Massacre

Suposto extremista alemão mata nove pessoas em bares de narguilé

Polícia rastreou o carro do agressor até a casa do proprietário e encontrou os corpos de um alemão de 43 anos e de sua mãe de 72; há indício de que o ataque teve motivação extremista

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21

FRANKFURT - Um suposto extremista de direita matou a tiros nove pessoas, algumas delas imigrantes da Turquia, em um ataque de madrugada em uma cidade alemã antes de se matar, disseram autoridades. O ataque ocorreu na noite de quarta-feira e visou dois bares de narguilé de Hanau, cidade do Estado de Hesse, no oeste da Alemanha, próxima de Frankfurt.

A polícia rastreou um carro usado para deixar o cenário de uma das agressões até o endereço de seu proprietário, onde encontrou os corpos de um alemão de 43 anos e de sua mãe de 72, disse o ministro do Interior de Hesse, Peter Beuth. Policiais federais disseram ter assumido o caso devido aos indícios de que o ataque teve motivação extremista, e o jornal Bild disse que o suspeito havia expressado posições de extrema-direita em uma confissão por escrito.

As autoridades acreditam que o possível autor dos disparos, um homem de 43 anos, voltou para casa após o tiroteio e disparou contra si próprio. Ele foi encontrado morro no apartamento, junto ao corpo da mãe, de 72 anos, que teria sido vítima do filho. Segundo o ministro do Interior da região, Peter Beuth, ambos apresentavam ferimentos de bala.

Nos bares de narguilé, os clientes fumam tabaco com sabor em um cachimbo comunitário. Em países ocidentais, é comum seus donos e administradores serem do Oriente Médio ou do sul da Ásia, onde o uso do narguilé é uma tradição de muitos séculos. Alguns dos mortos tinham origem turca, disse o porta-voz da Presidência da Turquia.

“Esperamos que as autoridades alemãs mostrem o máximo de esforço para esclarecer o caso. O racismo é um câncer coletivo”, disse Ibrahim Kalin no Twitter.

A revista alemã Focus citou fontes de segurança segundo as quais muitas das vítimas tinham origem imigrante. O cenário político da Alemanha se polarizou nos últimos anos, já que uma onda imigratória e a desaceleração econômica ajudam a atiçar o apoio a grupos extremistas dos dois lados do espectro.

Em outubro, um atirador antissemita abriu fogo diante de uma sinagoga alemã no Yom Kippur, o dia mais sagrado do ano judeu, e matou duas pessoas enquanto transmitia o ataque ao vivo.

As autoridades proibiram alguns grupos de extrema-direita de patrocinarem a violência, e o consenso político pós-guerra de centro do país está sendo minado pelo endosso crescente ao partido anti-imigrante Alternativa para a Alemanha (AfD), sobretudo nos ex-Estados comunistas do leste.

A polícia disse não haver indícios de que outros suspeitos tenham se envolvido no ataque em Hanau.

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