Ato

Sarney comenta vídeo compartilhado pelo presidente Bolsonaro

Ex-presidente da República, que fez a redemocratização, fez a defesa do Congresso Nacional afirmando que o parlamento é importante para a democracia do Brasil

Gilberto Léda/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
José Sarney disse que parlamento é importante para a democracia
José Sarney disse que parlamento é importante para a democracia (José Sarney)

O ex-presidente José Sarney (MDB) manifestou-se ontem a respeito da notícia de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, compartilhara, via WhatsApp, vídeo convocando apoiadores a irem às ruas no dia 15 de março para defendê-lo.

O chefe do Executivo já se posicionou sobre o assunto, e disse que “troca mensagens de cunho pessoal, de forma reservada”. “Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República”, afirmou, no Twitter, na quarta-feira, 26.

“Tenho 35 milhões de seguidores em minhas mídias sociais (Facebook, Instagram, YouTube e Twitter) onde mantenho uma intensa agenda de notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. Já no Whatsapp tenho algumas poucas dezenas de amigos onde, de forma reservada, trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República”, disse o presidente.

Em entrevista à jornalista Tereza Cruvinel, Sarney fez uma defesa do Congresso e da democracia. “Passei 52 anos no Parlamento, mais da metade da minha vida. E afirmo com a certeza da experiência que sem Parlamento forte não há democracia forte. Sem Congresso, não há democracia”, disse.

Evitando citar nominalmente Jair Bolsonaro, ele recordou, ainda, seu papel na instauração das bases da democracia brasileira.
“Conduzi a transição democrática e entreguei o país com instituições fortes, que precisam ser preservadas”, completou..

O ex-presidente acrescentou, ainda de acordo com a publicação da jornalista, que não foi procurado por ninguém para tratar de um manifesto a ser assinado por todos os presidentes vivos, como chegou a ser noticiado.

Desproporcional
Quem também se manifestou sobre o assunto foi o senador Roberto Rocha (PSDB), Em contato com a reportagem de O Estado, ele considerou “absurdamente desproporcional” a reação à notícia de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, havia compartilhado o vídeo chamando para o ato.

O tucano ainda questionou por que o presidente não poderia compartilhar o material.

“O presidente errou em quê? O vídeo conclama para uma manifestação a favor do presidente. Só isso. Por que o presidente, ele próprio, não pode divulgar esse vídeo?”, questionou.

Bancada do MA condenou postura do presidente

Diversos membros da bancada maranhense no Congresso manifestaram-se na quarta-feira, 26, a respeito da notícia de que o presidente Jair Bolsonaro compartilhara o vídeo convocando apoiadores a irem às ruas.

Por meio do Twitter, a senadora Elziane Gama (Cidadania-MA) condenou o envolvimento de Bolsonaro no caso. Segundo ela, “o presidente da República tem obrigação de preservar a harmonia entre os poderes”.

“De forma alguma o presidente eleito pode ter qualquer relação, mesmo que distante, com ato que sugere fechamento do Congresso Nacional e subversão da ordem democrática”, escreveu.

O coordenador da bancada maranhense no Congresso Nacional, deputado Juscelino Filho (DEM) afirmou ser inadmissível uma autoridade “estimular” atos contra o Legislativo e o Judiciário.

“A redemocratização do país é uma preciosa conquista do povo brasileiro. Nós sabemos o incalculável preço que foi pago para se ter de volta a liberdade de opinião, funcionamento e a cidadania sendo exercida pelo soberano voto popular. Por isso, é inadmissível que autoridades públicas estimulem atos de flagrante desrespeito ao Congresso Nacional e às Cortes Supremas. Na justifica tamanha afronta à democracia e ao estado de direito. Diferenças devem ser resolvidas com diálogo”, enfatizou.

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