Saúde

Mais de 100 casos de dengue confirmados este ano no MA

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), ainda não houve registro de mortes decorrentes da arbovirose, mas o estado está entre os 11 que podem ter surto da doença este ano, a partir deste mês, segundo o MS

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

[e-s001]O Ministério da Saúde já anunciou que, este ano, um surto de dengue pode afetar 11 unidades federativas do Brasil, após avaliação feita pela Vigilância em Arboviroses. Isso está sendo motivo de preocupação, pois, somente no ano passado, a doença causou a morte de 782 pessoas no país. O Maranhão está sob alerta para uma quantidade acima do normal da arbovirose, que, em 2020, já tem 105 casos confirmados no estado, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

De acordo com esclarecimentos da SES, além dos 105 casos de dengue, foram confirmados cinco de chikungunya e um de zika. Mas, até o momento, não há registros de mortes decorrentes de arboviroses no Maranhão.

Mobilização
A Secretaria de Estado da Saúde frisou que os 217 municípios maranhenses foram mobilizados para a realização do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e Levantamento de Índice Amostral (LIA), pois as cidades devem informar sobre a infestação da doença, como fora de controle. Foi iniciado, também, o acompanhamento do controle vetorial, dispensação de insumos para o enfrentamento das arboviroses e nebulização espacial.

Essas medidas fazem parte do Programa de Prevenção e Controle de Arboviroses. Segundo a SES, está em curso, ainda, o plano de ação para combate ao mosquito da região metropolitana de São Luís, que está sendo executado desde o começo de fevereiro em parceria com as prefeituras.

Ação de combate
No início de fevereiro deste ano, foi realizada uma campanha na capital maranhense, com o intuito de combater o mosquito da dengue, doença causada por um arbovírus, que é transmitido por picadas de insetos. A intervenção aconteceu no bairro Coroadinho, por equipes do Programa de Prevenção e Controle de Arboviroses. Na ocasião, ocorreram visitas domiciliares, para sensibilizar os moradores no que tange à adoção de medidas que contribuam para a eliminação dos criadouros.

A campanha durou quase toda a manhã do dia 10, com o intuito de eliminar os mosquitos, da espécie Aedes, que também são responsáveis pela transmissão da chikungunya, febre amarela e zika. As visitas domiciliares ocorreram em várias ruas do bairro, por meio de uma operação realizada pela Secretaria de Estado da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde (Semus), com o apoio da Secretaria de Estado de Governo (Segov) e Agência Executiva Metropolitana (Agem).

O bairro foi escolhido para a atuação de combate ao mosquito porque, segundo o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti, o Coroadinho registrou alto índice de infestação, com 5,3% de casos. O Maranhão, inclusive, é o único estado do Nordeste com circulação do Sorotipo Denv 2, considerado o mais agressivo dentre os sorotipos, que iniciou no Brasil nos anos 1990, quando trouxe os primeiros diagnósticos da febre hemorrágica.

Ao longo daquela semana, foram realizadas outras atividades, como panfletagens e diálogo em escolas. A Prefeitura de São Luís também realizou ações como o bota-fora, com o recolhimento de bagulhos volumosos como móveis, resto de construção, dentre outros materiais, que geralmente acabam sendo descartados de forma inadequada, contribuindo para a formação de ponto de descarte irregular de resíduos.

“Dia D”
No dia 15 de fevereiro, ocorreu o “Dia D de combate ao Aedes”, com ações de limpeza geral e remoção de entulhos, visitas domiciliares dos agentes de endemias, atividades educativas e palestras no Coroadinho e outros bairros de São Luís. Também foram realizados serviços de teste de glicemia, aferição de pressão, avaliação nutricional, teste rápido de HIV e sífilis, e vacinação em humanos e animais, como cães e gatos.

Na ocasião, a população ludovicense foi orientada sobre o risco do descarte irregular de lixo, especialmente para a proliferação do Aedes, segundo o Programa Estadual de Controle das Arboviroses. Um dos bairros beneficiados foi a Macaúba, em São Luís, que possui um canal. Naquele trecho, foram retirados lixos e outros resíduos, devido ao grande volume verificado no lugar.

Possibilidade de surto
O Maranhão está entre os 11 estados brasileiros que podem ter surto de dengue este ano, a partir de março. De acordo com o Ministério da Saúde, outras 10 unidades federativas estão nessa lista. São da região Nordeste, além do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, considerados de maior risco para doença. A situação pode piorar em breve porque as contaminações aumentam no verão, já que a estação chuvosa é mais propícia para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus.

O alerta acontece porque o tipo 2 do vírus da dengue voltou a circular no fim do ano de 2018, depois de 10 anos sob controle, e desde então, vem encontrando populações suscetíveis à doença. A informação sobre o surto foi dada pelo porta-voz do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, no dia 15 de fevereiro. Ele frisou que as regiões do Sudeste e os nove estados do Nordeste, pouco afetadas no ano passado, estão sendo motivo de preocupação do órgão. “A dengue é uma doença sazonal, e o quadro é dinâmico, e pode mudar em pouco tempo”, destacou.

A previsão é que ocorra o surto da doença, além do Maranhão, Espírito Santo e Rio de Janeiro, nos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

SAIBA MAIS

Casos de 2019

Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, no ano passado, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação registrou no Maranhão quatro óbitos por dengue, um por Chikungunya e nenhum por zika vírus. No total de 2019, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação registrou 2.094 casos confirmados de dengue, 348 de Chikungunya e 61 de zika vírus, no intervalo de janeiro até dezembro.

A dengue

Dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus, que são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue, que são os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos, mas a infecção por um gera imunidade permanente para ele. O transmissor (vetor) é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, mas é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver. Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, mas os idosos têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte. O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.

Como prevenir a dengue

A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.
Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia - quando os mosquitos são mais ativos - proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos. Medidas simples podem ser adotadas, como substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia; deixar a caixa d’água tampada; cobrir os grandes reservatórios de água, como as piscinas, e remover do ambiente todo material que possa acumular água (garrafas pet, latas e pneus).

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