Vitória

Unidos do Viradouro é campeã do Grupo Especial no Rio de Janeiro

Escola de samba desfilou o enredo "Viradouro de alma lavada", que falava sobre as Ganhadeiras de Itapuã; segundo lugar ficou com a escola Grande Rio

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Viradouro, com um desfile luxuoso e sobre as Ganhadeiras de Itapuã, levou o título após 23 anos
Viradouro, com um desfile luxuoso e sobre as Ganhadeiras de Itapuã, levou o título após 23 anos (viradouro 2020)

Rio de Janeiro - Depois de 23 anos, a Unidos do Viradouro voltou a ser campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A apuração dos votos foi realizada nesta quarta-feira, 26, na Praça da Apoteose, direto da Sapucaí, como de costume, a vitória foi definida décimo a décimo. O segundo lugar ficou com a Grande Rio; e o terceiro, com a Mocidade Independente de padre Miguel. A Beija-Flor foi a quarta colocada e o Salgueiro ficou com o quinto lugar. Foram rebaixadas e descem para o Grupo A as escolas de Samba Estácio e União da Ilha, as duas últimas colocadas no desfile.

Com o enredo “De Alma Lavada”, sobre as Ganhadeiras de Itapuã, vencedor do Estandarte de Ouro da categoria, a escola de Niterói arrebatou a Sapucaí com um desfile luxuoso, a bateria do Mestre Ciça inspirada e um samba que pegou na Avenida. “Oh mãe, ensaboa, mãe”, dizia o trecho que todo o público do Sambódromo cantou.

As Ganhadeiras de Itapuã eram escravas que, no século XIX, realizavam atividades remuneradas e, lavando roupa à beira da Lagoa do Abaeté ou vendendo quitutes, juntavam dinheiro para alforriar seus companheiros e outras mulheres.

A última vez que a Viradouro foi campeã foi em 1997, com Joãozinho Trinta. A escola passou anos na Série A e só voltou ao Grupo Especial no ano passado, quando foi vice-campeã. Foram nove os quesitos avaliados pelos jurados: fantasias, samba-enredo, comissão de frente, enredo, alegorias e adereços, bateria, mestre-sala e porta-bandeira, evolução e harmonia. A Unidos do Viradouro conquistou o título no último segundo, de acordo com os critérios de desempate.

O julgamento das agremiações sofreu alterações. Houve aumento de quatro para cinco jurados na avaliação de cada um dos nove quesitos, com eliminação da maior e menor nota em cada um deles. Até o ano passado, apenas a menor nota era desconsiderada na contagem final.

As notas

No primeiro quesito, fantasias, apenas o Salgueiro conseguiu as cinco notas 10. Com os descartes, Beija-Flor, Viradouro e Grande Rio também mantiveram a pontuação máxima. Em samba-enredo, a vermelho e branco da Tijuca caiu, deixando as outras três concorrentes na ponta. Na leitura das avaliações das comissões de frente, a Viradouro perdeu um décimo, e Beija-Flor e Grande Rio arrancaram na frente.

O quarto quesito foi enredo, e a Grande Rio se isolou, com as agremiações de Nilópolis e Niterói um décimo atrás. Em alegorias e adereços, a tricolor de Duque de Caxias perdeu um décimo, mas manteve o primeiro lugar, com a Mocidade Independente na segunda colocação. Já em bateria, as mudanças ocorreram apenas na vice-liderança, com a Beija-Flor à frente de Viradouro e Mocidade.

Em mestre-sala e porta-bandeira, a Grande Rio ainda era a campeã, seguida por Beija-Flor, Viradouro, Salgueiro e Mocidade. No penúltimo quesito, harmonia, é que a Viradouro virou o jogo, assumindo a liderança após Grande Rio e Beija-Flor perderem décimos preciosos. A decisão final veio em evolução.

A virada dramática, na última nota do penúltimo quesito, gerou uma grande comoção entre os torcedores que lotam a quadra da escola. No início da leitura das notas do último quesito, harmonia, ritmistas começaram a armar a bateria no palco e integrantes começaram a se abraçar em meio a lágrimas e sorrisos.

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