Alerta

Cientista detalha riscos de vazamento de óleo ou minério em navio

Pesquisadora da Universidade Ceuma vê ameaça aos microorganismos que habitam região oceânica, à fauna e à flora marinhas e às praias de São Luís

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Embarcações de apoio no local onde o navio encalhou para evitar dano ambiental na costa maranhense
Embarcações de apoio no local onde o navio encalhou para evitar dano ambiental na costa maranhense (navio em risco)

O navio sul-coreano que está encalhado a 100 km da Ilha de São Luìs, na costa maranhense, pode ser protagonista em causar um grande dano ao meio ambiente, com o derramamento de óleo e minério de ferro no mar. Preocupada com prejuízos que um eventual desastre ambiental possa provocar, a Universidade Ceuma se posicionou, por meio da pesquisadora e docente do Mestrado em Meio Ambiente, profa. Dra. Rita Miranda, sobre as medidas, prevenção e os riscos que o possível contato do óleo e/ou minério com as águas oceânicas representa ao meio ambiente, e de que forma pode-se evitar a ocorrência e agir, se o pior acontecer.

Para a pesquisadora, caso haja o vazamento, o produto, que é extremamente tóxico, pois possui cadeias carbônicas leve, intermediária e pesada, atingirá a superfície, a lâmina de água e também o fundo do mar, causando prejuízos à microbiota- grupo de microrganismos que vivem em determinado ambiente -, à fauna e à flora marinhas. Além disso, existe a preocupação com o minério, pois a contaminação é mais perigosa por não ser tão perceptível em mistura com a água.

Prevenção

Segundo a Dra. Rita, a prevenção já está sendo feita. O plano de desencalhe está sendo avaliado pela Marinha Brasileira e Ibama, e já foram enviados ao local navios que tentarão drenar o óleo combustível e o óleo diesel que estão armazenados, além de já ter sido feitas as simulações para prever qual a rota do óleo, caso ocorra o vazamento. “Se acontecer, a primeira medida é a colocação de barreiras físicas para evitar o maior espalhamento do óleo. Depois, serão adotadas medidas físicas, químicas e biológicas para amenizar o impacto no local”, destacou a pesquisadora.

Mesmo com a distância de 100 quilômetros de São Luís, o risco de poluição das praias da Grande Ilha é real, devido às correntes marítimas. “O ideal é que o banhista não toque no material. Caso ocorra, a região do corpo em contato deve ser limpa e a pessoa tem que ser levada imediatamente para o pronto socorro”, recomendou.

Preparação

A instituição vem preparando seus alunos de iniciação científica e de Engenharia Ambiental para solucionar ou minimizar esse tipo de situação, como a disciplina de Remediação de Sítio Contaminado, onde são colocadas diversas situações semelhantes a essa do navio para a tomada de decisão, ou seja, o estudante é preparado desde cedo para o mercado com situações práticas.

Já o Mestrado em Meio Ambiente vai além e em uma das suas linhas de pesquisa está o estudo de recuperação de áreas degradadas, quando professores envolvidos fazem diagnóstico da contaminação e propõem técnicas de recuperação e avaliação da toxicidade dos contaminantes.

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