Brexit

Pós-Brexit: Reino Unido já ameaça se retirar de conversações com UE

O país quer firmar um acordo comercial similar ao realizado entre a União Europeia e o Canadá; isso significa abolir quase todas as tarifas impostas

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Primeiro-ministro Boris Johnson faz parte da negociação do Brexit
Primeiro-ministro Boris Johnson faz parte da negociação do Brexit (Premier)

LONDRES - O governo do Reino Unido diz que está pronto para se retirar das conversações com a União Europeia (UE) caso não sejam feitos progressos até o mês de junho.
Esta é a posição do primeiro-ministro Boris Johnson, manifestada nessa quinta-feira, 27, e faz parte da política básica para as conversações pós-Brexit com a União Europeia, marcadas para começar segunda-feira (2).
O Reino Unido visa a obter um acordo final até setembro. Contudo, se não houver progressos até junho, o governo decidirá se continua ou não com as conversações.
O país quer firmar um acordo comercial similar ao realizado entre a União Europeia e o Canadá. Isso significa abolir quase todas as tarifas impostas. O governo também disse que não tem intenção de estender o período de transição pós-Brexit, que vence no fim de dezembro.
Discórdia
O governo britânico identifica como principal ponto de discórdia a exigência da UE de respeito pelas regras e leis europeias pós-Brexit, propondo como alternativa um "relacionamento baseado na cooperação amigável entre iguais soberanos, com ambas as partes respeitando a autonomia legal e o direito de gerir os seus próprios recursos como entenderem".
Na Declaração Política que acompanhava o Acordo de Saída da UE estava escrito que, "dada a proximidade geográfica e a interdependência econômica da União Europeia e do Reino Unido, o relacionamento futuro deve garantir uma concorrência aberta e justa, englobando compromissos sólidos para garantir condições equitativas".
Porém, o conteúdo do documento não era vinculativo, e o governo britânico argumenta que o programa eleitoral com que foi eleito com maioria absoluta em dezembro determinava a intenção de "retomar o controle das fronteiras, leis e dinheiro".

Declaração no parlamento
Em uma declaração, ontem, no parlamento, o ministro e Chanceler do Ducado de Lancaster, Michael Gove, argumentou que o princípio da proximidade geográfica não foi um critério usado em acordos de comércio em outras regiões, pelo que não deve ser considerada uma razão para o Reino Unido ter de aceitar as regras europeias que "ponha em causa da democracia".
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, já tinha informado de sua preferência por um acordo de comércio livre semelhante ao que a UE tem com o Canadá, que permite eliminar as tarifas aduaneiras sobre a maior parte dos produtos.
Dá também ao Reino Unido liberdade para negociar acordos com outros países e estabelecer as próprias regras e leis, embora Johnson tenha rejeitado a intenção de avançar com uma desregulamentação que resulte em dumping, seja comercial, social ou ambiental".l

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