Ação de marketing

BRs: oposição critica "ação de marketing" de Dino ao propor ajudar

Adriano Sarney, Wellington do Curso e César Pires além de criticar o governador também cobraram respostas para os problemas nas MAs

Gilberto Léda/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
César Pires e Adriano Sarney olham “marketing” de Flávio Dino direcionado para as eleições de 2022
César Pires e Adriano Sarney olham “marketing” de Flávio Dino direcionado para as eleições de 2022 (Adriano Sarney)

Deputados da bancada de oposição na Assembleia legislativa reagiram na terça-feira, 18, e ontem, ao pedido de audiência feito pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O comunista disse que quer tratar com o presidente da precariedade das BRs que cortam o Maranhão e oferecer ajuda ao governo federal.

No Twitter, o deputado estadual Adriano Sarney (PV) comentou a proposta do governador maranhense, mas não levou o caso muito a sério.

Para ele, trata-se de “puro marketing”, uma vez que, antes de cuidar de estradas federais, o governador deveria se preocupar com as rodovias estaduais, já tão deterioradas.

“Puro marketing! As estradas estaduais estão precárias. Além das obras estruturantes paradas do governo passado. Cadê o recurso do BNDES para conclusão do Anel da Soja governador?”, questionou.

Adriano acrescentou que, na sua opinião, o “Governo do Maranhão deve olhar para o próprio umbigo antes de oferecer ‘ajuda’ que sabe que não vai cumprir”.

“Já fiz inúmeras audiências públicas para o governo executar os recursos do BNDES com obras de qualidade para criarmos empregos e oportunidades!”, completou.

Na Assembleia, na manhã de ontem, manifestaram-se os deputados César Pires (PV) e Wellington do Curso (PSDB). O parlamentar do PV disse que a proposta do Dino é um “deboche”.

“Não sei se porque é Carnaval, não sei se aquela é a máscara do governador Flávio Dino que estava fantasiado de Flávio Dino, Governador do Estado, a fazer ilações e deboches com o povo do Maranhão”, declarou.

De acordo com Pires, o governador foi “irresponsável” ao sugerir ajuda ao governo federal, porque ele não teria alçada legal para tal, tampouco recursos financeiros.

“É irresponsável o senhor Governador Flávio Dino. Ele não tem dotação orçamentária para poder fazer isso, porque na LOA que veio para cá foi reduzido de 2018 agora quase 200%. Se lá atrás, em 2018, tinha R$ 932 milhões, em 2019 tinha R$ 532 milhões e agora R$ 399 milhões, além da letra C de que ele não pode buscar empréstimo. Mente o Senhor Flávio Dino deslavadamente”, completou.

Aproveitando o mote do próprio Dino, o deputado estadual Wellington do Curso afirmou que também solicitará uma audiência, mas com o próprio governador, para tratar das rodovias estaduais.

“Vou solicitar uma agenda com o governador Flávio Dino. Já que ele quer tratar com o presidente das rodovias federais, das BRs, vou solicitar uma agenda com o governador Flávio Dino para que a gente possa conversar com ele sobre as rodovias estaduais”, disse.

MAIS

Segundo o mais recente levantamento da Pesquisa CNT/Rodovias, divulgado em outubro de 2019, 15 das 17 rodovias sob responsabilidade do Governo do Maranhão avaliadas na 23ª edição do levantamento estão em estado geral péssimo ou ruim. Há apenas uma em estado regular e uma em estado bom.


Dino vai ter que explicar “asfalto Sonrisal” do Maranhão no DF

Enquanto propõe ajudar o governo federal a recurar BRs que cortam o Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB) terá que explicar à Justiça do Distrito Federal – junto com seu secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto (PCdoB) – os motivos para a má qualidade de obras realizadas em rodovias maranhenses.

A decisão foi tomada no início do mês pela 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DF). Por unanimidade o colegiado barrou o envio, para a Justiça do Maranhão, de uma ação popular do senador Roberto Rocha (PSDB) contra o que o tucano considerou “asfalto Sonrisal” do programa Mais Asfalto. O processo corre no Distrito Federal porque Rocha, senador da República, reside na capital federal.

A desembargadora Carmelita Brasil, relatora do caso, já havia concedido liminar a favor de Rocha, em outubro do ano passado. Ao julgar o mérito do pedido, acompanharam o voto da magistrada os desembargadores César Loyola e Sandoval Oliveira.

Em sua manifestação, a desembargadora destacou que obrigar o senador, que reside em Brasília, a protocolar ação no Maranhão seria “desarrazoado” e uma forma de restringir o exercício do direito de “fiscalizar os atos praticados pelos governantes”.

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