Prudência

Covid-19: OMS não pode declarar pandemia sem "análise cuidadosa"

O chefe da Organização Mundial de Saúde revelou que a agência ajudará todos os países a se preparar para o cenário de transmissão intercontinental. E alertou que até os que ainda não têm casos devem estar prontos para uma possível pandemia"

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Tedros Ghebreyesus disse que não pode haver pressa para declarar a nova cepa do novo coronavírus
Tedros Ghebreyesus disse que não pode haver pressa para declarar a nova cepa do novo coronavírus (Chefe da OMS)

GENEBRA - O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, destacou que não pode haver pressa para declarar a nova cepa do novo coronavírus, Covid-19, uma pandemia sem “uma análise cuidadosa e correta dos fatos”.

Nesta quarta-feira (26), Ghebreyesus apresentou uma atualização sobre a doença, em Genebra, e disse que “não subestima a seriedade da situação ou seu potencial de se tornar uma pandemia”, porque “existe esse potencial”.

Preparação

O chefe da OMS revelou que a agência está pronta para ajudar todos os países a se preparem para esse cenário. E alertou que “mesmo os que ainda não têm casos devem estar preparados para uma possível pandemia”.

Na terça-feira (25), o número de novos casos notificados fora da China ultrapassou o total de pacientes confirmados, pela primeira vez, no país.

O chefe da OMS destacou que fora do território chinês existem agora 2.790 casos em 37 países, com um total de 44 mortes. Até esta segunda-feira, pelo menos 80.239 pacientes haviam sido confirmados.

Tedros Ghebreyesus explicou que nessas 24 horas foram relatadas 10 novas notificações na China continental, fora da província de Hubei, epicentro do Covid-19. Em nível global, há dezenas de novos pacientes na Coréia do Sul, na Itália e no Irã.

Províncias

Cada um confirmou pelo menos 10 mortes por Covid-19, um total que supera os óbitos relatados em várias províncias chinesas.

A OMS pede que a comunidade internacional tenha “esperança, coragem e confiança” sobre ações para conter o vírus. Ele destacou que 14 países não relatam novos casos há mais de uma semana.

Ghebreyesus contou que neste momento, a agência da ONU não está lutando apenas para conter um vírus e salvar vidas, mas também para travar os danos sociais e econômicos que uma pandemia global poderia causar.

A OMS está atuando com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), para estimar o possível impacto econômico da epidemia, criar uma estratégia e analisar opções de políticas para mitigação.

Com a Organização Mundial do Turismo, a OMS coopera para guiar os países sobre turismo e viagens e os receios do novo vírus. Até o momento, não foi declarada qualquer restrição de viagens.

Entretanto, o relator especial de direitos humanos para a Coreia do Norte apelou a uma união de esforços entre a comunidade internacional e o país para evitar um surto nessa nação asiática.

Tomás Ojea Quintana disse que a Coreia do Norte está tentando evitar que o Covid-19 se espalhe incluindo controles rígidos de entrada no país e busca da assistência de agências da ONU.

Mas o especialista destaca que o mundo apoie essas ações permitido o acesso total e desimpedido a especialistas e agências humanitárias e aliviando as restrições de acesso à informação. Nenhum caso de Covid-19 já foi oficialmente confirmado no país.

Brasil confirma primeiro caso da doença

O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira (26/2), o primeiro caso de novo coronavírus em São Paulo. O homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, nesta terça-feira (25/2), com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia. O Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estadual e municipal de São Paulo, investigava o caso desde então. A SES/SP e SMS/SP estão realizando a identificação dos contatos no domicílio, hospital e voo, com apoio da Anvisa junto à companhia aérea.

Ao confirmar o primeiro caso no país, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou que já era esperada a circulação do vírus, mas que, diferente dos demais países com transmissão, o Brasil ainda não está no inverno – período em que há maior risco de contágio. “É mais um tipo de gripe que a humanidade vai ter que atravessar. Das gripes históricas com letalidade maior, o coronavírus se comporta à menor e tem transmissibilidade similar a determinada gripes que a humanidade já superou”, explicou.

“Nosso sistema já passou por epidemias respiratórias graves. Iremos atravessar mais esta, analisando com os pesquisadores e epidemiologistas brasileiros, qual é o comportamento desse vírus em um país tropical”, ressaltou.

O ministro garantiu, ainda, que “a população brasileira terá todas as informações necessárias para que cada um tome suas precauções, que são cuidados com a higiene e etiqueta respiratória, como lavar as mãos e o rosto com água e sabão. Este é um hábito importante e higiênico para evitar não só doenças respiratórias como outras doenças de circuito oral”.

Para Mandetta, o Brasil está preparado para testar os casos e para garantir que casos confirmados sejam monitorados e tratados. “Agora vamos acompanhar o comportamento do vírus no hemisfério sul, qual o grau de transmissibilidade e letalidade. Gostaria de parabenizar o sistema de vigilância, os laboratórios, o Instituto Adolfo Lutz, pela agilidade para realizar os exames e a contraprova. Vamos sair mais forte do que entramos e com mais capacidade de reagir a essas situações”, garantiu.

De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabardo dos Reis, a licitação para aquisição de Equipamentos de Proteção Individual foi feita e a previsão é que as empresas comecem a entregar os insumos dentro de 7 dias. “Todos os estados e municípios já têm esses equipamentos para os atendimentos necessários, de rotina, agora eles terão uma demanda maior, por isso o Ministério da Saúde enviará um reforço com esses equipamentos”, explicou.

Todas as ações e medidas seguidas estão de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, diariamente, atualizações são informadas em coletivas e boletins epidemiológicos. Para mais informações, acesse www.saude.gov.br/coronavirus.

Para evitar contaminação, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas.

ATUALIZAÇÃO DE CASOS SUSPEITOS

Até esta quarta-feira (26), 20 casos suspeitos de infecção pelo coronavírus são monitorados pelo Ministério da Saúde em sete estados do país (PB, PE, ES, MG, RJ, SP e SC)). Nesta quarta-feira (26), o Brasil registrou o primeiro caso de coronavírus, em São Paulo. Ao todo, outros 59 casos suspeitos já haviam sido descartados após exames laboratoriais apresentarem resultados negativos para o coronavírus.

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, explicou que dos 20 casos suspeitos, 12 foram para a Itália, 2 para a Alemanha e 2 para a Tailândia. “Esse padrão já reflete a velocidade que o Sistema de Saúde, incluindo unidades públicas e privadas, tiveram para se adaptar às novas definições de casos suspeitos nesses dois dias, durante o Carnaval. Nosso sistema de saúde está em alerta total”, afirmou Wanderson. “Estamos na fase de contenção, onde buscamos evitar que o vírus se espalhe. Caso se espalhe, vamos para a fase de mitigação, que é evitar casos graves e óbitos", explicou o secretário.

Para manter a população informada a respeito do coronavírus, o Ministério da Saúde atualiza, diariamente, os dados na Plataforma IVIS, com números de casos descartados e suspeitos, além das definições desses casos e eventuais mudanças que ocorrerem em relação à situação epidemiológica.

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