o ano passado nas escolas da Grande Ilha
4.755 rondas preventivas dentro e em torno das escolas da Região Metropolitana no ano passado

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