Sondagem

Coronavírus impacta 57% do setor eletroeletrônico no Brasil, diz Abinee

Sondagem com empresas mostrou que a maioria relata problemas no recebimento de componentes; 15% preveem alguma paralisação da produção

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

Rio - Uma nova sondagem feita pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) sobre o impacto do coronavírus na produção do setor eletroeletrônico apontou que 57% das entrevistadas já apresentam problemas no recebimento de materiais, componentes e insumos provenientes da China.

O resultado é cinco pontos percentuais acima do verificado na pesquisa anterior, realizada há duas semanas. A situação é observada principalmente entre os fabricantes de produtos como celulares e computadores.

Segundo o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, a nova pesquisa indica o agravamento da situação das indústrias que dependem dos componentes externos. "O momento é delicado e devemos ter diversas paralisações daqui para frente", afirma.

Ele considera, entretanto, que, por enquanto, não há risco de falta de produtos acabados, como celulares e computadores, no mercado brasileiro. "O problema só não é mais grave porque dispomos da produção local destes produtos", ressalta.

Segundo o levantamento da Abinee, 4% das pesquisadas paralisaram parcialmente suas fábricas. Outras 15% já programaram paralisações para os próximos dias, a maior parte delas, também de forma parcial.

Apesar do impacto no abastecimento, a pesquisa indicou que 54% ainda não têm previsão de parar suas atividades. A decisão dependerá de quanto tempo persistirem os problemas no abastecimento.

Com esse cenário, 17% das pesquisadas informaram que não devem atingir a produção prevista para o 1º trimestre deste ano. Conforme essas empresas, a produção do período deverá ficar, em média, 22% abaixo da projetada. Para metade das empresas, no entanto, as projeções devem ser mantidas; outras 33% afirmaram que ainda não é possível dar essa indicação.

Segundo a pesquisa, as empresas devem demorar, em média, cerca de dois meses para normalizar o ritmo da produção, após a retomada dos embarques de materiais, componentes e insumos da China.

A pesquisa contou com a participação de cerca de 50 indústrias das diversas áreas do setor eletroeletrônico.

Hoje, 42% dos componentes usados pela indústria eletroeletrônica no Brasil são provenientes da China, totalizando US$ 7,5 bilhões em importações em 2019.

Destaca-se também que os demais países da Ásia foram responsáveis por 38% das importações de componentes elétricos e eletrônicos em 2019. Portanto, a região da Ásia representa 80% da origem dos componentes elétricos e eletrônicos do país.

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